Publicidade
Publicidade
04/12/2005
-
09h10
RENATA LO PRETE
do Painel, da Folha de S.Paulo
O tesoureiro do PT, Paulo Ferreira, disse à Folha na sexta-feira que "não há registro", na contabilidade do partido, do depósito feito em benefício da empresa do vice-presidente da República em 17 de maio deste ano para quitar parte de uma dívida da campanha eleitoral de 2004. "Não há nada dessa natureza registrado. Nenhum pagamento de R$ 1 milhão à Coteminas", sustenta Ferreira.
A nova direção nacional do PT, eleita em outubro passado, reconhece uma dívida de "mais de R$ 11 milhões" com a empresa e diz que nada foi pago até agora.
As declarações de Ferreira se chocam com a versão de Delúbio Soares, que ainda respondia pelas finanças do partido quando foi feito o depósito para a Coteminas. Por meio de seu advogado, Arnaldo Malheiros, Delúbio disse que, embora não tenha mais acesso às contas do PT, se recorda de uma dívida de campanha com a empresa de José Alencar. Segundo ele, esse débito foi registrado e vinha sendo pago "aos poucos".
Confrontado com as declarações de seu sucessor na tesouraria, Delúbio reafirmou que "alguma coisa" da dívida foi paga, com o devido registro na contabilidade partidária. Embora não esclareça a origem do dinheiro, nega que tenha vindo de Marcos Valério.
A Coteminas afirma ter cobrado cerca de R$ 12 milhões pelas camisetas fornecidas para candidaturas municipais do PT Brasil afora. As 50 notas fiscais do serviço foram emitidas entre 9 de setembro e 18 de outubro de 2004. O débito deveria ser quitado em três parcelas até janeiro deste ano.
No entanto, antes mesmo do vencimento da primeira delas, o PT solicitou prorrogação do prazo. Em novembro de 2004, ainda sob a administração Genoino/Delúbio, o partido e a Coteminas chegaram a um acordo. As duas partes assinaram um documento estabelecendo novas datas, igualmente descumpridas.
O pagamento de maio, reportado pelo Bradesco ao Coaf, foi o único realizado até o momento. Segundo Josué Gomes da Silva, filho de José Alencar e presidente da Coteminas, o dinheiro foi levado "por uma senhora" do partido, de cujo nome não se lembra. Ele não discute a origem dos recursos: "Era dinheiro do PT. Eu não tinha por que pensar diferente".
O saldo devedor é semelhante ao valor da dívida reconhecido pela nova direção do partido, embora esta negue qualquer registro do pagamento em suas contas.
Há cerca de dez dias, o tesoureiro Paulo Ferreira teve reunião com um diretor da Coteminas. Antes, o presidente do PT, Ricardo Berzoini, havia se encontrado com Gomes da Silva.
Ferreira diz esperar que, a exemplo do que teria sido conseguido com outros credores, o partido chegue a um acordo com a Coteminas, "dentro de termos possíveis para a realidade do PT".
A despeito da sucessão de prazos não-cumpridos, o filho de José Alencar ainda não pretende tomar providências fora da mesa de negociação. Diz acreditar que o PT pagará o que deve.
Colaborou Guilherme Barros, colunista da Folha de S.Paulo
Leia mais
PT fez depósito de R$ 1 mi em dinheiro para empresa de vice
Especial
Leia a cobertura completa sobre a crise em Brasília
"Não há registro do depósito", diz nova cúpula do PT
Publicidade
do Painel, da Folha de S.Paulo
O tesoureiro do PT, Paulo Ferreira, disse à Folha na sexta-feira que "não há registro", na contabilidade do partido, do depósito feito em benefício da empresa do vice-presidente da República em 17 de maio deste ano para quitar parte de uma dívida da campanha eleitoral de 2004. "Não há nada dessa natureza registrado. Nenhum pagamento de R$ 1 milhão à Coteminas", sustenta Ferreira.
A nova direção nacional do PT, eleita em outubro passado, reconhece uma dívida de "mais de R$ 11 milhões" com a empresa e diz que nada foi pago até agora.
As declarações de Ferreira se chocam com a versão de Delúbio Soares, que ainda respondia pelas finanças do partido quando foi feito o depósito para a Coteminas. Por meio de seu advogado, Arnaldo Malheiros, Delúbio disse que, embora não tenha mais acesso às contas do PT, se recorda de uma dívida de campanha com a empresa de José Alencar. Segundo ele, esse débito foi registrado e vinha sendo pago "aos poucos".
Confrontado com as declarações de seu sucessor na tesouraria, Delúbio reafirmou que "alguma coisa" da dívida foi paga, com o devido registro na contabilidade partidária. Embora não esclareça a origem do dinheiro, nega que tenha vindo de Marcos Valério.
A Coteminas afirma ter cobrado cerca de R$ 12 milhões pelas camisetas fornecidas para candidaturas municipais do PT Brasil afora. As 50 notas fiscais do serviço foram emitidas entre 9 de setembro e 18 de outubro de 2004. O débito deveria ser quitado em três parcelas até janeiro deste ano.
No entanto, antes mesmo do vencimento da primeira delas, o PT solicitou prorrogação do prazo. Em novembro de 2004, ainda sob a administração Genoino/Delúbio, o partido e a Coteminas chegaram a um acordo. As duas partes assinaram um documento estabelecendo novas datas, igualmente descumpridas.
O pagamento de maio, reportado pelo Bradesco ao Coaf, foi o único realizado até o momento. Segundo Josué Gomes da Silva, filho de José Alencar e presidente da Coteminas, o dinheiro foi levado "por uma senhora" do partido, de cujo nome não se lembra. Ele não discute a origem dos recursos: "Era dinheiro do PT. Eu não tinha por que pensar diferente".
O saldo devedor é semelhante ao valor da dívida reconhecido pela nova direção do partido, embora esta negue qualquer registro do pagamento em suas contas.
Há cerca de dez dias, o tesoureiro Paulo Ferreira teve reunião com um diretor da Coteminas. Antes, o presidente do PT, Ricardo Berzoini, havia se encontrado com Gomes da Silva.
Ferreira diz esperar que, a exemplo do que teria sido conseguido com outros credores, o partido chegue a um acordo com a Coteminas, "dentro de termos possíveis para a realidade do PT".
A despeito da sucessão de prazos não-cumpridos, o filho de José Alencar ainda não pretende tomar providências fora da mesa de negociação. Diz acreditar que o PT pagará o que deve.
Colaborou Guilherme Barros, colunista da Folha de S.Paulo
Leia mais
Especial
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Nomeação de novo juiz do Supremo pode ter impacto sobre a Lava Jato
- Indicação de Alexandre de Moraes vai aprofundar racha dentro do PSDB
- Base no Senado exalta currículo de Moraes e elogia indicação
- Na USP, Moraes perdeu concursos e foi acusado de defender tortura
- Escolha de Moraes só possui semelhança com a de Nelson Jobim em 1997
+ Comentadas
- Manifestantes tentam impedir fala de Moro em palestra em Nova York
- Temer decide indicar Alexandre de Moraes para vaga de Teori no STF
+ EnviadasÍndice