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23/03/2006 - 10h24

Palocci se isola e não vai à Fazenda há uma semana

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da Folha de S.Paulo

As acusações contra o ministro Antonio Palocci alteraram a rotina no Ministério da Fazenda. Ao se isolar numa sala no Palácio do Planalto, onde se refugiou nos últimos oito dias para evitar ser abordado pela imprensa ao chegar ao trabalho, Palocci obriga os técnicos que trabalham com ele a se deslocarem diariamente para o palácio para despachar assuntos da rotina do ministério.

Toda estrutura de apoio do ministro permanece trabalhando normalmente na Fazenda. As ligações são transferidas para o número em que ele está atendendo no Planalto.

O corpo técnico que trabalha na elaboração de medidas e tem tomado as decisões no dia-a-dia da Fazenda precisa ir ao palácio. É o caso dos secretários executivo, Murilo Portugal, de Política Econômica, Bernardo Appy, do Tesouro, Joaquim Levy, e da Receita Federal, Jorge Rachid.
Na prática, Portugal é quem está tocando os assuntos técnicos, enquanto Palocci se ocupa com a crise da qual ele é figura central.

Mas a posição da equipe em relação a determinados assuntos é discutida previamente com o ministro. É o caso das conversas com os técnicos do Ministério da Agricultura para definir liberação de recursos para o setor.

A sala cativa de Palocci fica no terceiro andar do palácio. O ministro entra e sai do Planalto pela garagem do subsolo. Ele não tem saído nem para almoçar.

Ontem, mesmo diante da pressão que enfrenta para deixar o cargo, procurou demonstrar tranqüilidade. À tarde, o ministro recebeu uma comissão de deputados e senadores para tratar do Orçamento. Segundo alguns dos presentes relataram à reportagem, Palocci teve um comportamento normal durante o despacho com parlamentares. Estava sorridente, de terno e gravata e com o cabelo penteado.

A última vez que Palocci esteve no ministério foi na terça da semana passada, quando foi publicada a primeira entrevista do caseiro Francenildo Costa. Antes, Palocci costumava passar algumas manhãs no Planalto, mas geralmente ia ao ministério à tarde.

O ministro passou aquela terça-feira acertando a estratégia para se defender. Sua assessoria negociou com a consultoria Tendências, pertencente ao ex-ministro da Fazenda Maílson da Nóbrega e ao ex-presidente do Banco Central Gustavo Loyola, uma conferência por telefone com investidores e analistas de mercado. Assim, ele pôde evitar o constrangimento de ficar apenas se defendendo de acusações e aproveitou para falar sobre economia.

A conversa, que durou uma hora, foi transmitida do gabinete de Palocci. De lá para cá, ele não esteve mais no ministério.

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