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25/01/2006 - 13h58

Izar diz que acordão para livrar deputados fracassou

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ROSE ANE SILVEIRA
da Folha Online, em Brasília

O presidente do Conselho de Ética da Câmara, deputado Ricardo Izar (PTB-SP), avaliou nesta quarta-feira que falhou a primeira tentativa prática de fazer valer o acordão para livrar os deputados envolvidos em esquemas de corrupção de qualquer punição.

"Não há acordo. Não tem como um acordão dar certo aqui no Conselho. Vamos apurar as denúncias e quem fez a pressão sobre o deputado Pedro Canedo (PP-GO) será denunciado não só no Conselho, mas na tribuna da Casa", disse Izar.

A sessão desta terça-feira do Conselho de Ética, na qual seria votado o relatório do deputado Nelson Trad (PMDB-MS) sobre o processo contra o deputado Roberto Brant (PFL-MG) foi suspensa após a divulgação de denúncias de pressão por parte de dirigentes partidários sobre integrantes do Conselho.

Segundo Izar, a votação do parecer de Trad será retomada ainda hoje "de qualquer maneira. Assim que acabarem as votações em plenário, vamos votar. Quero acabar com isto hoje. Se o pessoal do acordão queria adiamento, fracassou."

Izar convocou uma reunião fechada com os integrantes do Conselho para debater as denúncias de pressão e depois levará os fatos ao conhecimento do presidente da Câmara, deputado Aldo Rebelo (PC do B-SP).

Pedro Canedo

Durante a sessão desta manhã o deputado Nelson Trad apresentou a denúncia que levou à suspensão da reunião.

Segundo ele, o deputado Pedro Canedo (PP-GO) não iria comparecer à reunião do Conselho devido a pressões recebidas pela direção do seu partido. O PP tem quatro deputados sob investigação no Conselho por suposto envolvimento no esquema do "valerioduto".

"Se o Pedro Canedo trouxer os nomes, vamos fazer as denúncias ainda hoje. O Conselho tem sofrido todo tipo de pressão, de sentimental a violenta e não pode deixar isto passar em branco", afirmou Izar.

"Ele (Canedo) me ligou 15 minutos antes da sessão do Conselho para me dizer que está pressionado com as ameaças que está recebendo. A pressão era para ele não comparecer. Isto é uma jogada em cima dos números. Para provocar a derrota do meu parecer", explicou Nelson Trad.

Para o relator do caso Brant ficou claro pelas manifestações no Conselho que o PFL não tomou parte no acordão.

"O objetivo era envolver o PFL que claramente ficou perplexo com as denúncias. Este foi um ato de grandes espertalhões que querem desmoralizar o Conselho para acabar com ele e se beneficiarem do seu descrédito."

Segundo Trad, mesmo sendo envolvido, o PFL não teria como pagar uma manobra como esta. "O PFL não fez o acordo. Seria envolvido e não seria beneficiado, tem um deputado só no Conselho, enquanto o outro partido tem praticamente toda a sua cúpula sob investigação."

Pego de surpresa

Para o deputado Roberto Brant a denúncia de Canedo e a suspensão dos trabalhos não prejudicam o seu processo. "Eu fui pego de surpresa. Prefiro não julgar a ação do deputado Pedro Canedo. Às vezes a pressão é grande para uma pessoa e é suportável para outra. A denúncia não prejudica o caso contra mim porque as pessoas são julgadas pelo seu comportamento e eu não tomei parte em qualquer tentativa de acordão", avaliou Brant.

De acordo com o líder do PFL na Câmara, deputado Rodrigo Maia (RJ) é impossível fazer qualquer tipo de acordo tanto no Conselho de Ética, como em plenário, para aliviar a situação dos deputados envolvidos em escândalos de corrupção.

"Acho impossível fazer acordão. Eu acho que a pressão da sociedade é forte, ela acompanha de forma mais intensa. Não vejo forma de algum deputado imaginar que vai poder fazer algum tipo de acordo."

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