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13/12/2005 - 10h38

Indígenas urbanos têm fecundidade e mortalidade baixas, diz IBGE

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JANAINA LAGE
da Folha Online, no Rio

Os indígenas que vivem em regiões urbanas acompanham o padrão da composição por sexo e idade da população brasileira em geral. Na prática, eles apresentam taxas de fecundidade e mortalidade moderadamente baixas, revela a pesquisa sobre tendências demográficas da população indígena, divulgada hoje pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

A idade mediana da população indígena no Brasil, segundo os dados do Censo 2000, foi de 23,2 anos de idade. Para os homens, a idade ficou em 22,9 anos e para as mulheres, em 23,5 anos.

A pesquisa revela características estruturais distintas para a população que se autodeclarou indígena nas diferentes regiões do país e entre áreas urbanas e rurais. A idade mediana da população indígena urbana é quase o dobro da idade da população indígena rural (30,1 anos e 16,8 anos, respectivamente).

Para a população indígena que vivia em áreas rurais dos municípios em terras indígenas, a população era ainda mais jovem, com uma idade mediana de 15,9 anos. Entre as regiões, a menor idade mediana foi verificada no Norte, com 17,2 anos e a maior, no Sudeste, com 31,8 anos.

Segundo o IBGE, existe pouca representatividade da população mais jovem, particularmente os menores de 15 anos, entre os índios que moram em áreas urbanas. "O formato é típico de populações com taxas de natalidade e mortalidade baixas, ou expostas a migrações altamente seletivas por idade. São duas situações que dificilmente se aplicariam ao universo dos indígenas no Brasil", diz a pesquisa.

O instituto levanta hipóteses para justificar o fenômeno, que foi classificado como um "fenômeno sócio-antropológico e demográfico bastante complexo". Para o IBGE, é possível que a participação pequena dos jovens possa ser atribuída ao processo de migração para as cidades, principalmente de jovens e adultos jovens para fins de trabalho e educação. Outra hipótese é de que na população indígena urbana estariam pelo menos dois grupos de indivíduos, os migrantes vindos de comunidades indígenas e pessoas que se declararam indígenas, mas que não se identificam com comunidades específicas.

Há ainda a hipótese de que o auto-reconhecimento do indígena urbano como tal não se estenda aos filhos.

No país como um todo, a contribuição do segmento de crianças e adolescentes indígenas de 0 a 14 anos de idade no total da população indígena passou de 41,8% em 1991 para 32,6% em 2000. O grupo de idosos de 65 anos ou mais, aumentou no mesmo período de 4,7% para 5,8%.

Na área urbana, os inativos correspondiam a pouco mais de um terço dos potencialmente ativos. Na área rural, a relação era de praticamente um inativo para cada ativo.

A migração interregional de indígenas era bastante reduzida em 1991 e em 2000, variando de 1,3% a 3,7%. Somente no Sudeste esta situação era diferente. Cerca de 30% dos indígenas residentes eram naturais de outras regiões brasileiras, principalmente do Nordeste. Em 2000, o Centro-Oeste aumentou sua proporção de migrantes, passando de 3,8% em 1991 para 12,4%. Deste total, metade vinha do Nordeste.

A maioria dos que se declararam indígenas nasceu no Norte e no Nordeste do país (63,8% em 1991 e 57,8% em 2000). O Sudeste se tornou a terceira maior região em participação da população indígena em 2000, ao superar o Centro-Oeste.

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