Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
28/10/2005 - 10h07

Programa do PT manipula dados ao criticar FHC

Publicidade

da Folha de S.Paulo

Roupa suja lavada, discurso de unidade e números comparativos. Esses foram os principais temas do programa partidário de TV petista que foi ao ar ontem.

O governo Luiz Inácio Lula da Silva foi protagonista nos 20 minutos da produção, que custou, segundo o partido, R$ 150 mil. Seu antecessor, Fernando Henrique Cardoso, foi o antagonista.

Com isso, o partido de Lula deu mais um passo na estratégia que deve ser levada à disputa eleitoral de 2006: confrontar adversários mostrando diferenças --quando o assunto é o modo de governar-- e semelhanças --quando o assunto é denúncia de ilegalidade.

Ao mostrar números no programa, os petistas recorreram a conveniências nas comparações.

Ao falar sobre crescimento econômico, por exemplo, foi comparada a média alcançada pelo governo tucano (2,2% em oito anos) com o melhor ano do governo Lula até agora (5%, no ano passado). Já ao contrapor índices de inflação, o programa utilizou o número de 2002, último ano do governo FHC, e o índice do ano passado, com Lula: 12% contra 7,5%.

Primeiro desde o início da crise política, o programa não foi assinado, como de costume, pelo publicitário Duda Mendonça, que teve relações rompidas com o PT após revelar ter recebido dinheiro do esquema de Marcos Valério.

A produção contou com depoimentos de pessoas beneficiadas por programas sociais do governo, com pronunciamentos de dirigentes e até com uma cena inusitada: uma mulher lavando uma camiseta branca, torcendo-a e estendendo-a no varal. No centro da camiseta, uma estrela do PT.

"Não somos heróis, muito menos bandidos", disse o presidente do partido, deputado Ricardo Berzoini (SP), em sua fala. "Membros do nosso partido cometeram erros, mas já pedimos desculpas", afirmou Tarso Genro, ex-presidente da legenda, para quem a população não pode "se iludir" com aqueles que atacam o PT.

Assim como já havia feito em resoluções internas, Tarso bateu nos tucanos recorrendo a expressões como "privatizações selvagens" e "quebra da economia".

Segundo Tarso, a oposição "aposta no quanto pior melhor" --tal frase era usada por tucanos para atacar petistas quando estes estavam na oposição.

"Cometemos erros, mas também muitos acertos", repetiu o líder da bancada petista na Câmara, Henrique Fontana (RS).

Além de comparações entre os governos Lula e FHC, o programa trouxe uma série de depoimentos de militantes respondendo à pergunta: "Por que PT?".

Reação

Os tucanos ficaram irritados com os 20 minutos. Disseram que o PT quer desviar o foco das acusações e camuflar a crise política.

"Foi um programa de baixíssima qualidade de texto, produção e criatividade. Os argumentos são péssimos. O PT poderia ter usado o programa para pedir desculpa à nação. Cadê o Lula? Cadê o José Dirceu?", argüiu o secretário-geral do PSDB, Bismarck Maia (CE). O senador Álvaro Dias (PR), membro da CPI dos Correios, afirmou que o programa foi "pautado por um discurso antigo".

Especial
  • Leia o que já foi publicado sobre os programas do PT
  •  

    Publicidade

    Publicidade

    Publicidade


    Voltar ao topo da página