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03/03/2006
-
09h30
da Folha de S.Paulo
Uma testemunha encaminhada à Polícia Federal pelo deputado distrital Augusto Carvalho (PPS) revelou ontem, em depoimento aos policiais, a existência de um suposto esquema de pagamento de caixa dois para políticos e diretores das companhias elétricas Furnas e Cemig.
A testemunha diz ser um ex-funcionário da Toshiba, empresa de origem japonesa que fabrica componentes para o setor elétrico e que participaria do "clube" de financiadores do caixa dois. A rede de arrecadação e distribuição de dinheiro seria administrada pelo ex-diretor de Engenharia de Furnas Dimas Toledo.
A Polícia Federal e a CPI dos Correios investigam um suposto caixa dois em Furnas, descrito em um dos 12 depoimentos que o lobista Nilton Monteiro prestou à PF. Ele entregou aos policiais uma lista, cuja autoria é atribuída a Dimas Toledo, com a relação de 156 políticos beneficiários de um caixa dois de R$ 40 milhões instalado em Furnas e comandado pelo seu ex-diretor de Engenharia.
A Folha não conseguiu contato ontem à noite com a Toshiba. Nos telefones que constam no site da empresa na internet ninguém atendeu. Representantes de Furnas e da Cemig também não foram encontrados.
Advogado de Toledo, Rogério Marcolini declarou, por meio de sua assessoria, que, "por não ter sido informado nem do nome deste depoente e nem ter tido acesso ao depoimento, não vai se manifestar sobre o assunto".
O deputado Augusto Carvalho negocia proteção policial à testemunha, que, segundo ele, teria mais detalhes do funcionamento do caixa dois a fornecer.
O suposto ex-funcionário da Toshiba, cujo nome Augusto Carvalho manteve em sigilo e a PF não revelou, teria entregue ao deputado cópias de notas fiscais frias supostamente usadas para lastrear a saída de dinheiro de caixa dois para Furnas e Cemig. Parte dessas notas teriam sido emitidas em Contagem (MG).
Segundo a testemunha, que trabalhava no setor de auditoria da Toshiba e deixou a empresa em 2004 (Carvalho não revelou os motivos da saída do funcionário), os mecanismos utilizados pelo grupo para desviar o dinheiro seriam por meio da contratação de serviços de "consultoria".
A empresa doadora embutiria no valor de seus contratos com as companhias públicas as despesas com pagamento de uma empresa especialmente contratada para fornecer "consultoria" em um determinado negócio firmado entre a "contribuinte" e as elétricas.
Sem lastro em serviços reais prestados, as notas dadas pelas consultorias seriam frias. Prestavam-se a fechar a contabilidade das doadoras do caixa dois e permitir o fluxo do dinheiro ilegal.
Segundo a testemunha, em uma ocasião, em meio a negócios relacionados ao subsertor de termelétricas, Toledo teria cobrado uma propina de US$ 5 milhões. Questionado sobre o sucesso da negociação, o ex-funcionário da Toshiba disse não ter informações a respeito. O depoimento foi incorporado ao inquérito que investiga irregularidades em Furnas.
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Uma testemunha encaminhada à Polícia Federal pelo deputado distrital Augusto Carvalho (PPS) revelou ontem, em depoimento aos policiais, a existência de um suposto esquema de pagamento de caixa dois para políticos e diretores das companhias elétricas Furnas e Cemig.
A testemunha diz ser um ex-funcionário da Toshiba, empresa de origem japonesa que fabrica componentes para o setor elétrico e que participaria do "clube" de financiadores do caixa dois. A rede de arrecadação e distribuição de dinheiro seria administrada pelo ex-diretor de Engenharia de Furnas Dimas Toledo.
A Polícia Federal e a CPI dos Correios investigam um suposto caixa dois em Furnas, descrito em um dos 12 depoimentos que o lobista Nilton Monteiro prestou à PF. Ele entregou aos policiais uma lista, cuja autoria é atribuída a Dimas Toledo, com a relação de 156 políticos beneficiários de um caixa dois de R$ 40 milhões instalado em Furnas e comandado pelo seu ex-diretor de Engenharia.
A Folha não conseguiu contato ontem à noite com a Toshiba. Nos telefones que constam no site da empresa na internet ninguém atendeu. Representantes de Furnas e da Cemig também não foram encontrados.
Advogado de Toledo, Rogério Marcolini declarou, por meio de sua assessoria, que, "por não ter sido informado nem do nome deste depoente e nem ter tido acesso ao depoimento, não vai se manifestar sobre o assunto".
O deputado Augusto Carvalho negocia proteção policial à testemunha, que, segundo ele, teria mais detalhes do funcionamento do caixa dois a fornecer.
O suposto ex-funcionário da Toshiba, cujo nome Augusto Carvalho manteve em sigilo e a PF não revelou, teria entregue ao deputado cópias de notas fiscais frias supostamente usadas para lastrear a saída de dinheiro de caixa dois para Furnas e Cemig. Parte dessas notas teriam sido emitidas em Contagem (MG).
Segundo a testemunha, que trabalhava no setor de auditoria da Toshiba e deixou a empresa em 2004 (Carvalho não revelou os motivos da saída do funcionário), os mecanismos utilizados pelo grupo para desviar o dinheiro seriam por meio da contratação de serviços de "consultoria".
A empresa doadora embutiria no valor de seus contratos com as companhias públicas as despesas com pagamento de uma empresa especialmente contratada para fornecer "consultoria" em um determinado negócio firmado entre a "contribuinte" e as elétricas.
Sem lastro em serviços reais prestados, as notas dadas pelas consultorias seriam frias. Prestavam-se a fechar a contabilidade das doadoras do caixa dois e permitir o fluxo do dinheiro ilegal.
Segundo a testemunha, em uma ocasião, em meio a negócios relacionados ao subsertor de termelétricas, Toledo teria cobrado uma propina de US$ 5 milhões. Questionado sobre o sucesso da negociação, o ex-funcionário da Toshiba disse não ter informações a respeito. O depoimento foi incorporado ao inquérito que investiga irregularidades em Furnas.
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