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08/03/2006 - 23h21

Clima de acordão impera na Câmara e frustra membros do Conselho de Ética

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ROSE ANE SILVEIRA
da Folha Online, em Brasília

Depois do plenário da Câmara absolver na mesma noite dois deputados acusados de envolvimento no chamado "esquema do mensalão" o clima entre os integrantes da Casa se dividiu entre a frustração e a euforia. A alegria ficou por conta dos integrantes das bancadas do PFL e do PT, que viram os deputados Roberto Brant (PFL-MG) e Professor Luizinho (PT-SP) saírem livres de qualquer punição sobre o recebimento de recursos de caixa dois para suas campanhas eleitorais.

A frustração ficou por conta dos integrantes do Conselho de Ética da Câmara. Para a maioria dos membros do Conselho, o resultado confirma a previsão feita no final do ano passado, de que somente os ex-deputados Roberto Jefferson (PTB-RJ) e José Dirceu (PT-SP) seriam cassados. "Eu tinha certeza de que não cassaria o professor Luizinho. Avisei que ninguém seria cassado depois do que aconteceu com o caso Romeu Queiroz (PTB-MG)", afirmou Orlando Fantazzini (PSOL-SP), que relatou o processo contra Luizinho em plenário.

"Tenho certeza que na semana que vem o deputado Pedro Henry (PP-MT) e o deputado Pedro Corrêa (PP-PE) serão absolvidos", afirmou Fantazzini. Mais uma vez o deputado Julio Delgado afirmou que está "caracterizado o acordão".

"A comprovação do acordo é mais do que tácita. Outro fator que levou à absolvição de Luizinho foi a contaminação com o primeiro julgamento. Os deputados do PT e PFL trocaram cortesias e afirmaram ter votado pela absolvição. Está claro o acordo que deixa em xeque os trabalhos do Conselho", afirmou Julio Delgado.

"Isto hoje não foi uma pizza. Foi um rodízio completo. Esta casa é corporativista. Ninguém mais vai ser cassado. Está na cara o acordão", afirmou o deputado Babá (PSOL-PA).

Delgado concorda com Babá, mas avalia que não importa que a Câmara não vá absolvendo todos os envolvidos daqui para frente. "A Câmara é corporativista. Pode absolver. Vamos ver o resultado disto nas urnas em outubro. A sociedade não vai esquecer e absolver tão fácil", afirmou.

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