Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
18/10/2005 - 19h42

Dirceu diz que relatório de Delgado foi "voto de má fé"

Publicidade

ROSE ANE SILVEIRA
da Folha Online, em Brasília

O deputado José Dirceu (PT-SP) avaliou como "um voto de má fé", o voto do deputado Julio Delgado (PSB-MG), relator do processo de cassação. Delgado pediu a cassação do mandato de Dirceu por quebra de decoro parlamentar. "É um voto de má fé. Omite documentos e depoimentos. Não foi provada a minha culpa, foi decretada. Eu não sabia [do esquema do mensalão], tinha que saber, por isto sou culpado", afirmou Dirceu.

O ex-ministro da Casa Civil afirmou que vai apresentar em 48 horas um "contra-voto" no qual vai rebater ponto por ponto as alegações feitas por Delgado para pedir a sua cassação.

Para Dirceu, entre as falhas do voto de Delgado está a omissão da informação prestada pela sua ex-mulher Ângela Saragoça, em nota oficial, na qual ela afirma que Dirceu não sabia do empréstimo tomado por ela junto ao Banco Rural nem do seu contato com o publicitário Marcos Valério Fernandes de Souza, acusado de ser o operador do esquema do "mensalão".

Em seu voto, Delgado utilizou a relação de Ângela Saragoça com Marcos Valério e o fato de ela trabalhar para o Banco Rural como uma prova de que Dirceu tinha relação com a instituição.

Delgado também apontou pontos que ele considera contraditórios nos depoimentos anteriores de Dirceu para pedir a cassação.

"Este foi um voto político ideológico, sem provas. Ele utiliza partes dos depoimentos meus, sem a pergunta, e a pergunta é muito importante. Então eu quero reafirmar que sou inocente. O voto tem uma parte político ideológica, que é retórica política, de condenação da minha ação como ministro, mas não tem provas. Não há provas que eu organizei, participei ou fui omisso com relação ao mensalão, nem que houve mensalão nesta Casa", rebate Dirceu.

Nada de novo

Para o deputado petista, o voto do relator não apresentou nada de novo e reprisou casos antigos, como do seu amigo e assessor informal Roberto Marques, que teve o seu nome retirado da lista de sacadores dos recursos das contas de Valério no Banco Rural.

"O caso Roberto Marques foi desqualificado pela própria CPI. Ele voltou com a questão de que eu sou o chefe do mensalão, mas a Câmara cassou o deputado Roberto Jefferson porque ele não provou que não mentiu em relação ao 'mensalão'. O Conselho de Ética está com um grande problema. O Conselho aprovou o voto do deputado Jairo Carneiro (PFL-BA), que diz que não estava comprovado que existe 'mensalão', e agora o deputado Julio Delgado quer substituir as CPIs , o Ministério Público e a Polícia Federal e já decretou que existia 'mensalão'", disse José Dirceu.

O ex-ministro informou ainda que tem confiança que seus recursos à CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara e ao STF (Supremo Tribunal Federal) serão aprovados.

Ele não se disse otimista, mas sim "realista". Indagado se pretende entrar com outros recursos na Justiça, Dirceu disse que ainda vai estudar a questão com seus advogados e que a prioridade no momento é apresentar seu contra-voto na reunião do Conselho para votar sua cassação, marcada para a próxima sexta-feira de manhã.

Leia mais
  • Deputada do PT pede vistas do voto pela cassação de Dirceu
  • Relator pede cassação do mandato de José Dirceu
  • José Dirceu insiste na tese de ausência de provas para cassação

    Especial
  • Veja o que já foi publicado sobre o deputado José Dirceu
  • Leia a cobertura completa sobre a crise em Brasília
  •  

    Publicidade

    Publicidade

    Publicidade


    Voltar ao topo da página