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19/09/2005 - 09h29

PTB vai retirar ações contra Dirceu e Mabel

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da Folha de S.Paulo

A pedido de Roberto Jefferson (PTB), o presidente do partido, Flávio Martinez, vai retirar nesta semana as representações contra os deputados José Dirceu (PT-SP) e Sandro Mabel (PL-SP) no Conselho de Ética da Câmara.

O gesto abre oportunidade para os dois renunciarem antes que um novo processo por quebra de decoro parlamentar seja aberto pelo Conselho de Ética. Depois que um processo é aberto no conselho, o acusado não pode renunciar. Se o pedido de cassação é aprovado, o deputado fica inelegível por oito anos.

Dirceu é acusado de comandar o esquema do "mensalão", pagamento que seria feito a deputados pelo então tesoureiro do PT Delúbio Soares para que votassem a favor do governo. Ele nega e, até agora, rejeitou todos os conselhos que recebeu para renunciar quando teve esse oportunidade.

Já o processo contra Mabel foi aberto por causa de uma denúncia da deputada licenciada Raquel Teixeira (PSDB-GO), segundo a qual o deputado lhe ofereceu R$ 1 milhão para ir para o PL, mais R$ 30 mil mensais. Mabel diz que a acusação é "mentirosa".

Tanto Dirceu como Mabel estão em outra lista de cassação, vinda da CPI dos Correios, que pede a abertura de processo por quebra de decoro parlamentar. Esses processos estão atualmente na Corregedoria da Câmara, que vai ouvir a defesa de todos os envolvidos, antes de seguirem para o Conselho de Ética.

A justificativa de Jefferson para retirar os processos é que não quer ser "massa de manobra". Segundo ele, PT, PSDB e PFL teriam feito acordo para cassar somente o seu mandato, o que ocorreu na semana passada, e o de Dirceu. Assim eles dariam satisfação à opinião pública e poupariam os outros 16 acusados. O interesse do PFL seria salvar o deputado Roberto Brant (MG) e o do PSDB evitar a inclusão do senador Eduardo Azeredo (MG) na lista.

Brant recebeu doação de campanha da Usiminas, em esquema de caixa dois, através do publicitário Marcos Valério de Souza, pivô da atual crise política. Azeredo também teve o caixa dois de sua campanha à reeleição ao governo de Minas, em 1998, abastecido pelo publicitário Marcos Valério.

Já o PT entregaria Dirceu em troca da salvação de outros seis deputados. Lideranças dos três partidos negam que tenham feito acordo nesse sentido. "Se eles vão retirar a representação, isso significa que ela deve ser arquivada, porque eles entenderam que não há razão para mantê-la. Eu não quero fazer nenhum comentário porque fiquei sabendo por meio da imprensa. Vamos aguardar a decisão do Partido Trabalhista Brasileiro", afirmou Dirceu.

Questionado sobre a chance que está dando a Dirceu para que renuncie, Jefferson não se manifestou: "Não pensei nisso, não vou avançar no meu raciocínio".

Investigações

Nas CPIs, os depoimentos mais importantes da semana serão o do doleiro Antonio Claramunt, o Toninho da Barcelona, amanhã, e o do banqueiro Daniel Dantas, do Opportunity, na quarta-feira.

Sem apresentar provas, o doleiro, que está preso em São Paulo, tem dado detalhes de um suposto esquema de remessa ilegal de recursos para o exterior pelo PT. Uma diligência da CPI dos Correios já ouviu Toninho reservadamente, mas agora ele prestará depoimento em uma audiência pública, em Brasília.

Quanto a Daniel Dantas, a oposição quer esclarecer uma suposta disputa entre a Brasil Telecom, que é controlada pelo Opportunity, e a Telemar para a compra de ações da Gamecorp, empresa de Fábio Luiz, filho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A Telemar fez um aporte de R$ 5 milhões na Gamecorp.

O deputado Antônio Carlos Magalhães Neto (PFL-BA) também questionará Dantas sobre o suposto pagamento de uma viagem de Fábio Luiz ao Japão.

Especial
  • Leia o que já foi publicado sobre José Dirceu
  • Leia o que já foi publicado sobre Sandro Mabel
  • Leia a cobertura completa sobre a crise em Brasília
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