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11/10/2005
-
16h47
EPAMINONDAS NETO
LÚCIA BAKOS
da Folha Online
O vice-presidente da República, José Alencar, afirmou nesta terça-feira acreditar que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não sabia do suposto esquema do "mensalão".
"Toda a história do 'mensalão' saiu de partido. O governo Lula não sabia de nada. Quem conhece a agenda do presidente tem certeza de que ele não participou, nem sabia de nada", disse Alencar ao responder a pergunta de um dos presentes na sabatina da Folha.
Indagado sobre a saída de José Dirceu do cargo de ex-ministro da Casa Civil, em razão das denúncias de suposta participação no "mensalão", Alencar considerou correta a decisão do deputado.
"Um homem público, que faz parte do governo, quando tem sua atuação levada em dúvida, acho que é aceitável que ele saia. Mas também acho que na Câmara ele tem que ter o direito de se defender."
Sobre a possibilidade de renúncia dos 13 deputados citados em relatório parcial das CPIs dos Correios e do Mensalão, que correm o risco de terem o mandato cassado, Alencar considerou que a decisão é de "foro íntimo".
"O que defendemos é que toda denúncia deve ser investigada profundamente. Não defendemos pena branca, nem exagerada, mas uma pena justa", afirmou.
O vice-presidente também considerou que, "às vezes, a renúncia de um deputado pode ser adotada não apenas visando candidaturas às eleições de 2006".
Sabatina
Para sabatinar o vice-presidente da República foram convidados a colunista da Folha Eliane Cantanhêde, o editor do "Mercado Aberto", Guilherme Barros, o repórter especial Fernando Canzian e o diretor-executivo da Sucursal da Brasília, Valdo Cruz.
Durante as duas horas da sabatina, Alencar responderá a perguntas feitas pelos sabatinadores e pela platéia. A sabatina será realizada no Teatro Folha (Shopping Pátio Higienópolis, na av. Higienópolis, 618, piso 2, São Paulo).
Cargos acumulados
Alencar, 73, filiou-se em 29 de setembro ao PMR (Partido Municipalista Renovador), partido recém-criado com forte presença da Igreja Universal. Pouco antes, saiu do PL, uma das legendas envolvidas no escândalo do "mensalão" e pela qual se elegeu vice-presidente, em 2002, na chapa encabeçada pelo petista Luiz Inácio Lula da Silva.
Apesar das divergências com o presidente, sobretudo com relação à política de juros, desde novembro do ano passado Alencar acumula o cargo de ministro da Defesa, em substituição ao diplomata José Viegas. Crítico da política econômica do governo Lula, Alencar entrou na nova legenda dizendo não ser candidato a presidente em 2006 --desejo manifestado pelos integrantes do PMR.
Durante entrevista à Folha em setembro, Alencar disse que está pronto para assumir a Presidência caso seja necessário, mas se disse fiel a Lula e contrário ao impeachment. Afirmou que não moverá "uma palha" para prejudicar o presidente, chamado de "vítima do despreparo da administração do PT".
Outros sabatinados
Antes de Alencar, já participaram das sabatinas realizadas pela Folha o médico Drauzio Varella, o ex-presidente da Câmara Severino Cavalcanti (PP-PE), o ministro da Cultura, Gilberto Gil, o físico Marcelo Gleiser, o escritor anglo-indiano Salman Rushdie, o presidente interino do PT, Tarso Genro, e o deputado federal Fernando Gabeira (PV-RJ).
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Para Alencar, Lula não sabia do "mensalão"
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LÚCIA BAKOS
da Folha Online
O vice-presidente da República, José Alencar, afirmou nesta terça-feira acreditar que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não sabia do suposto esquema do "mensalão".
"Toda a história do 'mensalão' saiu de partido. O governo Lula não sabia de nada. Quem conhece a agenda do presidente tem certeza de que ele não participou, nem sabia de nada", disse Alencar ao responder a pergunta de um dos presentes na sabatina da Folha.
A.Machado/Folha Imagem |
O vice-presidente José Alencar |
"Um homem público, que faz parte do governo, quando tem sua atuação levada em dúvida, acho que é aceitável que ele saia. Mas também acho que na Câmara ele tem que ter o direito de se defender."
Sobre a possibilidade de renúncia dos 13 deputados citados em relatório parcial das CPIs dos Correios e do Mensalão, que correm o risco de terem o mandato cassado, Alencar considerou que a decisão é de "foro íntimo".
"O que defendemos é que toda denúncia deve ser investigada profundamente. Não defendemos pena branca, nem exagerada, mas uma pena justa", afirmou.
O vice-presidente também considerou que, "às vezes, a renúncia de um deputado pode ser adotada não apenas visando candidaturas às eleições de 2006".
Sabatina
Para sabatinar o vice-presidente da República foram convidados a colunista da Folha Eliane Cantanhêde, o editor do "Mercado Aberto", Guilherme Barros, o repórter especial Fernando Canzian e o diretor-executivo da Sucursal da Brasília, Valdo Cruz.
Durante as duas horas da sabatina, Alencar responderá a perguntas feitas pelos sabatinadores e pela platéia. A sabatina será realizada no Teatro Folha (Shopping Pátio Higienópolis, na av. Higienópolis, 618, piso 2, São Paulo).
Cargos acumulados
Alencar, 73, filiou-se em 29 de setembro ao PMR (Partido Municipalista Renovador), partido recém-criado com forte presença da Igreja Universal. Pouco antes, saiu do PL, uma das legendas envolvidas no escândalo do "mensalão" e pela qual se elegeu vice-presidente, em 2002, na chapa encabeçada pelo petista Luiz Inácio Lula da Silva.
Apesar das divergências com o presidente, sobretudo com relação à política de juros, desde novembro do ano passado Alencar acumula o cargo de ministro da Defesa, em substituição ao diplomata José Viegas. Crítico da política econômica do governo Lula, Alencar entrou na nova legenda dizendo não ser candidato a presidente em 2006 --desejo manifestado pelos integrantes do PMR.
Durante entrevista à Folha em setembro, Alencar disse que está pronto para assumir a Presidência caso seja necessário, mas se disse fiel a Lula e contrário ao impeachment. Afirmou que não moverá "uma palha" para prejudicar o presidente, chamado de "vítima do despreparo da administração do PT".
Outros sabatinados
Antes de Alencar, já participaram das sabatinas realizadas pela Folha o médico Drauzio Varella, o ex-presidente da Câmara Severino Cavalcanti (PP-PE), o ministro da Cultura, Gilberto Gil, o físico Marcelo Gleiser, o escritor anglo-indiano Salman Rushdie, o presidente interino do PT, Tarso Genro, e o deputado federal Fernando Gabeira (PV-RJ).
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