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02/03/2006
-
20h44
da Folha Online
A empresária Nelma Kodama, --conhecida no mercado como Nelma Cunha-- dona da agência Havaí Câmbio e Turismo, em São Paulo, entrou com pedido de habeas corpus no STF (Supremo Tribunal Federal) para ter o direito de não assinar termo de compromisso de dizer a verdade na CPI dos Bingos. A empresária deve depor nesta CPI na próxima terça-feira.
Nelma foi convocada para depor na comissão porque em depoimento à CPI dos Correios, o doleiro Antonio Claramunt, o Toninho da Barcelona, afirmou que a empresária teria feito operações em dólar para o PT quando Celso Daniel era prefeito de Santo André, no ABC paulista.
No pedido ao STF, a defesa da empresária requer salvo-conduto para garantir o direito de silêncio quando assim entender seu advogado. Ela pede também que o seu advogado exerça o direito de intervir verbalmente no depoimento. Nela pede ainda o direito de não ser presa.
A defesa argumenta que Nelma foi convocada como testemunha, o que implica na prestação de compromisso de só dizer a verdade, sob pena de incorrer em crime de falso testemunho. No entanto, a defesa alega que tal exigência fere a garantia constitucional de o inquirido permanecer calado.
Coincidentemente, Nelma foi cliente da Bônus-Banval. Barcelona disse à CPI que a corretora Bônus-Banval servia aos repasses de dinheiro ilegal a partidos políticos na eleição de 2002.
Afirmou também que a corretora serviu para o PT entregar ao presidente da Câmara, Severino Cavalcanti, R$ 8 milhões e que participou de reuniões com os sócios da Bônus-Banval para discutir o recebimento de dinheiro vindo do exterior.
Por fim, Toninho da Barcelona sustentou que os donos da corretora seriam próximos ao ex-ministro José Dirceu.
A corretora informa que Nelma perdeu muitos recursos nas suas aplicações. Perda, em mercado de dólar futuro, é uma das formas de transferir dinheiro de forma dissimulada para alguém que não quer ser identificado. Nesse investimento, o aplicador aposta numa tendência para o dólar --de alta, por exemplo. Se o dólar cai, ela perde --e quem apostou em queda sai ganhando.
A polícia acha que políticos ou partidos pode estar na ponta que saiu ganhando --seria a forma legal que a doleira usou para esquentar recursos.
Com Folha de S.Paulo
Especial
Leia o que já foi publicado sobre a CPI dos Bingos
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Leia a cobertura completa sobre a crise em Brasília
Dona de casa de câmbio pede habeas corpus para depor na CPI
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A empresária Nelma Kodama, --conhecida no mercado como Nelma Cunha-- dona da agência Havaí Câmbio e Turismo, em São Paulo, entrou com pedido de habeas corpus no STF (Supremo Tribunal Federal) para ter o direito de não assinar termo de compromisso de dizer a verdade na CPI dos Bingos. A empresária deve depor nesta CPI na próxima terça-feira.
Nelma foi convocada para depor na comissão porque em depoimento à CPI dos Correios, o doleiro Antonio Claramunt, o Toninho da Barcelona, afirmou que a empresária teria feito operações em dólar para o PT quando Celso Daniel era prefeito de Santo André, no ABC paulista.
No pedido ao STF, a defesa da empresária requer salvo-conduto para garantir o direito de silêncio quando assim entender seu advogado. Ela pede também que o seu advogado exerça o direito de intervir verbalmente no depoimento. Nela pede ainda o direito de não ser presa.
A defesa argumenta que Nelma foi convocada como testemunha, o que implica na prestação de compromisso de só dizer a verdade, sob pena de incorrer em crime de falso testemunho. No entanto, a defesa alega que tal exigência fere a garantia constitucional de o inquirido permanecer calado.
Coincidentemente, Nelma foi cliente da Bônus-Banval. Barcelona disse à CPI que a corretora Bônus-Banval servia aos repasses de dinheiro ilegal a partidos políticos na eleição de 2002.
Afirmou também que a corretora serviu para o PT entregar ao presidente da Câmara, Severino Cavalcanti, R$ 8 milhões e que participou de reuniões com os sócios da Bônus-Banval para discutir o recebimento de dinheiro vindo do exterior.
Por fim, Toninho da Barcelona sustentou que os donos da corretora seriam próximos ao ex-ministro José Dirceu.
A corretora informa que Nelma perdeu muitos recursos nas suas aplicações. Perda, em mercado de dólar futuro, é uma das formas de transferir dinheiro de forma dissimulada para alguém que não quer ser identificado. Nesse investimento, o aplicador aposta numa tendência para o dólar --de alta, por exemplo. Se o dólar cai, ela perde --e quem apostou em queda sai ganhando.
A polícia acha que políticos ou partidos pode estar na ponta que saiu ganhando --seria a forma legal que a doleira usou para esquentar recursos.
Com Folha de S.Paulo
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