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02/11/2005 - 11h00

CPI cancela viagem para rastrear conta nos EUA

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FERNANDA KRAKOVICS
da Folha de S.Paulo, em Brasília

A CPI dos Correios cancelou por tempo indefinido a viagem que integrantes da comissão realizariam nesta semana aos Estados Unidos para tentar acesso à movimentação financeira do publicitário Duda Mendonça no exterior.

A CPI diz que não recebeu resposta do Departamento de Justiça daquele país nem da Promotoria Distrital de Nova York a respeito de audiências solicitadas.

Integrantes da comissão acusaram o Ministério da Justiça de não se empenhar no agendamento dessas reuniões e de não querer compartilhar esses documentos, que chegarão ao Brasil na próxima semana. Além do Ministério da Justiça, receberam autorização para acessar esses dados o Ministério Público e a Polícia Federal.

"Me impressiona a falta de colaboração entre os órgãos de investigação, tanto entre eles quanto deles com a CPI. Por que não dividem essas informações com a CPI? Eles entendem que a cooperação criminal entre os dois países tem natureza restritiva, mas eu entendo que a CPI tem natureza criminal, portanto deveria ter acesso a esses documentos", disse o deputado Gustavo Fruet (PSDB-PR), que é sub-relator de movimentação financeira.

O Ministério da Justiça, por meio de sua assessoria de imprensa, disse que "reafirma sua disposição de colaborar com todas as instituições para o avanço das investigações, mas tem de atuar de acordo com as normas legais".

O presidente da CPI, senador Delcídio Amaral (PT-MS), se reuniu com o ministro Márcio Thomaz Bastos (Justiça) no final da tarde de ontem, quando a viagem já tinha sido cancelada.

Em depoimento à comissão, Duda disse ter recebido R$ 10,5 milhões nas Bahamas, em 2003, como pagamento de dívidas do PT relativas às campanhas eleitorais de 2002. Ele foi marqueteiro da campanha vitoriosa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Os parlamentares querem rastrear a origem desse dinheiro.

Ao concordar com o repasse dos documentos às instituições brasileiras, a Promotoria Distrital de Nova York fez a ressalva de que esse material não deveria ser compartilhado com o Congresso brasileiro devido ao vazamento de informações sigilosas ocorrido na CPI do Banestado.

"Isso é uma desconsideração ao Congresso brasileiro e o DRCI [Departamento de Recuperação de Ativos do Ministério da Justiça] não tem se empenhado", disse Fruet. A relação da CPI com as instituições norte-americanas tem de ser feita através do DRCI.

No primeiro contato, o ministério não incluiu a CPI no pedido de acesso às informações temendo que ele fosse negado em conjunto. Depois que a autorização foi concedida, o ministério solicitou sua extensão à CPI, o que foi negado.

O passo seguinte seria a ida dos parlamentares a Washington e a Nova York. Eles foram à Embaixada dos Estados Unidos no último dia 21 preparar a viagem, mas somente na última sexta-feira encaminharam ao DRCI a solicitação de audiências.

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