Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
31/01/2006 - 10h26

Ida aos EUA mostrará força de CPI, diz relator

Publicidade

MARI TORTATO
da Agência Folha, em Curitiba

O relator da CPI dos Correios, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), disse que a viagem de integrantes da CPI aos Estados Unidos servirá para demonstrar às autoridades americanas que as comissões têm, hoje, "mais força temporária" para investigar irregularidades do que o Ministério Público e a Polícia Federal.

Os parlamentares embarcariam ontem à noite para Nova York na tentativa de persuadir representantes do Ministério Público e da Justiça americanos a autorizar o acesso da CPI às contas do publicitário Duda Mendonça no exterior. O marqueteiro da campanha de 2002 do presidente Luiz Inácio Lula da Silva está sendo investigado por autoridades financeiras dos EUA. Uma de suas contas foi bloqueada em outubro de 2005.

O roteiro da comissão inclui o Departamento de Justiça americano, em Washington, e a Promotoria Distrital de Nova York.

"Queremos mostrar às autoridades americanas que as CPIs do Brasil têm a condição de investigar crimes em igual situação, e talvez com mais instrumentos, que o Ministério Público e a Polícia Federal, no momento em que atuam", disse Serraglio.

"Não estou dizendo que somos mais preparados, mas, juridicamente, temos mais força temporária do que os órgãos que continuamente prestam esse serviço." Com ele viajariam os relatores-adjuntos Maurício Rands (PT-PE) e Eduardo Paes (PSDB-RJ).

O Ministério Público e o Ministério da Justiça do Brasil já detêm informações passadas por autoridades dos EUA sobre a movimentação da conta Dusseldorf, aberta em paraíso fiscal. Nela o ex-marqueteiro de Lula afirma ter depositado os R$ 10,5 milhões que recebeu do PT pelos serviços ao partido, em 2002. O pagamento foi feito pelo "valerioduto".

Também reuniriam dados sobre outra conta de Duda, bloqueada nos EUA em outubro, quando a filha dele, Eduarda, tentou sacar US$ 2 milhões. O acesso por parte da CPI foi bloqueado pelas autoridades americanas sob o argumento de que o dossiê é composto de informações sigilosas que não podem vazar.

A agenda também prevê a ida ao setor do Departamento do Tesouro americano que detém informações sobre crimes financeiros. Ainda sem confirmação, uma visita de trabalho ao Congresso dos EUA pode adiar de quinta para sexta a volta dos três ao Brasil.

Serraglio disse que informações abertas pela CPI do Banestado "criaram dificuldades aos americanos" que as forneceram.

Em Brasília, a CPI tenta aprovar, nesta semana, a convocação de Duda para novo depoimento. O primeiro foi voluntário.

E falou de outra polêmica que envolve a CPI. Reafirmou que manterá no relatório final a referência de que Lula foi informado do "mensalão" por Roberto Jefferson (PTB-RJ), deputado cassado que denunciou o esquema.

Marcos Valério

A Usiminas terá de repassar à CPI todos os dados contábeis relacionados aos negócios mantidos com as empresas de Marcos Valério. "Queremos as informações contábeis da Usiminas com o sistema Marcos Valério", disse Serraglio. Ele diz que espera "esclarecer essa história de o Roberto Brant dizer que recebeu da Usiminas e a Usiminas dizer que não pagou". Brant (PFL-MG), acusado de receber do "valerioduto", diz que o dinheiro era doação da Usiminas. A empresa nega.

Especial
  • Leia o que já foi publicado sobre a CPI dos Correios
  • Leia a cobertura completa sobre a crise em Brasília
  •  

    Publicidade

    Publicidade

    Publicidade


    Voltar ao topo da página