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09/03/2006 - 14h49

CPI dos Bingos quer responsabilizar Palocci por irregularidades

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FELIPE RECONDO
da Folha Online, em Brasília

O ministro Antonio Palocci (Fazenda) será apontado no relatório final da CPI dos Bingos como um dos responsáveis pelas supostas irregularidades cometidas na Prefeitura de Ribeirão Preto durante sua gestão. O presidente da comissão, Efraim Morais (PFL-PB) protocolou ontem um pedido para prorrogar as investigações até o dia 24 de junho.

O relator da comissão, senador Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN), disse que pretende apresentar o relatório final antes desse prazo.

"Está caminhando no sentido de ter um desfecho de responsabilização do ministro Palocci. Ainda é cedo para se saber em que grau isso será colocado", afirmou o relator da comissão, senador Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN).

A CPI, a Polícia Civil e o Ministério Público investigam a possível participação de Palocci nas fraudes encontradas no sistema de limpeza pública da Prefeitura de Ribeirão Preto. Para os integrantes da CPI há indícios de que haveria deliberadamente erros na medição do lixo na cidade em benefício da empresa Leão Leão.

De acordo com os investigadores, essas fraudes provocaram prejuízo mensal de R$ 400 mil aos cofres públicos.

A CPI ainda vai apurar melhor a gestão de Palocci à frente da Fazenda. Por enquanto, Garibaldi afirma que não há suspeitas de que ele teria participado de irregularidades.

"Como ministro, a única coisa que mereceria exame mais aprofundado seria o caso Gtech", afirmou o relator se referindo à negociação entre a Caixa e a empresa multinacional que controlava serviços de loteria. "Em princípio, o caso não parece apresentar o ministro como responsável por qualquer irregularidade", afirmou o senador.

Garibaldi vai esperar o desenrolar das investigações para definir em que termos será tratado o ministro no relatório final. A cautela se explica, primeiramente, por se tratar de um ministro de Estado. Depois, porque deve ser este o ponto mais importante do relatório.

Contradições

Ontem, a CPI encontrou duas contradições no depoimento prestado por Palocci à comissão em janeiro deste ano. O motorista Francisco das Chagas da Costa afirmou ter visto o ministro em três ocasiões na casa alugada em Brasília pelos ex-assessores de Palocci na prefeitura de Ribeirão Preto Ralf Barquete, Rogério Buratti e Vladimir Poleto. O ministro havia negado categoricamente ter ido a casa, localizada num bairro nobre de Brasília.

O senador Tião Viana (PT-AC) disse que a assessoria do ministro entrou em contato com Palocci em Londres e lá ele negou que tenha conhecido a casa alugada em Brasília.

Depois, Marilene do Nascimento Falsarella, servidora da Prefeitura de Ribeirão Preto, afirmou à CPI dos Bingos que Mauro Pereira Júnior, ex-funcionário da prefeitura, foi obrigado a pedir demissão por discordar de ordens que receberia para fraudar a mensuração do lixo na cidade.

Palocci, ao contrário, disse que não sabia do pedido de demissão e insinuou que Mauro cometia erros no cálculo da limpeza pública em benefício próprio.

Os integrantes da CPI buscarão indícios contra Palocci e podem reconvocá-lo até o final dos trabalhos, que devem se estender até 24 de junho.

Garibaldi disse que pretende apresentar o relatório final antes desse prazo, mas sabe que terá dificuldade para aprovar um relatório envolvendo Palocci.

Ele disse que vai começar a negociar politicamente a aprovação desse texto. Garibaldi sabe que os governistas resistirão a responsabilizar Palocci e que o ministro tem aliados entre os oposicionistas da comissão.

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