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10/01/2006 - 09h29

PF investiga suposto caixa 2 de Furnas

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da Folha de S.Paulo, em Brasília

A direção-geral da Polícia Federal confirmou ontem que investiga a origem e o conteúdo de papéis entregues ao órgão no final do ano passado sobre a suposta existência de um caixa dois comandado por funcionários da estatal de energia Furnas Centrais Elétricas e que teria arrecadado cerca de R$ 40 milhões na campanha de 2002.

Furnas tem sob seu controle dez usinas hidrelétricas e atua no Distrito Federal e nos Estados de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Goiás, Tocantins, Mato Grosso, Paraná e Rondônia, onde estão 51% dos domicílios do país.

Segundo os papéis --cinco páginas que são cópias de uma cópia autenticada--, 156 candidatos a presidente, governador, senador, deputado federal e deputado estadual de diversos Estados e partidos receberam recursos, nas eleições de 2002, por meio desse suposto esquema de caixa dois.

O dinheiro teria sido conseguido 'por intermédio de Furnas, entre colaboradores, fornecedores, prestadores de serviços, construtoras, bancos, fundos de pensão, corretoras de valores e seguradoras', segundo diz o cabeçalho desses papéis.

A declaração, datada de 30 de novembro de 2002, traz uma assinatura supostamente reconhecida em 2005 em um cartório do Rio de Janeiro e atribuída a Dimas Fabiano Toledo, que foi diretor de engenharia de Furnas durante 12 anos e trabalhou na empresa por mais de três décadas.

Ele pediu afastamento do cargo em 2005, logo após o ex-deputado federal Roberto Jefferson (PTB) ter denunciado, em entrevista à Folha, a existência de supostos esquemas de desvio de recursos públicos em Furnas.

Lobista

A Polícia Federal está agora à procura do suposto documento original que deu base às cópias. No mesmo inquérito que investiga a estatal, a polícia já tomou o depoimento do lobista Nilton Monteiro, que teria informações sobre os papéis.

Monteiro é o mesmo lobista que revelou documentos --depois reconhecidos como autênticos pela Polícia Federal-- sobre a existência de um caixa dois na campanha eleitoral de 1998 do então candidato à reeleição ao governo de Minas Gerais Eduardo Azeredo (PSDB).

Os papéis identificam nominalmente cem doadores, incluindo algumas empresas públicas. Na última página há uma explicação sobre a suposta forma pela qual os recursos foram distribuídos que sugere a existência de outros documentos que formariam um mesmo dossiê.

"Todos estes valores foram repassados aos coordenadores de campanhas dos candidatos, sendo estes os responsáveis pelas distribuições dos recursos acima mencionados, conforme planilhas apresentadas e com os respectivos acordos de recebimentos", diz o documento.

Especial
  • Leia o que já foi publicado sobre Furnas Centrais Elétricas
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