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01/10/2005 - 09h55

PMDB encolhe na Câmara e PT volta a ter maior bancada

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da Agência Folha, em Brasília
da Folha de S.Paulo, em Brasília
do enviado especial da Folha de S.Paulo a Brasília

Na véspera do vencimento do prazo para o fim do troca-troca de políticos entre partidos, o PT recuperou ontem o status de maior bancada da Câmara, com 83 integrantes, superando o PMDB, que perdeu nove deputados, ficando com 79 parlamentares.

O quadro, entretanto, ainda deverá sofrer alterações. Até a noite de ontem, alguns deputados permaneciam sem legenda, negociando filiações de última hora. Hoje encerra-se o prazo para que os políticos se filiem aos partidos pelos quais pretendem disputar as eleições do ano que vem.

Na esteira da eleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2002, o PT elegeu 91 deputados e manteve a maior bancada da Câmara até a semana passada, quando foi superado durante curto período pelo PMDB.

No total, sete deputados deixaram o PT nas últimas semanas, a maioria motivada pelo desgaste da crise política. Cinco deles foram para o PSOL, dissidência petista de extrema esquerda, e dois para o PDT, entre eles Miro Teixeira (RJ), ex-líder do governo na Câmara e ex-ministro de Lula.

"A maioria das perdas que tivemos já era previsível. A bancada agora vai se reunificar para continuar como principal pilar de apoio ao governo", disse o líder do PT, Henrique Fontana (RS).

Outra importante baixa petista foi o senador Cristovam Buarque, ex-governador do Distrito Federal, que chegou a chefiar o Ministério da Educação no primeiro ano do governo Lula.

No caso do PMDB, que na semana passada tinha 88 deputados, mesmo com a saída de 9, o partido tem hoje uma bancada superior à da eleição, quando fez 75 deputados.

A maioria dos peemedebistas que se desfiliaram nos últimos dias é do Rio de Janeiro, como José Divino e Vieira Reis, que foram para o recém-criado PMR, ligado à Igreja Universal, e Josias Quintal, que entrou no PSB.

Os peemedebistas descontentes argumentaram estar sem espaço na sigla devido a divergências com Garotinho, que almeja concorrer à Presidência da República nas eleições do próximo ano. "Fiquei sem espaço no partido e fui vítima de perseguição odiosa do grupo do Garotinho. Ameaçaram não me dar legenda no ano que vem porque não sigo cegamente suas ordens", disse Divino.

Como contrapartida às baixas, o PMDB conseguiu filiações importantes, como a do ex-ministro Delfim Netto (SP) e dos governadores Paulo Hartung (ES) e Eduardo Braga (AM).

Dieta de engorda

O partido que mais engordou nas últimas semanas foi o PSB, fiel aliado do governo, que fecharia a temporada de migrações com 29 deputados. A sigla elegeu 22, mas sofreu esvaziamento, justamente pela ação de Garotinho, e chegou a ter 16. Só nos últimos dias, angariou 10 parlamentares.

O PSB, que chefia o Ministério de Ciência e Tecnologia, ganhou também a adesão da senadora Patrícia Saboya (CE, ex-PPS), e do governador do Maranhão, José Reinaldo (ex-PTB). O inchaço do partido tem sido incentivado pelo Planalto, que antes da crise fez mesma operação com o PTB de Roberto Jefferson e o PL de Valdemar Costa Neto, os dois que mais cresceram na gestão Lula entre os grandes partidos.

A migração interpartidária expõe efeitos do "mensalão". O principal exemplo do esvaziamento dos partidos envolvidos no escândalo é o PL, que perdeu 12 deputados recentemente. Além disso, dois deputados da sigla renunciaram ao mandato, o presidente, Valdemar Costa Neto (SP), e Carlos Rodrigues (RJ).

Um dos principais aliados do governo no Congresso, o PL elegeu uma bancada modesta, com 26 deputados, mas inchou durante os primeiros anos da gestão Lula. Chegou a somar 53 deputados --mais que o dobro da eleição--, mas ontem contabilizava 38.

Além da Câmara, o PL também perdeu seu principal expoente, o vice-presidente José Alencar, que se filiou ao PMR. O senador Marcelo Crivella (RJ) fez o mesmo.

Segundo Crivella, a bancada ainda poderia aumentar para cinco deputados federais. "Conversei com muita gente e fiz convites, não apenas com membros da Igreja Universal", disse.

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