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08/11/2005 - 09h11

Testemunha detalha doação de bingos à campanha de Lula

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ROGÉRIO PAGNAN
MARIO CESAR CARVALHO
da Folha de S.Paulo

Depoimento colhido ontem pela CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do Bingos aponta o empresário Roberto Carlos Kurzweil como o responsável pela captação de parte dos recursos da campanha de Luiz Inácio Lula da Silva em 2002, em nome de Antonio Palocci Filho, então prefeito de Ribeirão Preto.

O depoimento, sigiloso, foi de uma testemunha, ligada ao PT, que coloca Kurzweil no papel de um "Renato Granado" paulista --uma referência ao suposto arrecadador de dinheiro dos bingos no Rio de Janeiro.

De acordo com essa testemunha, o empresário teria conseguido doação de R$ 1 milhão de dois empresários angolanos, donos de bingos em São Paulo. O acerto da doação ocorreu num jantar promovido por Kurzweil em Ribeirão Preto, no qual Palocci teria recebido os empresários angolanos.

O valor da doação coincide com o apontado pelo advogado Rogério Tadeu Buratti em depoimento à CPI dos Bingos em agosto deste ano. O que difere é o nome do "operador". Na época, Buratti apontou o ex-secretário da Fazenda de Palocci na Prefeitura de Ribeirão Ralf Barquete Santos --que morreu no ano passado, de câncer-- como o responsável pela captação. Nessa nova versão, o trabalho de Barquete seria apenas coletar o dinheiro para ser entregue ao então tesoureiro do PT, Delúbio Soares.

Kurzweil é o mesmo que alugou um Omega blindado para o PT em 2002, carro que, segundo reportagem da revista "Veja", teria sido utilizado para transportar dólares vindos de Cuba. O Omega foi cedido diretamente a Palocci. O carro blindado foi uma precaução que o partido tomou depois do assassinato de Celso Daniel, prefeito de Santo André.

O motorista que teria transportado os dólares para o diretório do PT, Éder Eustáquio Soares Macedo, também foi cedido a Palocci por Kurzweil. Ainda em 2002, Delúbio Soares também utilizou um Omega do empresário, que é sócio da locadora de veículos blindados Locablin.

Em Ribeirão Preto, na primeira administração de Palocci (1993-1996), Kurzweil venceu, junto com um consórcio de empresas, uma concorrência de cerca de R$ 400 milhões para implantar e operar o serviço de tratamento de esgoto até 2018.

Além de Kurzweil, outro empresário guindado à crise por esses novos relatos é Moacir Castelli, ligado ao setor imobiliário de Ribeirão Preto. Ele teria doado recursos para a campanha do PT.

O responsável por essa intermediação seria Vladimir Poleto, ex-funcionário da Secretaria da Fazenda de Ribeirão e o responsável, segundo a "Veja", pelo transporte dos dólares de Cuba.

Especial
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