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29/11/2005
-
21h14
HUDSON CORRÊA
da Agência Folha, em Campo Grande
A Polícia Federal fez nesta terça-feira uma operação contra a invasão, grilagem e desmatamento em uma área onde vivem índios isolados (ainda sem contato com não-índios) situada no município de Colniza (MT), na divisa com o Amazonas.
O juiz federal Julier Sebastião da Silva, de Cuiabá, decretou a prisão temporária (por cinco dias) de 75 pessoas, entre "empresários, madeireiros, grileiros, membros da associação localizada em Colniza destinada a lotear a terra indígena do Rio Pardo e pistoleiros".
O último boletim da PF, divulgado no início da noite de hoje, apontava que 18 pessoas já tinham sido presas, incluindo o secretário municipal de Habitação de Cuiabá, Oscar Soares Martins, 44.
Segundo a PF, a operação envolveu 120 policiais federais, que cumpriram mandados de prisão e de busca e apreensão em Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e São Paulo.
Embora batizada de operação Rio Pardo, em referência ao nome da terra indígena, o juiz federal informou em seu despacho que o caso é um desdobramento da operação Curupira, de combate ao desmatamento, que resultou, em junho, na prisão de mais de 80 pessoas --incluindo diretores do Ibama e da Sema (Secretaria do Meio Ambiente) de Mato Grosso.
A área Rio Pardo tem 53 mil hectares e foi interditada pela Funai (Fundação Nacional do Índio) em 2001, após a descoberta de que na região vive um povo indígena ainda isolado, conhecido como "baixinhos".
Segundo a acusação do MPF (Ministério Público Federal), a área foi invadida por grileiros que buscam tomar posse das terras, extrair madeira e exterminar os "baixinhos", perseguidos com armas de fogo e até bombas.
A PF informou que grileiros comercializam lotes de 499 hectares dentro da área.
Em outro esquema, ligado à fraude descoberta na operação Curupira, foi apresentado na Sema plano de manejo ilegal para extrair madeira dentro da área indígena.
Um desses planos saiu em nome de Martins, o secretário municipal de Habitação em Cuiabá, preso. Segundo o procurador-geral do Município, José Antônio Rosa, o nome de Martins foi usado indevidamente, pois desde 1987 ele não possui terras na região de Colniza.
A operação Curupira mostrou, segundo o juiz federal, "o possível envolvimento da Sulmap-Sul Amazônia Madeiras e Agropecuária em atividades de exploração ilícita na terra indígena do rio Pardo, através de utilização de planos de manejos ilícitos".
A reportagem procurou a direção da Sulmap em Várzea Grande (MT), mas foi informada que não havia um diretor que pudesse dar entrevista.
Conforme o juiz afirma, tendo como base na acusação do MPF, a Sulmap incentiva posseiros a invadir na área "para dar curso à ação de extermínio dos índios" na região.
A Funai ainda tenta contato com os índios. Nos últimos 30 anos, eles mudaram nove vezes de aldeia devido à ameaça de grileiros, relata o juiz.
Especial
Leia o que já foi publicado sobre grilagem
PF faz operação contra grilagem e desmatamento em área indígena
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da Agência Folha, em Campo Grande
A Polícia Federal fez nesta terça-feira uma operação contra a invasão, grilagem e desmatamento em uma área onde vivem índios isolados (ainda sem contato com não-índios) situada no município de Colniza (MT), na divisa com o Amazonas.
O juiz federal Julier Sebastião da Silva, de Cuiabá, decretou a prisão temporária (por cinco dias) de 75 pessoas, entre "empresários, madeireiros, grileiros, membros da associação localizada em Colniza destinada a lotear a terra indígena do Rio Pardo e pistoleiros".
O último boletim da PF, divulgado no início da noite de hoje, apontava que 18 pessoas já tinham sido presas, incluindo o secretário municipal de Habitação de Cuiabá, Oscar Soares Martins, 44.
Segundo a PF, a operação envolveu 120 policiais federais, que cumpriram mandados de prisão e de busca e apreensão em Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e São Paulo.
Embora batizada de operação Rio Pardo, em referência ao nome da terra indígena, o juiz federal informou em seu despacho que o caso é um desdobramento da operação Curupira, de combate ao desmatamento, que resultou, em junho, na prisão de mais de 80 pessoas --incluindo diretores do Ibama e da Sema (Secretaria do Meio Ambiente) de Mato Grosso.
A área Rio Pardo tem 53 mil hectares e foi interditada pela Funai (Fundação Nacional do Índio) em 2001, após a descoberta de que na região vive um povo indígena ainda isolado, conhecido como "baixinhos".
Segundo a acusação do MPF (Ministério Público Federal), a área foi invadida por grileiros que buscam tomar posse das terras, extrair madeira e exterminar os "baixinhos", perseguidos com armas de fogo e até bombas.
A PF informou que grileiros comercializam lotes de 499 hectares dentro da área.
Em outro esquema, ligado à fraude descoberta na operação Curupira, foi apresentado na Sema plano de manejo ilegal para extrair madeira dentro da área indígena.
Um desses planos saiu em nome de Martins, o secretário municipal de Habitação em Cuiabá, preso. Segundo o procurador-geral do Município, José Antônio Rosa, o nome de Martins foi usado indevidamente, pois desde 1987 ele não possui terras na região de Colniza.
A operação Curupira mostrou, segundo o juiz federal, "o possível envolvimento da Sulmap-Sul Amazônia Madeiras e Agropecuária em atividades de exploração ilícita na terra indígena do rio Pardo, através de utilização de planos de manejos ilícitos".
A reportagem procurou a direção da Sulmap em Várzea Grande (MT), mas foi informada que não havia um diretor que pudesse dar entrevista.
Conforme o juiz afirma, tendo como base na acusação do MPF, a Sulmap incentiva posseiros a invadir na área "para dar curso à ação de extermínio dos índios" na região.
A Funai ainda tenta contato com os índios. Nos últimos 30 anos, eles mudaram nove vezes de aldeia devido à ameaça de grileiros, relata o juiz.
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