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04/10/2005
-
20h35
FÁBIO GUIBU
da Agência Folha, em Cabrobó
O deputado federal Fernando Gabeira (PV-RJ) afirmou hoje, em Cabrobó (600 km de Recife, PE), onde acompanhou a missa celebrada por dom Luiz Flávio Cappio, que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não recua na sua decisão de manter o projeto de transposição do rio São Francisco por razões eleitorais.
"Ele está muito comprometido com a obra porque ela vai trazer uma grande propaganda para a campanha eleitoral", disse o deputado, que já pertenceu ao PT.
O parlamentar lembrou que, na campanha eleitoral de 2002, o programa do PT "era contrário à transposição e favorável à revitalização do rio São Francisco".
"No meio do caminho, ele [Lula] virou", disse. "Aliás, ele sempre teve um discurso ambíguo. Em Sergipe, dizia que era contra [a transposição]; no Ceará, que era a favor. Em cada Estado, tinha a posição que supunha ser a majoritária", declarou.
Gabeira considerou "equivocada" a declaração de Lula sobre a greve de fome do religioso. "O medo que ele tem de todos fazerem uma greve de fome para qualquer obra é ridículo, porque, se isso acontecesse, ela se transformaria em um instrumento de luta banal e não iria incomodá-lo de jeito nenhum."
O presidente disse anteontem que tem "paciência de Jó" e que, se todos os que não concordarem com a transposição fizerem greve de fome, "fica complicado".
Para o ex-ministro do Meio Ambiente e deputado federal José Sarney Filho (PV-MA), "o presidente ainda não sabe da importância desse gesto [a greve de fome]". "Estamos caminhando para um grande movimento popular que vai realmente enfrentar o governo, se ele continuar com essa intransigência", declarou.
Sarney Filho disse que, se o bispo morrer, "o presidente Lula vai ficar em uma situação muito complicada." "Ele deveria fazer uma reflexão, ligar para o ministro Ciro Gomes [Integração Nacional] e pedir para que interrompa imediatamente as obras, o projeto, e abrir um diálogo."
O governador de Sergipe, João Alves Filho (PFL), foi a única autoridade presente ontem na missa campal celebrada pelo bispo na zona rural de Cabrobó a pedir a suspensão da greve de fome. "Essa não é uma luta política, essa é uma luta de sobrevivência do povo nordestino", afirmou.
Alves pediu ao bispo que aguardasse o resultado de três ações judiciais que o governo de Sergipe prepara contra o projeto de transposição. "Se ele vier a morrer, o culpado tem nome e sobrenome: Luiz Inácio Lula da Silva", disse o governador. Cappio decidiu manter o jejum.
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2.500 participam da missa celebrada por bispo que está em greve de fome
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Lula mantém projeto de transposição por razões eleitorais, diz Gabeira
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da Agência Folha, em Cabrobó
O deputado federal Fernando Gabeira (PV-RJ) afirmou hoje, em Cabrobó (600 km de Recife, PE), onde acompanhou a missa celebrada por dom Luiz Flávio Cappio, que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não recua na sua decisão de manter o projeto de transposição do rio São Francisco por razões eleitorais.
"Ele está muito comprometido com a obra porque ela vai trazer uma grande propaganda para a campanha eleitoral", disse o deputado, que já pertenceu ao PT.
O parlamentar lembrou que, na campanha eleitoral de 2002, o programa do PT "era contrário à transposição e favorável à revitalização do rio São Francisco".
"No meio do caminho, ele [Lula] virou", disse. "Aliás, ele sempre teve um discurso ambíguo. Em Sergipe, dizia que era contra [a transposição]; no Ceará, que era a favor. Em cada Estado, tinha a posição que supunha ser a majoritária", declarou.
Gabeira considerou "equivocada" a declaração de Lula sobre a greve de fome do religioso. "O medo que ele tem de todos fazerem uma greve de fome para qualquer obra é ridículo, porque, se isso acontecesse, ela se transformaria em um instrumento de luta banal e não iria incomodá-lo de jeito nenhum."
O presidente disse anteontem que tem "paciência de Jó" e que, se todos os que não concordarem com a transposição fizerem greve de fome, "fica complicado".
Para o ex-ministro do Meio Ambiente e deputado federal José Sarney Filho (PV-MA), "o presidente ainda não sabe da importância desse gesto [a greve de fome]". "Estamos caminhando para um grande movimento popular que vai realmente enfrentar o governo, se ele continuar com essa intransigência", declarou.
Sarney Filho disse que, se o bispo morrer, "o presidente Lula vai ficar em uma situação muito complicada." "Ele deveria fazer uma reflexão, ligar para o ministro Ciro Gomes [Integração Nacional] e pedir para que interrompa imediatamente as obras, o projeto, e abrir um diálogo."
O governador de Sergipe, João Alves Filho (PFL), foi a única autoridade presente ontem na missa campal celebrada pelo bispo na zona rural de Cabrobó a pedir a suspensão da greve de fome. "Essa não é uma luta política, essa é uma luta de sobrevivência do povo nordestino", afirmou.
Alves pediu ao bispo que aguardasse o resultado de três ações judiciais que o governo de Sergipe prepara contra o projeto de transposição. "Se ele vier a morrer, o culpado tem nome e sobrenome: Luiz Inácio Lula da Silva", disse o governador. Cappio decidiu manter o jejum.
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