Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
06/01/2006 - 10h07

Cassáveis do PT devem ficar no "fim da fila"

Publicidade

SILVIO NAVARRO
ADRIANO CEOLIN
da Folha de s.Paulo

Os cinco deputados petistas ameaçados de perda de mandato por envolvimento no escândalo do "mensalão" deverão ficar no final da fila de conclusão dos processos de cassação em curso no Conselho de Ética da Câmara.

Segundo calendário estipulado pelo presidente do conselho, Ricardo Izar (PTB-SP), ao menos três dos 11 processos devem passar na frente dos casos dos petistas. O primeiro será o do presidente do PP, Pedro Corrêa (PE). Na seqüência, serão finalizados os de Roberto Brant (MG) e Wanderval Santos (PL-SP).

Dos cinco petistas, o único caso apontado como "mais adiantado" por Izar é o do deputado Professor Luizinho (SP), cujo relator, Pedro Canedo (PP-GO), deverá recomendar uma pena mais branda --como uma advertência.

A seguir, os petistas João Paulo Cunha (SP), Josias Gomes (BA), João Magno (MG) e José Mentor (SP) deverão ter seus processos concluídos no final de março ou em meados de abril.

Segundo Izar, o atraso se deve à liminar obtida pelos petistas no Supremo Tribunal Federal que retardou a abertura dos processos.

Nos bastidores, entretanto, integrantes do próprio conselho afirmam que há uma morosidade dos relatores com o intuito de "segurar" a conclusão dos processos contra os petistas. A estratégia de deixá-los por último visaria aguardar o final dos demais casos para avaliar a repercussão de absolvições e dar mais tempo aos acusados para tentar costurar apoio para reverter pedidos de cassação no plenário.

Izar agendou reunião na segunda-feira para tratar do tema com o relator da CPI dos Correios, Osmar Serraglio (PMDB-PR), e prometeu dar um "ultimato" aos 11 relatores do Conselho de Ética.

"Vou pressionar os relatores, vou chamar um por um. Quero perguntar o que falta para cada processo", afirmou Izar.

O líder do PT na Casa, Henrique Fontana (RS), divulgou nota ontem na qual nega "qualquer conversação ou acordo sobre essa questão [acordão]".

O deputado Edmar Moreira (PFL-MG), relator do processo contra Mentor, por exemplo, anunciou, em sessão do conselho, que só retomará a análise do caso após o período de convocação extraordinária, que termina em 15 de fevereiro. Ele se recusou, inclusive, a agendar o depoimento do próprio Mentor.

Outro relator que tem sido alvo de críticas nos bastidores é Orlando Fantazzini (PSOL-SP), responsável pelo parecer sobre Pedro Henry (PP-MT). O caso de Henry é considerado um dos mais simples, por falta de provas, mas Fantazzini disse que só entregará sua conclusão após ouvir José Janene (PP-PR), arrolado como testemunha de defesa. Janene, que também enfrenta processo de cassação, está licenciado para tratar de um problema cardíaco.

"É só ele [Izar] trazer as pessoas para prestar depoimento. Ele disse que enviaria médicos para visitar o Janene, mas ficou só no blábláblá. Como se nós fizéssemos corpo mole...", disse Fantazzini.

O deputado Mendes Thame (PSDB-SP), que analisa o caso de Josias Gomes, disse que, "se pudesse escolher", aceleraria a conclusão do seu parecer. "Os primeiros casos terão dificuldade de evitar a cassação", disse.

Até ontem, 62 parlamentares recusaram as duas parcelas de R$ 12.847,20 referentes à convocação extraordinária. Alguns deputados devolveram o dinheiro depositado na semana passada, entre eles Sarney Filho (PV-MA) e Michel Temer (PMDB-SP).

Especial
  • Leia a cobertura completa sobre a crise em Brasília
  •  

    Publicidade

    Publicidade

    Publicidade


    Voltar ao topo da página