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30/11/2005 - 22h49

Líder do PT na Câmara diz que não há provas contra Dirceu

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da Folha Online

O líder do PT, Henrique Fontana (RS), pediu que o Plenário faça uma reflexão sobre o processo contra o deputado José Dirceu (PT-SP). Segundo ele, o respeito ao direito de os cidadãos serem julgados com base em fatos concretos e em provas materiais é fundamental para a democracia. "Não há respaldo, em nenhuma prova material contra Dirceu, para a acusação de quebra de decoro; os julgamentos podem ser políticos, mas não puramente políticos", argumentou.

Segundo Fontana, até mesmo os adversários políticos devem ser julgados com total isenção. "O meu pedido é de que nós sejamos absolutamente imparciais. Em 40 anos de vida pública, Dirceu jamais foi condenado por qualquer ato ilícito. Ele não mudaria do dia para a noite", concluiu.

Para defender a cassação de Dirceu, o líder do PSDB, Alberto Goldman (SP), acusou o ex-ministro da Casa Civil de incoerência. Ele contestou a declaração de Dirceu, que disse nunca ter criticado o STF (Supremo Tribunal Federal), mostrando uma reportagem em que Dirceu reclamava de uma decisão favorável do Supremo ao ex-presidente Fernando Collor.

Goldman lembrou ainda uma frase de Dirceu sobre políticos acusados de corrupção: "O que é público e notório dispensa provas". Por isso, segundo ele, o ex-ministro foi incoerente ao alegar que não pode ser cassado sem provas.

Votação

A sessão extraordinária para votar o processo de Dirceu teve início às 19h30, com quorum de 260 parlamentares.

O relator do processo no Conselho de Ética, Julio Delgado (PSB-MG), usou seu tempo para defender a cassação de Dirceu. O ex-ministro discursou por 41 minutos porque usou também o tempo de seu advogado.

Deputados favoráveis e contra a cassação se manifestaram e a presidência da Casa já determinou o início da votação, que é secreta. Em seguida, haverá a contagem dos votos.

Com Agência Câmara

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