Publicidade
Publicidade
08/02/2006
-
12h57
ROSE ANE SILVEIRA
da Folha Online, em Brasília
Em depoimento ao Conselho de Ética nesta quarta-feira, o deputado Mussa Demes (PFL-PI), arrolado como testemunha de defesa do deputado Vadão Gomes (PP-SP), afirmou que o caso contra Vadão não deveria ter ido à Mesa e muito menos ter chegado ao Conselho. "De todos os deputados indicados pela CPI, ele foi o que apresentou o maior número de provas em sua defesa."
A testemunha integrou a comissão de sindicância formada pela Corregedoria da Câmara, que investigou as denúncias feitas pelas CPIs dos Correios e do Mensalão. Segundo Mussa, ele foi voto vencido na comissão de sindicância e chegou a apresentar um voto em separado pela absolvição de Vadão Gomes. "Na minha avaliação, Vadão fez além do que era necessário. Apresentou prova negativa das acusações feitas contra ele e provou que era impossível ter recebido o dinheiro de Marcos Valério."
O deputado aparece como beneficiário de dois saques nas contas de Valério, que somaram R$ 3,7 milhões. Quanto à acusação feita pelo empresário e por Delúbio Soares [ex-tesoureiro do PT] de que Vadão teria recebido as quantias em dinheiro em um hotel em São Paulo, o deputado alegou que estava na cidade de Mineiros (Goiás) na época e negou ter recebido as quantias.
Para integrantes do Conselho, este é o caso mais estranho em análise. "O episódio com o deputado Vadão foge à regra e à lógica do esquema montado por Marcos Valério e Delúbio Soares", avaliou o deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP). A opinião de Sampaio foi compartilhada pela maioria dos integrantes do Conselho.
O relator do processo, Moroni Torgan (PFL-CE), ressaltou que o nome de Vadão Gomes em nenhuma vez foi citado por Simone Vasconcelos ou Fernanda Karina Somaggio, ex-funcionárias de Valério, e que o próprio empresário caiu em contradição no caso Vadão ao dizer primeiro que o dinheiro foi entregue por meio de depósito na conta do deputado e depois, em depoimento ao Ministério Público, retificou a informação e afirmou que entregou o dinheiro pessoalmente.
Para alguns membros do Conselho, Vadão foi apenas um intermediário nas negociações financeiras entre o PT e o PP.
Apesar do depoimento da testemunha de Vadão ter sido positivo, não foi suficiente para inocentar o deputado, já que, segundo integrantes dos Conselho, Valério e Delúbio, em depoimento à CPI, apontaram o envolvimento do deputado no recebimento de recursos de caixa dois.
Especial
Leia o que já foi publicado sobre o Conselho de Ética
Leia a cobertura completa sobre a crise em Brasília
Testemunha diz que Vadão apresentou provas de sua inocência
Publicidade
da Folha Online, em Brasília
Em depoimento ao Conselho de Ética nesta quarta-feira, o deputado Mussa Demes (PFL-PI), arrolado como testemunha de defesa do deputado Vadão Gomes (PP-SP), afirmou que o caso contra Vadão não deveria ter ido à Mesa e muito menos ter chegado ao Conselho. "De todos os deputados indicados pela CPI, ele foi o que apresentou o maior número de provas em sua defesa."
A testemunha integrou a comissão de sindicância formada pela Corregedoria da Câmara, que investigou as denúncias feitas pelas CPIs dos Correios e do Mensalão. Segundo Mussa, ele foi voto vencido na comissão de sindicância e chegou a apresentar um voto em separado pela absolvição de Vadão Gomes. "Na minha avaliação, Vadão fez além do que era necessário. Apresentou prova negativa das acusações feitas contra ele e provou que era impossível ter recebido o dinheiro de Marcos Valério."
O deputado aparece como beneficiário de dois saques nas contas de Valério, que somaram R$ 3,7 milhões. Quanto à acusação feita pelo empresário e por Delúbio Soares [ex-tesoureiro do PT] de que Vadão teria recebido as quantias em dinheiro em um hotel em São Paulo, o deputado alegou que estava na cidade de Mineiros (Goiás) na época e negou ter recebido as quantias.
Para integrantes do Conselho, este é o caso mais estranho em análise. "O episódio com o deputado Vadão foge à regra e à lógica do esquema montado por Marcos Valério e Delúbio Soares", avaliou o deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP). A opinião de Sampaio foi compartilhada pela maioria dos integrantes do Conselho.
O relator do processo, Moroni Torgan (PFL-CE), ressaltou que o nome de Vadão Gomes em nenhuma vez foi citado por Simone Vasconcelos ou Fernanda Karina Somaggio, ex-funcionárias de Valério, e que o próprio empresário caiu em contradição no caso Vadão ao dizer primeiro que o dinheiro foi entregue por meio de depósito na conta do deputado e depois, em depoimento ao Ministério Público, retificou a informação e afirmou que entregou o dinheiro pessoalmente.
Para alguns membros do Conselho, Vadão foi apenas um intermediário nas negociações financeiras entre o PT e o PP.
Apesar do depoimento da testemunha de Vadão ter sido positivo, não foi suficiente para inocentar o deputado, já que, segundo integrantes dos Conselho, Valério e Delúbio, em depoimento à CPI, apontaram o envolvimento do deputado no recebimento de recursos de caixa dois.
Especial
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Nomeação de novo juiz do Supremo pode ter impacto sobre a Lava Jato
- Indicação de Alexandre de Moraes vai aprofundar racha dentro do PSDB
- Base no Senado exalta currículo de Moraes e elogia indicação
- Na USP, Moraes perdeu concursos e foi acusado de defender tortura
- Escolha de Moraes só possui semelhança com a de Nelson Jobim em 1997
+ Comentadas
- Manifestantes tentam impedir fala de Moro em palestra em Nova York
- Temer decide indicar Alexandre de Moraes para vaga de Teori no STF
+ EnviadasÍndice