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28/01/2006 - 09h30

Serraglio quer Aldo e João Paulo em relatório

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FERNANDA KRAKOVICS
da Folha de S.Paulo

Além de citar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o relator da CPI dos Correios, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), afirmou ontem que também vai incluir no relatório final o ex-ministro Aldo Rebelo (Articulação Política) e o ex-presidente da Câmara João Paulo Cunha (PT-SP) porque eles teriam sido informados do esquema do "mensalão".

O relator ressalta, no entanto, que não vai responsabilizar nenhum dos três. "Eu vou relatar o que a CPI tem. O presidente da República foi avisado do "mensalão" em duas oportunidades por meio do deputado [cassado] Roberto Jefferson [PTB-RJ]", disse ele. "Eu ainda não o estou considerando responsável."

Jefferson afirmou ter avisado duas vezes, no início do ano passado, o presidente da suposta compra de apoio parlamentar. Lula afirma que pediu ao então ministro Aldo Rebelo, atual presidente da Câmara, que checasse.

Aldo afirma que repassou a Lula a seguinte informação: devido a uma reportagem do "Jornal do Brasil" de 24 de setembro de 2004 que falava sobre a existência do "mensalão" na Câmara, o então presidente da Casa, João Paulo Cunha, determinou que a Corregedoria da Câmara investigasse.

A apuração não foi adiante, entretanto, porque o deputado Miro Teixeira (PDT-RJ), apontado como principal fonte da denúncia ao telejornal, negou que tivesse informações sobre o assunto. Sem uma acusação definida, não haveria como investigar.

"Ele [Lula] passou a responsabilidade para a instância seguinte, o que lhe competia fazer. A CPI está verificando se ele realmente repassou a informação ao Aldo", disse Serraglio.

Tanto Aldo como João Paulo corroboram a informação divulgada pelo Palácio do Planalto.

Reclamação

Lula chamou o presidente da CPI, senador Delcídio Amaral (PT-MS), ao Palácio do Planalto na última quarta-feira e reclamou das intenções do relator. Serraglio está sem apoio na comissão, mesmo entre os oposicionistas, para incluir o presidente no texto.

Para o relator, a reação às suas declarações seria uma continuidade da "blindagem" feita pelos partidos, até mesmo da oposição, a Lula. "Meu raciocínio é que, se era para ser blindado, ele já foi blindado lá atrás. Quando o Roberto Jefferson falou lá atrás, os partidos poderiam ter tomado alguma atitude no sentido de responsabilizá-lo", disse ele.

Ainda segundo Serraglio, a decisão de poupar Lula foi política. "Houve um momento em que os partidos, até mesmo da oposição, refletiram sobre a conveniência ou não de provocar algo mais contundente contra o presidente. Isso é um juízo político, ou seja, de conveniência e oportunidade, não de justiça", afirmou.

Apesar de Serraglio ressaltar que não pretende responsabilizar Lula, parlamentares aliados e da oposição resistem à idéia. Eles dizem que isso equivale a um crime de responsabilidade, porque o presidente não teria tomado providências para coibir a prática.

A CPI tem até abril para funcionar, mas a previsão é que o relatório final seja apresentado entre os dias 15 e 20 de março.

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