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09/03/2006 - 16h08

Delegado aponta Palocci como responsável por fraudes em Ribeirão

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FELIPE RECONDO
da Folha Online, em Brasília

O delegado seccional de Ribeirão Preto (SP), Benedito Valencise, afirmou nesta quinta-feira, em depoimento à CPI dos Bingos, que o ministro Antonio Palocci (Fazenda) é apontado como um dos responsáveis pelas fraudes encontradas no sistema de limpeza pública da cidade.

"É evidente a participação do primeiro e segundo prefeitos [Palocci e Gilberto Maggioni nas fraudes]. Tendo em vista que trata-se de um esquema muito grande, não é possível que tenha ocorrido com a participação apenas de funcionários subalternos", afirmou o delegado.

Valencise nega que esteja previamente condenando o ministro e afirma que há indícios suficientes no processo para que Palocci seja indiciado. "Com as provas que eu tenho, eu o indiciaria."

No entanto, Palocci tem foro privilegiado e não poderia ser indiciado pela polícia ou pela Justiça local. A participação dele deve ser relatada pela Justiça local ao STF (Supremo Tribunal Federal).

Para os integrantes da CPI, há indícios de que haveria deliberadamente erros na medição do lixo na cidade em benefício da empresa Leão Leão. De acordo com os investigadores, essas fraudes provocaram prejuízo mensal de R$ 400 mil aos cofres públicos.

"Segundo consta, a ordem vinha do prefeito e era um acordo feito entre ele e o proprietário da empresa. Em seguida, esta ordem era repassada pelo prefeito a Isabel Bordini [ex-superintendente do Daerp (Departamento de Água e Esgotos de Ribeirão Preto], que a cumpria", disse o delegado.

"A Leão Leão recebia pelo superfaturamento e, em seguida, devolvia uma parte que, segundo consta, ia para o prefeito e para Ralf Barquete [ex-assessor de Palocci, morto em 2004] e ele daria uma destinação. E reservaria um dinheiro para os prefeitos utilizarem em campanhas políticas. Esse dinheiro era retirado com a utilização de notas fiscais frias", reiterou.

De acordo com o delegado, os donos da Leão Leão e Bordini são apontados no inquérito como co-autores nos crimes de falsidade ideológica e peculato.

Por enquanto, o ex-secretário de governo Donizeti Rosa e o ex-chefe-de-gabinete de Palocci Juscelino Dourado não serão indiciados, de acordo com Valencise, por não haver provas suficientes contra eles.

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