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03/04/2006 - 13h27

PT deve usar lista de Furnas para alterar relatório da CPI dos Correios

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FELIPE RECONDO
da Folha Online, em Brasília

Os petistas que integram a CPI dos Correios passaram o final de semana reunidos e continuam, nesta segunda-feira, a análise do relatório final da comissão em busca de falhas e pontos frágeis que possibilitem a apresentação de alterações. Os petistas querem manter viva a dúvida sobre a veracidade da lista de Furnas, que aponta integrantes do PSDB e de outras legendas como beneficiários de recursos desviados da estatal.

No relatório final, o deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), pede ao Ministério Público o indiciamento de Monteiro por falsidade ideológica e de selo e por calúnia.

A líder do PT no Senado, Ideli Salvatti (SC), afirmou que o relatório final está errado ao pedir o indiciamento do lobista Nilton Monteiro baseado em relatório que apontaria "categoricamente" ser falsa a lista de Furnas. Monteiro é responsável pela denúncia de um suposto caixa dois em Furnas organizado pelo ex-diretor de Engenharia Dimas Toledo.

A perícia do INC (Instituto Nacional de Criminalística) da Polícia Federal aponta haver indícios de "incoerências" e alterações, mas deixa na conclusão a ressalva de que a análise, por ser feita sobre a cópia, não era conclusiva. "Nós queremos que o Ministério Público continue investigando isso", afirmou Ideli.

O deputado Maurício Rands (PT-PE) negocia todas as alterações com o relator. Para garantir maioria dos votos na CPI, os governistas precisam do apoio do PMDB. Por isso, ter a simpatia de Serraglio para determinadas propostas é importante.

Outras duas sugestões de indiciamento serão alvo dos governistas. Os petistas querem tirar do documento final as indicações de que o ex-deputado José Dirceu e o ex-ministro Luiz Gushiken seriam responsabilizados por corrupção ativa.

Os petistas dizem que não há indiciados por corrupção passiva, o que mostraria "a fragilidade" do pedido de indiciamento, especialmente, contra Dirceu. No relatório, Serraglio aponta que os deputados "mensaleiros" poderiam ter incorrido em corrupção passiva, o que justificaria o indiciamento de Dirceu.

Os petistas cobram o mesmo tratamento ao ex-deputado e querem que o caso continue a ser investigado pelo Ministério Público sem a sugestão de indiciamento.

A alteração mais difícil de ser aprovada, conforme admitem deputados petistas, é tirar do documento final a suposta comprovação do esquema de mensalão, pagamento de deputados da base aliada em troca de apoio.

"Não estamos negando a existência de uma ação criminosa, mas não há provas de que houve mensalão", afirmou o deputado Dr. Rosinha. "Houve pagamentos ilegais, indevidos e ilícitos, mas não há prova de que foram utilizados para financiar a troca de parlamentares de partidos ou a compra de votos", completou Ideli.

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