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29/11/2005
-
14h52
FELIPE RECONDO
da Folha Online, em Brasília
No depoimento mais rápido já prestado à CPI dos Bingos --uma hora e quarenta minutos--, o assessor do Ministério da Fazenda, Ademirson Ariovaldo da Silva, deixou insatisfeitos o presidente da comissão, senador Efraim Moraes (PFL-PB), e o relator, senador Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN). "O depoimento foi péssimo. Ele negou tudo", afirmou o relator.
Por conta disso, a CPI deve analisar amanhã um requerimento que pede a acareação entre Ademirson, o advogado Rogério Buratti, o ex-chefe de gabinete do ministério Juscelino Dourado e o ex-assessor da prefeitura de Ribeirão Preto Vladimir Poleto, todos supostamente envolvidos na negociação entre o contrato da GTech e a Caixa Econômica.
Ademirson negou que negociasse com Buratti, Poleto e Barquete termos da renovação do contrato entre a Caixa Econômica e a GTech, Disse, inclusive, que desconhecia a empresa e só soube do caso de pedido de propina envolvendo a Gtech pela imprensa.
Apesar das negativas, os integrantes da CPI dizem que os dados dos sigilos telefônicos levam a comissão a desconfiar das negativas do assessor de Palocci. Pelos dados em posse da comissão, no dia em que seria renovado o contrato entre a Caixa e a Gtech, por exemplo, Buratti telefonava para Ralf Barquete que, em seguida --em determinado caso no intervalo de oito minutos--, ligava para Ademirson. No total, as ligações somaram 14. O mesmo ocorreu no dia em que o contrato foi assinado.
"É impossível que o senhor não esteja nesta triangulação que está sendo mostrada. O que sinto é que o senhor terá de voltar a esta CPI com outros companheiros", afirmou o presidente da comissão. "Ele [Ademirson] é o homem que estava, juntamente com o Juscelino Dourado, repassando informações [de dentro do governo] a Buratti e Poleto", acrescentou o senador.
O líder do PFL no Senado, José Agripino (RN), disse que o depoimento de hoje deixa Palocci sob suspeita. "Eu acho que o Ademirson se complica e complica o ministro. O Palocci vai chegar à comissão sob a suspeita de um depoimento falso da pessoa que tinha a responsabilidade de passar telefonemas para ele", afirmou.
O senador Tião Viana (PT-AC) disse que as afirmações de Ademirson coincidem com suas responsabilidades como assessor da Fazenda. O depoente disse, no início do depoimento, que cuida apenas da agenda do ministro e anota telefonemas destinados a Palocci. "Na minha opinião ele foi convincente", disse.
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Assessor de Palocci nega denúncias e deve participar de acareação
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da Folha Online, em Brasília
No depoimento mais rápido já prestado à CPI dos Bingos --uma hora e quarenta minutos--, o assessor do Ministério da Fazenda, Ademirson Ariovaldo da Silva, deixou insatisfeitos o presidente da comissão, senador Efraim Moraes (PFL-PB), e o relator, senador Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN). "O depoimento foi péssimo. Ele negou tudo", afirmou o relator.
Por conta disso, a CPI deve analisar amanhã um requerimento que pede a acareação entre Ademirson, o advogado Rogério Buratti, o ex-chefe de gabinete do ministério Juscelino Dourado e o ex-assessor da prefeitura de Ribeirão Preto Vladimir Poleto, todos supostamente envolvidos na negociação entre o contrato da GTech e a Caixa Econômica.
Ademirson negou que negociasse com Buratti, Poleto e Barquete termos da renovação do contrato entre a Caixa Econômica e a GTech, Disse, inclusive, que desconhecia a empresa e só soube do caso de pedido de propina envolvendo a Gtech pela imprensa.
Apesar das negativas, os integrantes da CPI dizem que os dados dos sigilos telefônicos levam a comissão a desconfiar das negativas do assessor de Palocci. Pelos dados em posse da comissão, no dia em que seria renovado o contrato entre a Caixa e a Gtech, por exemplo, Buratti telefonava para Ralf Barquete que, em seguida --em determinado caso no intervalo de oito minutos--, ligava para Ademirson. No total, as ligações somaram 14. O mesmo ocorreu no dia em que o contrato foi assinado.
"É impossível que o senhor não esteja nesta triangulação que está sendo mostrada. O que sinto é que o senhor terá de voltar a esta CPI com outros companheiros", afirmou o presidente da comissão. "Ele [Ademirson] é o homem que estava, juntamente com o Juscelino Dourado, repassando informações [de dentro do governo] a Buratti e Poleto", acrescentou o senador.
O líder do PFL no Senado, José Agripino (RN), disse que o depoimento de hoje deixa Palocci sob suspeita. "Eu acho que o Ademirson se complica e complica o ministro. O Palocci vai chegar à comissão sob a suspeita de um depoimento falso da pessoa que tinha a responsabilidade de passar telefonemas para ele", afirmou.
O senador Tião Viana (PT-AC) disse que as afirmações de Ademirson coincidem com suas responsabilidades como assessor da Fazenda. O depoente disse, no início do depoimento, que cuida apenas da agenda do ministro e anota telefonemas destinados a Palocci. "Na minha opinião ele foi convincente", disse.
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