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13/01/2006 - 10h16

Deputado do PL será o primeiro a ser julgado

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SILVIO NAVARRO
ADRIANO CEOLIN
da Folha de S.Paulo, em Brasília

Após a polêmica causada pela manobra do deputado Pedro Corrêa (PP-PE) que alterou a ordem de votações dos processos de cassação de mandato, o Conselho de Ética da Câmara comunicou ontem a Wanderval Santos (PL-SP) o encerramento do seu processo e acabou alçando o deputado do PL para o primeiro lugar da fila dos 11 parlamentares que enfrentarão o plenário.

O anúncio da conclusão do caso de Wanderval foi feito ontem pela manhã, no início da sessão do conselho, pelo relator Chico Alencar (PSOL-RJ). Logo em seguida, o advogado Marcelo Bessa, que defende Wanderval, foi notificado oficialmente. Bessa acompanhava a sessão.

Pela ordem traçada pelo conselho, o processo do deputado do PL deveria ser o segundo da lista dos 11 deputados ameaçados de cassação, depois do de Roberto Brant (PFL-MG), cuja chamada fase de instrução terminou anteontem. O fato de Brant encabeçar a fila, entretanto, irritou alguns integrantes do conselho, que trabalham nos bastidores para tentar absolvê-lo no plenário.

Como até o instante em que foi anunciado oficialmente o término do processo de Wanderval nem Brant nem seus advogados haviam sido notificados, haverá uma nova alteração na ordem de votação dos processos.

"O Wanderval foi o primeiro deputado notificado, por isso pode ser o primeiro a ter o processo votado", disse o presidente do conselho, Ricardo Izar (PTB-SP).

Os 11 deputados ameaçados de perder o mandato por envolvimento no escândalo do "mensalão" temem que o primeiro a passar pelo plenário sofra os efeitos negativos da absolvição de Romeu Queiroz (PTB-MG), em dezembro. "De fato há uma preocupação dos deputados em não ser o primeiro porque o plenário vai se vingar", disse Chico Alencar.

Wanderval é acusado de ser beneficiário de R$ 150 mil das contas do empresário mineiro Marcos Valério de Souza, apontado como o operador do "mensalão". O dinheiro foi sacado por um funcionário do seu gabinete. O deputado argumenta que os recursos foram sacados a mando de Carlos Rodrigues (PL-RJ), que renunciou ao mandato.

"Se fizeram uma manobra eu não sei, porque na minha opinião é um processo fácil, cujo caminho é a absolvição", afirmou o advogado de Wanderval.

Além do término do caso de Wanderval, o deputado Pedro Canedo (PP-GO) também comunicou o encerramento do processo contra Professor Luizinho (PT-SP), que deverá ser o primeiro dos cinco petistas a ser julgado pelo plenário da Câmara.

No entanto, ao anunciar que seu parecer estava pronto, Canedo pediu a Izar que não marcasse data para a leitura do texto. Ele tem prazo de até cinco sessões para anunciar seu voto. Segundo membros do conselho, Canedo estaria revendo sua decisão de poupar Luizinho da cassação e, portanto, dando mais tempo para que o petista buscasse apoio para reverter o resultado quando fosse para o plenário.

Foi a segunda alteração consecutiva no calendário programado por Izar, que havia anunciado no início da semana que o processo de Pedro Corrêa seria o primeiro da fila. O cronograma de Izar naufragou, entretanto, devido a uma articulação de Corrêa, que conseguiu remarcar o depoimento de sua última testemunha, atrasando o desfecho do processo --ele deverá ser o quarto da lista.

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