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23/03/2006 - 07h14

CEF pede esclarecimento a empresário que fez depósitos para Francenildo

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KAMILA FERNANDES
da Agência Folha, em Teresina

O empresário Eurípedes Soares da Silva foi chamado na manhã de anteontem pela gerência da CEF (Caixa Econômica Federal) onde tem conta, em Teresina, para explicar a origem dos depósitos feitos a Francenildo dos Santos Costa, o Nildo, o caseiro que teve o sigilo bancário violado após contradizer o ministro da Fazenda, Antonio Palocci Filho.

Segundo o advogado de Soares, Francisco de Sales Palha Dias, o empresário foi sozinho à agência da avenida Barão de Gurguéia, próximo à sua empresa, na mesma manhã.

Ele foi questionado sobre o valor dos depósitos feitos ao caseiro, porque, de sua conta bancária, só havia duas transferências para a conta de Francenildo, uma no valor de R$ 10 mil e outra de R$ 5 mil.

"Como já foi confirmado por ele mesmo e pelo caseiro que o valor total dos depósitos foi de R$ 25 mil, quiseram saber de onde saíram os outros R$ 10 mil que não aparecem no extrato", disse o advogado.

Ao banco, o empresário afirmou que os primeiros R$ 10 mil pagos ao caseiro foram entregues em dinheiro e tiveram como origem um velho amigo, Antônio Alves Filho, com quem trabalhou durante muitos anos e que hoje tem um ônibus para fretamentos.

O dinheiro, na ocasião, foi entregue ao próprio Nildo, como confirmou sua mãe, Benta Maria dos Santos Costa, e ele mesmo fez o depósito em sua conta, numa agência da Caixa em Brasília. As outras parcelas foram pagas por meio de transferências bancárias. Os R$ 10 mil já foram devolvidos a Alves Filho, segundo o advogado do empresário.

Ainda de acordo com Palha Dias, Soares decidiu dar os R$ 25 mil ao caseiro para evitar que ele dissesse à sua família que era seu filho bastardo. O empresário nega, contudo, a paternidade. O advogado afirma que ele só vai fazer um exame de DNA, como quer o caseiro, se a Justiça determinar.

"Não há nenhum tipo de envolvimento político, nem direto nem indireto. Tudo foi pago com dinheiro próprio, por uma questão de família", disse.

A Superintendência da CEF no Piauí não sabia da cobrança de explicações feita a Soares, segundo a assessora de imprensa do banco, Dulce Mapurunga. "Daqui, não saiu ordem nenhuma para isso, nem ficamos sabendo de nada", disse.

O gerente-geral da agência da CEF na avenida Barão de Gurguéia, Antônio José de Almeida, também negou que tenha havido qualquer ordem superior para o questionamento.

"Foi uma consulta informal, já que ele é nosso cliente antigo. Como temos uma relação muito próxima com os nossos correntistas, decidimos chamá-lo para conversar e ver se está tudo bem", disse ontem, à Folha.

Segundo o próprio gerente, o empresário não tinha nenhuma obrigação de dar explicações. "O dinheiro é dele e ele pode usá-lo como quiser, mas quando percebemos algo diferente, procuramos nossos clientes, até para dar algum apoio."

Soares passou o dia recluso, recusando-se a falar com a imprensa. Ontem, funcionários de sua empresa afirmaram, primeiro, que ele não estava no local. Em seguida, com a chegada de um amigo do empresário, porém, disseram que não o chamariam "de jeito nenhum" e expulsaram a reportagem.

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