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20/09/2005
-
09h04
da Folha de S.Paulo
O presidente da Câmara, Severino Cavalcanti (PP-PE), reuniu-se no início da noite de ontem com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para comunicar que renunciará ao mandato de deputado federal amanhã. Lula recebeu Severino com a disposição de manter o ministro Márcio Fortes (Cidades), indicado pelo deputado na cota do PP.
O encontro durou cerca de uma hora, e apenas o ministro Jaques Wagner (Relações Institucionais) participou da conversa --na parte final. O Planalto não permitiu que a reunião fosse fotografada.
Segundo o relato de assessores e políticos próximos a Severino, o presidente da Câmara disse a Lula que renunciará ao mandato, o que será anunciado em discurso amanhã à tarde no plenário da Câmara. Lula teria dito apenas que essa deve ser uma decisão pessoal de Severino.
Ainda de acordo com esses relatos, não foi discutida a situação dos indicados por Severino no governo. O Planalto, porém, já indicou ao presidente da Câmara que ao menos Márcio Fortes está garantido no posto.
Conforme a Folha apurou, o Planalto pretende manter Fortes nas Cidades, alegando que ele já era do governo antes de ser alçado ao cargo, tem bom conceito interno e passa a ser da "cota do PT". Considerado "técnico", o governo não deseja carimbar Fortes como apadrinhado de Severino, apesar de o presidente da Câmara ter sido decisivo na nomeação.
A respeito do filho de Severino, José Maurício Cavalcanti, que tem um cargo federal em Pernambuco, a tendência é mantê-lo, ao menos inicialmente. Seu futuro, porém, dependeria das pressões políticas para tirá-lo do posto.
O presidente da Infraero, o ex-deputado Carlos Wilson, hoje no PT, conversou no domingo com Wagner e foi como emissário do Planalto, ontem, falar com Severino. Basicamente, foi estabelecer uma espécie de "manual" para a conversa com Lula, que não aceitou um encontro informal.
Entre as regras, a principal era discrição. Carlos Wilson, pernambucano como Severino, explicou ao conterrâneo que Lula não queria ser pressionado a apoiá-lo nem admitiria que a conversa enveredasse pelos cargos que o atual presidente da Câmara mantém no governo.
Outros acertos prévios para a conversa: o deputado não deveria pedir o que Lula não poderia lhe dar, caso de apoio público, nem discutir nomes à sua sucessão. Lula quer ficar distante da crise que, neste caso, é exclusiva da Câmara. Nem quer se vincular com Severino nem mergulhar ostensivamente nas articulações para sucedê-lo. O Planalto tem candidato e atua, mas, quanto mais por trás dos panos, melhor para Lula.
Desde a semana passada, interlocutores de Severino Cavalcanti passaram a sondar o Planalto sobre a possibilidade de um encontro do presidente da Câmara com Lula. A princípio, Lula resistiu, pois não queria uma conversa sem caráter institucional.
Discurso leve
O deputado João Caldas (PL-AL), que esteve ontem com o presidente da Câmara, disse que o discurso-despedida de Severino Cavalcanti não deverá fazer ataques contra o governo, mas servirá como prestação de contas de sua passagem-relâmpago (de sete meses) pela presidência da Casa. "Ele vai lembrar os avanços que promoveu na Câmara e os projetos que foram aprovados sob sua liderança", disse Caldas, quarto-secretário da Mesa Diretora e um assíduo visitante da residência oficial de Severino. "Ele não tem ódio nem mágoa", afirmou.
Segundo Caldas, o discurso ainda não estava concluído. "Dependendo da conversa, ele pode até adiantar sua manifestação pública", afirmou. Em sua defesa, Severino falará que não pegou "mensalinho", como acusou Buani.
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Severino se reúne com Lula para avisar que renunciará
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O presidente da Câmara, Severino Cavalcanti (PP-PE), reuniu-se no início da noite de ontem com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para comunicar que renunciará ao mandato de deputado federal amanhã. Lula recebeu Severino com a disposição de manter o ministro Márcio Fortes (Cidades), indicado pelo deputado na cota do PP.
O encontro durou cerca de uma hora, e apenas o ministro Jaques Wagner (Relações Institucionais) participou da conversa --na parte final. O Planalto não permitiu que a reunião fosse fotografada.
Segundo o relato de assessores e políticos próximos a Severino, o presidente da Câmara disse a Lula que renunciará ao mandato, o que será anunciado em discurso amanhã à tarde no plenário da Câmara. Lula teria dito apenas que essa deve ser uma decisão pessoal de Severino.
Ainda de acordo com esses relatos, não foi discutida a situação dos indicados por Severino no governo. O Planalto, porém, já indicou ao presidente da Câmara que ao menos Márcio Fortes está garantido no posto.
Conforme a Folha apurou, o Planalto pretende manter Fortes nas Cidades, alegando que ele já era do governo antes de ser alçado ao cargo, tem bom conceito interno e passa a ser da "cota do PT". Considerado "técnico", o governo não deseja carimbar Fortes como apadrinhado de Severino, apesar de o presidente da Câmara ter sido decisivo na nomeação.
A respeito do filho de Severino, José Maurício Cavalcanti, que tem um cargo federal em Pernambuco, a tendência é mantê-lo, ao menos inicialmente. Seu futuro, porém, dependeria das pressões políticas para tirá-lo do posto.
O presidente da Infraero, o ex-deputado Carlos Wilson, hoje no PT, conversou no domingo com Wagner e foi como emissário do Planalto, ontem, falar com Severino. Basicamente, foi estabelecer uma espécie de "manual" para a conversa com Lula, que não aceitou um encontro informal.
Entre as regras, a principal era discrição. Carlos Wilson, pernambucano como Severino, explicou ao conterrâneo que Lula não queria ser pressionado a apoiá-lo nem admitiria que a conversa enveredasse pelos cargos que o atual presidente da Câmara mantém no governo.
Outros acertos prévios para a conversa: o deputado não deveria pedir o que Lula não poderia lhe dar, caso de apoio público, nem discutir nomes à sua sucessão. Lula quer ficar distante da crise que, neste caso, é exclusiva da Câmara. Nem quer se vincular com Severino nem mergulhar ostensivamente nas articulações para sucedê-lo. O Planalto tem candidato e atua, mas, quanto mais por trás dos panos, melhor para Lula.
Desde a semana passada, interlocutores de Severino Cavalcanti passaram a sondar o Planalto sobre a possibilidade de um encontro do presidente da Câmara com Lula. A princípio, Lula resistiu, pois não queria uma conversa sem caráter institucional.
Discurso leve
O deputado João Caldas (PL-AL), que esteve ontem com o presidente da Câmara, disse que o discurso-despedida de Severino Cavalcanti não deverá fazer ataques contra o governo, mas servirá como prestação de contas de sua passagem-relâmpago (de sete meses) pela presidência da Casa. "Ele vai lembrar os avanços que promoveu na Câmara e os projetos que foram aprovados sob sua liderança", disse Caldas, quarto-secretário da Mesa Diretora e um assíduo visitante da residência oficial de Severino. "Ele não tem ódio nem mágoa", afirmou.
Segundo Caldas, o discurso ainda não estava concluído. "Dependendo da conversa, ele pode até adiantar sua manifestação pública", afirmou. Em sua defesa, Severino falará que não pegou "mensalinho", como acusou Buani.
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