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16/11/2005
-
18h43
FELIPE RECONDO
da Folha Online, em Brasília
O ministro da Fazenda, Antonio Palocci, negou, em depoimento à CAE (Comissão de Assuntos Econômicos do Senado), desvios de recursos da Prefeitura de Ribeirão Preto durante sua gestão para o PT. Os recursos seriam repassados por empresas prestadoras de serviços com contratos na prefeitura para compor o caixa de campanha do PT.
"Vou reafirmar aqui o que disse há dois meses quando se falava em mensalinho, mensalão ou caixa dois. Aquela acusação de que uma empresa dava R$ 50 mil ao PT, tirados do serviço prestado à prefeitura, é falsa e não será comprovada, porque é falsa", declarou. "Eu digo e repito porque sei o que fiz e o que não fiz. E isso eu não fiz", afirmou.
Palocci negou também que houvesse caixa dois no orçamento da prefeitura de Ribeirão. "Como pode uma Prefeitura do porte de Ribeirão Preto ter duas contabilidades?", perguntou-se. O ministro disse que não seria possível a irregularidade porque as contas da cidade são acompanhadas pela Câmara, pelo TCU (Tribunal de Contas da União) e pelo Ministério Público, a quem Palocci classificou como "não muito amigo".
A fonte principal das acusações contra Palocci é seu ex-assessor, o advogado Rogério Buratti. Foi ele um dos responsáveis por confirmar a denúncia de que haveria remessa de recursos de Cuba para o PT, desvio de dinheiro de empresas de Ribeirão para o PT ou pedido de contribuição de donos de bingos na cidade.
O ministro da Fazenda disse que não pensa, neste momento, em processar Buratti e jornais que publicam matérias com as denúncias. A possibilidade de ingressar na Justiça com ações será analisada ao final das investigações das CPIs dos Correios e dos Bingos e do Ministério Público.
Investigações políticas
Palocci criticou a ação do Ministério Público de São Paulo no depoimento de Buratti. Antes de concluído, promotores concederam entrevista, revelando parte das acusações feitas ao ministro e ex-prefeito de Ribeirão Preto.
"Quando isso acontece enxergo interesse político por trás da instituição e isso devemos combater", afirmou Palocci. "Não me considero acima de qualquer suspeita. Estou acostumado a ter na minha cidade, depois que deixo a administração, investigações desenfreadas com interesses políticos claros que se fazem contra a minha pessoa", acrescentou.
O ministro reclamou ainda da decisão de delegados de Ribeirão que pediram à prefeitura a remessa de todos os contratos assinados por Palocci. "Isso caracteriza devassa, não investigação. Investigação deve ter foco. Devassa não é um critério constitucional para se fazer investigação, mas isso tem sido feito", declarou.
O ministro disse que contribuirá com as investigações e afirmou estar à disposição para prestar informações consideradas necessárias para as investigações. "Estou à disposição de qualquer instância desta Casa", afirmou.
Apesar da declaração, a base governista na CPI dos Bingos barra constantemente a votação do requerimento sobre a convocação de Palocci para que preste depoimento. A oposição, inclusive, decidiu hoje tratar apenas de assuntos econômicos na CAE para depois levá-lo à CPI.
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da Folha Online, em Brasília
O ministro da Fazenda, Antonio Palocci, negou, em depoimento à CAE (Comissão de Assuntos Econômicos do Senado), desvios de recursos da Prefeitura de Ribeirão Preto durante sua gestão para o PT. Os recursos seriam repassados por empresas prestadoras de serviços com contratos na prefeitura para compor o caixa de campanha do PT.
"Vou reafirmar aqui o que disse há dois meses quando se falava em mensalinho, mensalão ou caixa dois. Aquela acusação de que uma empresa dava R$ 50 mil ao PT, tirados do serviço prestado à prefeitura, é falsa e não será comprovada, porque é falsa", declarou. "Eu digo e repito porque sei o que fiz e o que não fiz. E isso eu não fiz", afirmou.
Palocci negou também que houvesse caixa dois no orçamento da prefeitura de Ribeirão. "Como pode uma Prefeitura do porte de Ribeirão Preto ter duas contabilidades?", perguntou-se. O ministro disse que não seria possível a irregularidade porque as contas da cidade são acompanhadas pela Câmara, pelo TCU (Tribunal de Contas da União) e pelo Ministério Público, a quem Palocci classificou como "não muito amigo".
A fonte principal das acusações contra Palocci é seu ex-assessor, o advogado Rogério Buratti. Foi ele um dos responsáveis por confirmar a denúncia de que haveria remessa de recursos de Cuba para o PT, desvio de dinheiro de empresas de Ribeirão para o PT ou pedido de contribuição de donos de bingos na cidade.
O ministro da Fazenda disse que não pensa, neste momento, em processar Buratti e jornais que publicam matérias com as denúncias. A possibilidade de ingressar na Justiça com ações será analisada ao final das investigações das CPIs dos Correios e dos Bingos e do Ministério Público.
Investigações políticas
Palocci criticou a ação do Ministério Público de São Paulo no depoimento de Buratti. Antes de concluído, promotores concederam entrevista, revelando parte das acusações feitas ao ministro e ex-prefeito de Ribeirão Preto.
"Quando isso acontece enxergo interesse político por trás da instituição e isso devemos combater", afirmou Palocci. "Não me considero acima de qualquer suspeita. Estou acostumado a ter na minha cidade, depois que deixo a administração, investigações desenfreadas com interesses políticos claros que se fazem contra a minha pessoa", acrescentou.
O ministro reclamou ainda da decisão de delegados de Ribeirão que pediram à prefeitura a remessa de todos os contratos assinados por Palocci. "Isso caracteriza devassa, não investigação. Investigação deve ter foco. Devassa não é um critério constitucional para se fazer investigação, mas isso tem sido feito", declarou.
O ministro disse que contribuirá com as investigações e afirmou estar à disposição para prestar informações consideradas necessárias para as investigações. "Estou à disposição de qualquer instância desta Casa", afirmou.
Apesar da declaração, a base governista na CPI dos Bingos barra constantemente a votação do requerimento sobre a convocação de Palocci para que preste depoimento. A oposição, inclusive, decidiu hoje tratar apenas de assuntos econômicos na CAE para depois levá-lo à CPI.
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