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10/10/2005 - 10h55

Para Ricardo Izar, acusados devem renunciar

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RANIER BRAGON
da Folha de S.Paulo, em Brasília

O presidente do Conselho de Ética da Câmara, Ricardo Izar (PTB-SP), afirmou que há "grandes chances" de ocorrerem renúncias de mandato nesta semana entre os 13 parlamentares que estão na iminência de terem seus processos de cassação abertos. Segundo ele, todos sabem, principalmente os que erraram, que serão cassados caso não renunciem.

Os seis petistas do grupo, embora afirmem que não pretendem abandonar a luta pelo mandato, avaliam rever a decisão caso constatem que todos os outros sete não petistas pretendam renunciar, o que os deixariam isolados na "arena" do Conselho de Ética.

"Acho que há grandes chances de alguns renunciarem. Todos já sabem, principalmente aqueles que erraram, que, vindo para o conselho, vão ser cassados. (...) Esse pessoal que vai renunciar sabe da punição no conselho, que ali a coisa é muito séria. Só alivia para aqueles contra os quais não se encontrara nada, nada", disse Izar.

Esta semana é decisiva porque a Mesa Diretora se reúne amanhã e deve definir pela abertura do processo de cassação contra os 13 deputados, posição que será defendida pelo presidente da Casa, Aldo Rebelo (PC do B-SP). Há uma possibilidade de adiamento para a próxima semana da decisão caso o quarto-secretário, João Caldas (PL-AL), cumpra a promessa de pedir "vista" aos processos.

Antes de ter seu nome enviado ao conselho, o acusado que renunciar fica livre da inelegibilidade até 2015 que uma cassação acarretaria. Izar disse que, se a Mesa aprovar a abertura amanhã, ele abre os processos na quinta.

Com isso, hoje e amanhã serão dias de intensas conversas entre os acusados, uma espécie de "marcação" de uns sobre os outros como forma de saber qual decisão mais lhes convém.

Pessoas que conversaram com Jaques Wagner (articulador político) disseram que ele afirma desconhecer articulação do Planalto para forçar os petistas a renunciarem, muito menos, como foi especulado, que havia sido fechado acordo para a renúncia dos seis.

O líder do governo, Arlindo Chinaglia, disse que acha improvável uma decisão coletiva. "Por se tratar de uma posição acima de tudo pessoal, acho difícil que todos tomem a mesma decisão."

Os petistas cujos mandatos estão ameaçados são: Paulo Rocha (PA), Josias Gomes (BA), Professor Luizinho (SP), José Mentor (SP), João Paulo Cunha (SP) e João Magno (MG). José Dirceu (SP), outro integrante do partido acusado de envolvimento com o "mensalão", já sofre processo.

Petistas ouvidos pela Folha disseram que os mais inclinados à renúncia são Rocha e Gomes. Gomes, no entanto, nega.

Os outros sete acusados são: José Borba (PMDB-PR), Wanderval dos Santos (PL-SP), José Janene (PP-PR), Pedro Henry (PP-MT), Pedro Corrêa (PP-PE), Vadão Gomes (PP-SP) e Roberto Brant (PFL-MG). Desses, a renúncia mais certa é a de Borba. Dos quatro pepistas, todos negam a renúncia. Outros dois, Sandro Mabel (PL-GO) e Romeu Queiroz (PTB-MG), já sofrem processo.

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