19/09/2005 - 12h01

Gabeira diz que presença de Severino na Câmara é uma humilhação nacional

TATHIANA BARBAR
EPAMINONDAS NETO
da Folha Online

O deputado federal Fernando Gabeira (PV-RJ) afirmou hoje, durante sabatina da Folha, que a presença de Severino Cavalcanti (PP-PE) na Câmara é uma humilhação nacional.

Acusado pelo empresário Sebastião Buani de receber propina em troca da concessão de um restaurante da Câmara, o presidente da Câmara, segundo Gabeira, "está para lá de Marrakesh".

O deputado, que votou em Luiz Eduardo Greenhalgh (PT-SP) para a presidência da Casa, afirmou que "com a eleição na Câmara criou-se uma situação que eu considero de estupidez coletiva".

O PT cravou uma batalha na eleição com dois candidatos. Com isso, a oposição e alguns governistas votaram na candidatura independente de Severino. "A eleição de Severino foi uma combinação de um erro do governo e da oposição."

Substituto

Gabeira negou que já tenha um nome para substituir Severino na Câmara, mas afirmou que um eventual candidato precisa de pelo menos três características: nível ético superior, não barrar investigações sobre corrupção e dar segurança ao governo de que não vai encaminhar pedido de impeachment sem fundamentos.

Ele também considerou que o eventual candidato tenha que ter assinado o requerimento para a criação da CPI dos Correios.

A sabatina

Esta é a sétima da série de dez sabatinas que serão feitas ao longo do ano com personalidades de destaque no noticiário nacional.

O evento foi aberto à participação dos assinantes e acontece no Teatro Folha (shopping Pátio Higienópolis, av. Higienópolis, 618, piso 2), sempre a partir das 11h.

O primeiro a ser sabatinado foi o médico Drauzio Varella. Depois, vieram o ministro da Cultura, Gilberto Gil, o presidente da Câmara, Severino Cavalcanti (PP-PE), o físico Marcelo Gleiser, o escritor Salman Rushdie, e o presidente nacional do PT, Tarso Genro.

Trajetória

Fernando Paulo Nagle Gabeira, 64, é um dos principais defensores da saída de Severino Cavalvanti da presidência da Câmara. Em outubro de 2003, deixou o PT por discordar da política ambiental do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Colunista da Folha e autor de "O que é Isso, Companheiro?", entre outros livros, integrou a luta armada contra o regime militar, no final dos anos 1960.

Especial

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