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27/10/2005
-
15h07
FELIPE RECONDO
da Folha Online, em Brasília
As contradições encontradas pelos integrantes da CPI do Mensalão entre as versões apresentadas pelo empresário mineiro Marcos Valério Fernandes de Souza, a ex-funcionária da agência SMPB Simone Vasconcelos, o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares e o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, devem indicar nomes de novos beneficiários do "valerioduto".
Integrantes da comissão investigam o destino de R$ 4,837 milhões pagos por intermédio da empresa Guaranhuns. O valor é a diferença entre o montante que Valério diz ter repassado ao PL por meio da empresa (R$ 6,037 milhões) e o numerário assumido por Valdemar (R$ 1,2 milhão).
"O meu sentimento é que novos nomes virão", afirmou o presidente da CPI, senador Amir Lando (PMDB-RO). A tese é reforçada pelo deputado Júlio Redecker (PSDB-RS), que apresentou uma listagem à comissão, que aponta pagamentos regulares ao PL. "Vamos trazer fatos novos, vamos indicar novas pessoas", afirmou.
Confronto de nomes
O deputado Júlio Redecker adianta que pretende confrontar a lista de sacadores das contas de Valério com os nomes de pessoas que ocupam cargos de confiança na Câmara dos Deputados e no Senado. Com isso, Redecker espera encontrar novos sacadores e achar o destino dos R$ 4,837 milhões pagos pela Guaranhuns ainda não identificados.
O vice-presidente da CPI, Paulo Baltazar (PSB-RJ), pediu, para que a tese se confirme, que sejam quebrados os sigilos bancário, fiscal e telefônico de assessores de parlamentares. "[Essa diferença] pode ser uma mistura de caixa-dois e dinheiro para deputados", afirmou.
Um parlamentar da comissão, que prefere não se expor, adiantou que a estratégia de Redecker é correta e mostra que os recursos das contas de Marcos Valério não tinham como destinação o pagamento de dívidas de campanha de partidos da base aliada.
Os dados levantados por Redecker mostram séries de pagamentos semanais que somam R$ 500 mil durante quatro semanas. Em outra série de repasses pela Guaranhuns, os dispêndios somam R$ 300 mil que se repetem em cinco semanas.
Na terceira série, há pagamentos de R$ 200 mil por onze semanas. Há, por fim, um repasse de R$ 100 mil e outro de R$ 37,5 mil. No total, R$ 6,037 milhões, exatamente o valor expresso por Marcos Valério e negado por Costa Neto.
Mentiras
A identificação do valor em torno dos R$ 6 milhões mostra, na avaliação de integrantes da CPI, que a versão de Valdemar Costa Neto é menos crível que os argumentos apresentados por Valério, Simone e Delúbio. Além de serem maioria, as declarações dos três coincidem com os números em posse da CPI.
"Não é por ser três contra um [que acho que o Valdemar está mentindo], é porque temos discrepância grande entre o que circulou na Guaranhuns e o que o PL diz ter recebido", disse Amir Lando.
Desde o início da acareação, os depoentes divergem sobre quem indicou a Guaranhuns para receber recursos das contas de Valério. O empresário mineiro, Simone Vasconcelos e Delúbio dizem que o tesoureiro do PL, Jacinto Lamas, indicou a Guaranhuns para receber os recursos. Valdemar diz desconhecer a empresa.
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Membros da CPI dizem haver novos beneficiários do "valerioduto"
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da Folha Online, em Brasília
As contradições encontradas pelos integrantes da CPI do Mensalão entre as versões apresentadas pelo empresário mineiro Marcos Valério Fernandes de Souza, a ex-funcionária da agência SMPB Simone Vasconcelos, o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares e o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, devem indicar nomes de novos beneficiários do "valerioduto".
Integrantes da comissão investigam o destino de R$ 4,837 milhões pagos por intermédio da empresa Guaranhuns. O valor é a diferença entre o montante que Valério diz ter repassado ao PL por meio da empresa (R$ 6,037 milhões) e o numerário assumido por Valdemar (R$ 1,2 milhão).
A.Marques/FI |
Valério e Delúbio durante acareação |
Confronto de nomes
O deputado Júlio Redecker adianta que pretende confrontar a lista de sacadores das contas de Valério com os nomes de pessoas que ocupam cargos de confiança na Câmara dos Deputados e no Senado. Com isso, Redecker espera encontrar novos sacadores e achar o destino dos R$ 4,837 milhões pagos pela Guaranhuns ainda não identificados.
O vice-presidente da CPI, Paulo Baltazar (PSB-RJ), pediu, para que a tese se confirme, que sejam quebrados os sigilos bancário, fiscal e telefônico de assessores de parlamentares. "[Essa diferença] pode ser uma mistura de caixa-dois e dinheiro para deputados", afirmou.
Um parlamentar da comissão, que prefere não se expor, adiantou que a estratégia de Redecker é correta e mostra que os recursos das contas de Marcos Valério não tinham como destinação o pagamento de dívidas de campanha de partidos da base aliada.
Os dados levantados por Redecker mostram séries de pagamentos semanais que somam R$ 500 mil durante quatro semanas. Em outra série de repasses pela Guaranhuns, os dispêndios somam R$ 300 mil que se repetem em cinco semanas.
Na terceira série, há pagamentos de R$ 200 mil por onze semanas. Há, por fim, um repasse de R$ 100 mil e outro de R$ 37,5 mil. No total, R$ 6,037 milhões, exatamente o valor expresso por Marcos Valério e negado por Costa Neto.
Mentiras
A identificação do valor em torno dos R$ 6 milhões mostra, na avaliação de integrantes da CPI, que a versão de Valdemar Costa Neto é menos crível que os argumentos apresentados por Valério, Simone e Delúbio. Além de serem maioria, as declarações dos três coincidem com os números em posse da CPI.
"Não é por ser três contra um [que acho que o Valdemar está mentindo], é porque temos discrepância grande entre o que circulou na Guaranhuns e o que o PL diz ter recebido", disse Amir Lando.
Desde o início da acareação, os depoentes divergem sobre quem indicou a Guaranhuns para receber recursos das contas de Valério. O empresário mineiro, Simone Vasconcelos e Delúbio dizem que o tesoureiro do PL, Jacinto Lamas, indicou a Guaranhuns para receber os recursos. Valdemar diz desconhecer a empresa.
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