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29/11/2005 - 15h10

Saiba mais sobre os trabalhos da CPI dos Bingos

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da Folha Online

Apelidada de "CPI do Fim do Mundo", a comissão parlamentar que investiga a relação entre as casas de jogo e o crime organizado se notabilizou dentro do noticiário político por abrir várias linhas de investigação, todas elas de uma forma ou de outra constrangedoras para o governo.

Instalada no final de junho para investigar o primeiro escândalo de importância no governo Lula --o caso Waldomiro Diniz--, foi prorrogada de outubro deste ano para abril de 2006, tal a extensão das áreas a serem investigadas, algumas delas, sem ligação aparente com o tema "casas de jogo".

O caso Waldomiro Diniz ainda hoje rende manchetes de jornal pouco favoráveis para o Planalto e os partidos da base aliada. Diniz, que foi assessor da Casa Civil, é acusado de ter intermediado a cobrança de propina para a renovação do contrato da multinacional GTech com a Caixa Econômica Federal.

Ele deixou a Casa Civil depois da divulgação de uma fita em que ele aparecia negociando propina e pedindo recursos para campanhas do PT com o empresário de jogos Carlinhos Cachoeira. A GTech é a empresa multinacional que detém o monopólio da exploração das loterias da CEF.

Celso, Toninho e Paulo

Os parlamentares dessa CPI também já convocaram testemunhas para depor sobre o caso Celso Daniel, o prefeito de Santo André, vinculado ao PT, assassinado em 2002, e também sobre o assassinato do prefeito de Campinas, também petista, Antonio da Costa Santos (o Toninho do PT), em 2001.

Também entrou no escopo das investigações o chamado "caso Cuba", a suposta doação de recursos desse país para a campanha do PT de 2002, além da convocação do presidente do Sebrae, Paulo Okamotto, para esclarecer o pagamento de uma dívida do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com seu partido.

Em princípio, nenhum desses quatro casos tinha ligação com a finalidade oficial da CPI dos Bingos: "investigar e apurar a utilização das casas de bingo para a prática de crimes de lavagem ou ocultação de bens, direitos e valores, bem como a relação dessas casas e das empresas concessionárias de apostas com o crime organizado".

Recentemente, a comissão abriu uma nova linha de investigação, a partir das denúncias do ex-assessor e advogado Rogério Buratti, que trabalhou para o ministro Antonio Palocci quando prefeito de Ribeirão Preto nos anos 90. Buratti acusou um suposto esquema de pagamento de propinas à prefeitura por empresários da cidade para formação de um caixa 2 do PT.

Como justificativa para a atuação, o presidente da comissão, senador Efraim Morais (PFL-PB), afirma que a comissão deve provar com o avanço das investigações que há ligação das denúncias de corrupção em Ribeirão Preto com os bingos.

A respeito do caso Celso Daniel e Toninho do PT, o senador afirma que a CPI vai mostrar conexão com a máfia dos jogos. "Estamos tentando provar exatamente que havia ligações do grupo de Santo André com o jogo", disse, em entrevista à Folha de S.Paulo. "Temos informações da máfia dos jogos envolvida tanto em Santo André como em Campinas e Ribeirão", afirma.

Sobre a convocação de Paulo Okamotto, Efraim justificou dessa forma: "Ele pagou contas do presidente Lula. Foi para a CPI e não conseguiu dizer de onde veio esse dinheiro, por que pagou... A CPI tem uma amplitude nesse sentido. De onde veio esse dinheiro? Ele não esclareceu isso. O foco, nesse caso, é a dúvida com relação à origem do dinheiro".

Segundo o relator da comissão, senador Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN), nem todos os assuntos serão citados no relatório final.

O caso de Okamotto, por exemplo, não deve ser mencionado. As investigações sobre o assassinato de Celso Daniel também não deverão ser incluídas. O relatório deve apenas tratar do suposto esquema de arrecadação de propina em Santo André.

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