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12/04/2006
-
10h06
ROGÉRIO PAGNAN
MÁRIO CESAR CARVALHO
da Folha de S.Paulo
O relator da CPI dos Bingos, senador Garibaldi Alves (PMDB-RN), quer que o advogado Rogério Buratti diga tudo o que sabe sobre o ex-ministro Antonio Palocci (Fazenda) e a chamada "república de Ribeirão" e omitiu à comissão ou convocará para depor sua atual namorada, Carla Cristina Lara Lemos, e sua ex-mulher, Elza Gonçalves Siqueira.
Os requerimentos para convocá-las estão prontos e, segundo o senador, devem ser votados já na próxima quarta-feira.
"Esse acordo vai depender da disposição dele [de falar]. Ele, realmente, não tem colaborado oportunamente."
No requerimento que será apresentado para convocação de Carla, o senador cita uma viagem que ela fez na companhia de Buratti para o Panamá que pode estar ligada a criação de uma "offshore" para lavagem de dinheiro.
Já a justificativa para ouvir a ex-mulher é o depoimento dela à Polícia Federal em que, sem saber, apresentou uma versão diferente da de Buratti sobre essa viagem. O advogado havia dito à CPI trata-se de um simples passeio com a família.
A decisão de convocar as mulheres do ex-secretário de governo de Antonio Palocci na Prefeitura de Ribeirão Preto (SP), entre 1993 e 1994, ocorreu há cerca de duas semanas, após Buratti não ter comparecido a reuniões informais com integrantes da CPI.
O assunto principal seriam as visitas de Palocci à "casa do lobby", que Buratti negou à CPI, mas foi desmentido pelo caseiro Francenildo dos Santos Costa.
Segundo a Folha apurou, quando Buratti tomou conhecimento das convocações, procurou auxílio dos promotores de Ribeirão para que intermediassem um acordo. Os promotores recomendaram que ele conversasse com os assessores da CPI.
Confirmação
Anteontem, Buratti confirmou, em entrevista à Folha, que Palocci visitou a mansão em Brasília "umas três vezes".
A decisão de Buratti de confirmar as visitas era uma estratégia para tentar amenizar os ânimos dos senadores e trazer para si a responsabilidade de seus feitos. Sem sucesso, aparentemente. Para os senadores, suas declarações não alteraram a estratégia da CPI.
Os parlamentares acreditam que Elza, principalmente, tem dados que podem ajudar mais que as informações a conta-gotas de Buratti.
Um dos pontos que devem ser abordados são os dólares que Cuba teria enviado ao PT. Acredita-se que ela e Buratti sabem mais do que já foi dito.
Especial
Leia o que já foi publicado sobre Rogério Buratti
CPI ameaça Buratti com convocações
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MÁRIO CESAR CARVALHO
da Folha de S.Paulo
O relator da CPI dos Bingos, senador Garibaldi Alves (PMDB-RN), quer que o advogado Rogério Buratti diga tudo o que sabe sobre o ex-ministro Antonio Palocci (Fazenda) e a chamada "república de Ribeirão" e omitiu à comissão ou convocará para depor sua atual namorada, Carla Cristina Lara Lemos, e sua ex-mulher, Elza Gonçalves Siqueira.
Os requerimentos para convocá-las estão prontos e, segundo o senador, devem ser votados já na próxima quarta-feira.
"Esse acordo vai depender da disposição dele [de falar]. Ele, realmente, não tem colaborado oportunamente."
No requerimento que será apresentado para convocação de Carla, o senador cita uma viagem que ela fez na companhia de Buratti para o Panamá que pode estar ligada a criação de uma "offshore" para lavagem de dinheiro.
Já a justificativa para ouvir a ex-mulher é o depoimento dela à Polícia Federal em que, sem saber, apresentou uma versão diferente da de Buratti sobre essa viagem. O advogado havia dito à CPI trata-se de um simples passeio com a família.
A decisão de convocar as mulheres do ex-secretário de governo de Antonio Palocci na Prefeitura de Ribeirão Preto (SP), entre 1993 e 1994, ocorreu há cerca de duas semanas, após Buratti não ter comparecido a reuniões informais com integrantes da CPI.
O assunto principal seriam as visitas de Palocci à "casa do lobby", que Buratti negou à CPI, mas foi desmentido pelo caseiro Francenildo dos Santos Costa.
Segundo a Folha apurou, quando Buratti tomou conhecimento das convocações, procurou auxílio dos promotores de Ribeirão para que intermediassem um acordo. Os promotores recomendaram que ele conversasse com os assessores da CPI.
Confirmação
Anteontem, Buratti confirmou, em entrevista à Folha, que Palocci visitou a mansão em Brasília "umas três vezes".
A decisão de Buratti de confirmar as visitas era uma estratégia para tentar amenizar os ânimos dos senadores e trazer para si a responsabilidade de seus feitos. Sem sucesso, aparentemente. Para os senadores, suas declarações não alteraram a estratégia da CPI.
Os parlamentares acreditam que Elza, principalmente, tem dados que podem ajudar mais que as informações a conta-gotas de Buratti.
Um dos pontos que devem ser abordados são os dólares que Cuba teria enviado ao PT. Acredita-se que ela e Buratti sabem mais do que já foi dito.
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