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05/04/2006 - 13h00

Ex-assessor de Palocci sai da PF sem ser indiciado

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FELIPE RECONDO
da Folha Online, em Brasília

O ex-assessor de imprensa de Antonio Palocci no Ministério da Fazenda, o jornalista Marcelo Netto, saiu da Polícia Federal sem ser indiciado no inquérito que apura as responsabilidades pela violação e vazamento do sigilo bancário do caseiro Francenildo Costa. Ele depôs hoje por quase três horas para a PF.

O jornalista disse à PF que estava muito "abalado" com o envolvimento de seu nome nesse episódio e por isso demorou para prestar depoimento. Ele ainda se colocou à disposição da PF para prestar um novo depoimento, se necessário.

Num primeiro momento, a PF informou que o jornalista havia negado ser responsável pelo vazamento dos dados bancários de Francenildo. A PF recuou logo depois e informou que ele permaneceu calado durante todo o depoimento. Segundo a PF, Netto se recusou a responder todas as perguntas feitas pela equipe do delegado Rodrigo Carneiro Gomes, pois alegou que estava depondo na condição de investigado.

Mesmo assim, o delegado não indiciou Netto pois não viu elementos que comprovem seu envolvimento no vazamento do extrato do caseiro para a imprensa.

Netto saiu da PF numa Pajero preta sem falar com a imprensa, que o aguardava na porta da PF. Ele estava sentando no banco de trás do veículo. O advogado Eduardo Toledo estava no banco da frente, sentado ao lado do motorista.

O jornalista é suspeito de repassar para a revista "Época" --onde seu filho trabalha-- os dados da movimentação bancária de Francenildo. Ele estava na casa de Palocci na noite do dia 16 de março, quando o ex-presidente da Caixa Econômica Federal Jorge Mattoso entregou o extrato do caseiro "nas mãos" de Palocci.

Na entrada da PF, o advogado de Netto disse que seu cliente é inocente e tentou justificar a presença do ex-assessor na casa de Palocci na noite do dia 16 de março. "Meu cliente era assessor de imprensa do ministro. A presença dele no ministério ou na casa do ministro se justificava pela função que exercia no momento", afirmou.

Netto foi defendido por Palocci das acusações de que teria vazado as informações do extrato do caseiro. O ex-ministro afirmou à PF ter recebido o extrato bancário, mas não repassado as informações a assessores ou ao secretário de Direito Econômico do Ministério da Justiça, Daniel Goldberg, que também estava na residência oficial do Ministério no dia 16 de março.

Netto pediu exoneração do cargo logo depois que Palocci deixou o ministério. Ele trabalhava com o ex-ministro desde o período de transição do governo Fernando Henrique Cardoso para o governo Luiz Inácio Lula da Silva.

Indiciamento

A PF indiciou ontem Palocci pelas quebras de sigilo bancário e funcional do caseiro. Palocci depôs ontem secretamente na residência oficial de ministro --o prazo para sair da casa é de 30 dias após seu afastamento do governo-- por cerca de três horas.

O depoimento de Palocci estava marcado para as 10h de hoje. Mas foi adiantado para ontem porque o ministro alegou problemas de saúde.

Segundo a PF, Palocci foi indiciado porque havia indícios da responsabilidade do ex-ministro na quebra do sigilo bancário de Francenildo. Ele é suspeito de ter mandado quebrar o sigilo do caseiro. Netto, entretanto, não foi indiciado porque a PF não vê indícios de sua participação na quebra e vazamento dos dados bancários do caseiro.

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