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28/09/2000
-
19h15
LUÍS INDRIUNAS
da Agência Folha, em Belém
Os 44 agentes da Polícia Federal, Ibama e Funai, detidos por dois dias pelos índios caiapós na aldeia Puicararanca, no sul do Pará, foram liberados hoje, depois da chegada de um grupo de lideranças indígenas comandado pelo administrador da Funai em Colider (MT), Megaron Txucarramãe, e representantes do órgão em Brasília.
Segundo o superintendente-adjunto da Polícia Federal no Pará, José Ferreira Sales, foram feitas pelo menos três viagens até que todos chegassem ao aeroporto de São Félix do Xingu (PA) no final da tarde de hoje.
Na terça-feira à noite, o repórter Nicolau Farah, do "Jornal do Brasil", que acompanhava a operação, foi liberado pelos índios depois de ter sido mantido como refém por 10 horas na aldeia.
O coordenador da Operação Xingu, Rodolfo Lobo, representantes da Funai (Fundação Nacional do Índio) e líderes indígenas estavam reunidos no aeroporto negociando as reivindicações dos índios.
Os 40 agentes do Ibama e PF, um delegado federal e três funcionários da Funai que participaram da operação encontraram 3.000 toras, principalmente de mogno, prontas para serem transportadas perto da aldeia que fica à margem esquerda do rio Xingu.
Os índios decidiram impedir a apreensão da madeira, condicionando sua liberação à entrega do dinheiro de leilões de madeira apreendida em anos anteriores. Eles reivindicavam também ações de repressão contra invasão de garimpeiros na reserva Baú e de madeireiros na reserva Panará, área vizinha à dos caiapós.
O Ministério Público Federal entrou com uma ação pedindo a liberação de R$ 650 mil, conseguidos com o leilão de madeiras apreendidas em 1996, para um projeto auto-sustentável na área.
"Só mostrando alternativas aos índios é possível convencê-los a parar de vender madeira", disse a antropóloga Elaine Amorim Carreira, da 6ª Câmara do Ministério Público Federal.
Os caiapós querem ainda que a Funai agilize o leilão de 600 metros cúbicos de mogno, apreendidos em 1998, em uma operação semelhante.
Nos 13 milhões de hectares das reservas indígenas caiapós está a maior reserva brasileira de mogno, madeira de alto valor comercial e ameaçada de extinção.
Em julho, uma equipe da ONG Greenpeace sobrevoou a área caiapó e detectou cerca de 6.000 m3 de madeira estocada e denunciou ao governo federal.
Segundo a assessoria de imprensa do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) em Brasília, a operação Xingu estava sendo programada há dois meses e tinha o conhecimento da Funai, do ministro José Sarney Filho (Meio Ambiente) e do presidente Fernando Henrique Cardoso.
Clique aqui para ler mais sobre política na Folha Online.
Caiapós liberam os 44 agentes federais retidos
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da Agência Folha, em Belém
Os 44 agentes da Polícia Federal, Ibama e Funai, detidos por dois dias pelos índios caiapós na aldeia Puicararanca, no sul do Pará, foram liberados hoje, depois da chegada de um grupo de lideranças indígenas comandado pelo administrador da Funai em Colider (MT), Megaron Txucarramãe, e representantes do órgão em Brasília.
Segundo o superintendente-adjunto da Polícia Federal no Pará, José Ferreira Sales, foram feitas pelo menos três viagens até que todos chegassem ao aeroporto de São Félix do Xingu (PA) no final da tarde de hoje.
Na terça-feira à noite, o repórter Nicolau Farah, do "Jornal do Brasil", que acompanhava a operação, foi liberado pelos índios depois de ter sido mantido como refém por 10 horas na aldeia.
O coordenador da Operação Xingu, Rodolfo Lobo, representantes da Funai (Fundação Nacional do Índio) e líderes indígenas estavam reunidos no aeroporto negociando as reivindicações dos índios.
Os 40 agentes do Ibama e PF, um delegado federal e três funcionários da Funai que participaram da operação encontraram 3.000 toras, principalmente de mogno, prontas para serem transportadas perto da aldeia que fica à margem esquerda do rio Xingu.
Os índios decidiram impedir a apreensão da madeira, condicionando sua liberação à entrega do dinheiro de leilões de madeira apreendida em anos anteriores. Eles reivindicavam também ações de repressão contra invasão de garimpeiros na reserva Baú e de madeireiros na reserva Panará, área vizinha à dos caiapós.
O Ministério Público Federal entrou com uma ação pedindo a liberação de R$ 650 mil, conseguidos com o leilão de madeiras apreendidas em 1996, para um projeto auto-sustentável na área.
"Só mostrando alternativas aos índios é possível convencê-los a parar de vender madeira", disse a antropóloga Elaine Amorim Carreira, da 6ª Câmara do Ministério Público Federal.
Os caiapós querem ainda que a Funai agilize o leilão de 600 metros cúbicos de mogno, apreendidos em 1998, em uma operação semelhante.
Nos 13 milhões de hectares das reservas indígenas caiapós está a maior reserva brasileira de mogno, madeira de alto valor comercial e ameaçada de extinção.
Em julho, uma equipe da ONG Greenpeace sobrevoou a área caiapó e detectou cerca de 6.000 m3 de madeira estocada e denunciou ao governo federal.
Segundo a assessoria de imprensa do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) em Brasília, a operação Xingu estava sendo programada há dois meses e tinha o conhecimento da Funai, do ministro José Sarney Filho (Meio Ambiente) e do presidente Fernando Henrique Cardoso.
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