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12/04/2006
-
19h49
EPAMINONDAS NETO
da Folha Online
O ex-gerente de marketing do banco Nossa Caixa, Jaime de Castro, tentou dividir responsabilidades pelas irregularidades no direcionamento de recursos publicitários com diretores e a presidência da instituição. A informação é do promotor Sérgio Turra, que tomou hoje o depoimento de Castro por mais de 4 horas.
"Ele procura dividir a responsabilidade pela não-prorrogação dos contratos com os diretores do banco e até mesmo com o presidente do banco", disse Turra.
Segundo o promotor, Castro afirmou que quando soube da irregularidade, comunicou o presidente do banco, Carlos Eduardo Monteiro, que assumiu a partir a 2002. As agências trabalharam de forma irregular para o banco entre setembro de 2003 e julho de 2005.
O Ministério Público abriu um processo de investigação preparatório a partir de uma denúncia anônima sobre o caso, recebida no final do ano passado.
"O depoimento dele confirma um fato formalmente gravíssimo, que é a não-prorrogação dos contratos. Isso mostra que o banco operou e recebeu serviços de empresas de publicidade sem cobertura contratual por mais de um ano e meio", disse o promotor.
Em reportagem da Folha de S.Paulo, Castro afirmou que houve direcionamento de recursos de publicidade da Nossa Caixa para beneficiar veículos de comunicação ligados a deputados estaduais. Esse direcionamento seria feito por intermédio de agências de publicidade que prestaram serviços ao banco e que continuaram a trabalhar para a instituição financeira mesmo após o fim do período previsto em contrato.
O governo estadual e o próprio banco somente reconhecem o erro em trabalhar com as agências após o fim do contrato e tratam o episódio como "erro formal".
Segundo o governo, esse erro já foi objeto de sindicância interna pelo banco, com a punição de um funcionário: o próprio Castro, que foi exonerado.
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Ainda de acordo com Turra, Castro também confirmou que houve interferência do banco na repartição das verbas de publicidade. O ex-gerente de marketing afirmou que chegou a vetar investimento de recursos em alguns veículos de comunicação, mas que "o parecer dele era suplantado pela posição da presidência".
Castro ainda menciona Roger Ferreira, o ex-assessor de comunicação do governo, que pediu demissão após as notícias publicadas na imprensa sobre o caso. "Ele colocou como um fato normal a Secretaria de Comunicação indicar determinadas ações de marketing e indicar também alguns veículos de comunicação para divulgação dessas ações", afirmou Turra.
Deputados negam favorecimento
O promotor disse que já recebeu por escrito os esclarecimentos de alguns dos quatro deputados citados por Castro como beneficiários de verbas da Nossa Caixa: Wagner Salustiano (PSDB), Bispo Gê (PTB), Afanázio Jazadji (PFL) e Edson Ferrarini (PTB).
Segundo Turra, os deputados confirmaram os investimentos nos veículos de comunicação e não citaram contatos no Palácio do Bandeirantes (sede do governo paulista).
O promotor confirmou que já tomou um depoimento formal do presidente do banco. Ele disse que ainda é preciso determinar de forma precisa de quem é a responsabilidade pela gestão dos contratos de publicidade da Nossa Caixa.
Ele afirma que vai avaliar se outros envolvidos podem ser chamados para depor e admite a possibilidade de ouvir o ex-assessor de comunicação Roger Ferreira.
O promotor afirma que nos próximos dias vai fazer o cruzamento de informações. Serão cruzadas as datas de votações importantes na Assembléia Legislativa com as datas de liberação de recursos pelo banco para os veículos de comunicação.
Especial
Leia o que já foi publicado sobre o caso Nossa Caixa
Pivô do caso Nossa Caixa responsabiliza presidência do banco
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da Folha Online
O ex-gerente de marketing do banco Nossa Caixa, Jaime de Castro, tentou dividir responsabilidades pelas irregularidades no direcionamento de recursos publicitários com diretores e a presidência da instituição. A informação é do promotor Sérgio Turra, que tomou hoje o depoimento de Castro por mais de 4 horas.
"Ele procura dividir a responsabilidade pela não-prorrogação dos contratos com os diretores do banco e até mesmo com o presidente do banco", disse Turra.
Segundo o promotor, Castro afirmou que quando soube da irregularidade, comunicou o presidente do banco, Carlos Eduardo Monteiro, que assumiu a partir a 2002. As agências trabalharam de forma irregular para o banco entre setembro de 2003 e julho de 2005.
O Ministério Público abriu um processo de investigação preparatório a partir de uma denúncia anônima sobre o caso, recebida no final do ano passado.
"O depoimento dele confirma um fato formalmente gravíssimo, que é a não-prorrogação dos contratos. Isso mostra que o banco operou e recebeu serviços de empresas de publicidade sem cobertura contratual por mais de um ano e meio", disse o promotor.
Em reportagem da Folha de S.Paulo, Castro afirmou que houve direcionamento de recursos de publicidade da Nossa Caixa para beneficiar veículos de comunicação ligados a deputados estaduais. Esse direcionamento seria feito por intermédio de agências de publicidade que prestaram serviços ao banco e que continuaram a trabalhar para a instituição financeira mesmo após o fim do período previsto em contrato.
O governo estadual e o próprio banco somente reconhecem o erro em trabalhar com as agências após o fim do contrato e tratam o episódio como "erro formal".
Segundo o governo, esse erro já foi objeto de sindicância interna pelo banco, com a punição de um funcionário: o próprio Castro, que foi exonerado.
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Ainda de acordo com Turra, Castro também confirmou que houve interferência do banco na repartição das verbas de publicidade. O ex-gerente de marketing afirmou que chegou a vetar investimento de recursos em alguns veículos de comunicação, mas que "o parecer dele era suplantado pela posição da presidência".
Castro ainda menciona Roger Ferreira, o ex-assessor de comunicação do governo, que pediu demissão após as notícias publicadas na imprensa sobre o caso. "Ele colocou como um fato normal a Secretaria de Comunicação indicar determinadas ações de marketing e indicar também alguns veículos de comunicação para divulgação dessas ações", afirmou Turra.
Deputados negam favorecimento
O promotor disse que já recebeu por escrito os esclarecimentos de alguns dos quatro deputados citados por Castro como beneficiários de verbas da Nossa Caixa: Wagner Salustiano (PSDB), Bispo Gê (PTB), Afanázio Jazadji (PFL) e Edson Ferrarini (PTB).
Segundo Turra, os deputados confirmaram os investimentos nos veículos de comunicação e não citaram contatos no Palácio do Bandeirantes (sede do governo paulista).
O promotor confirmou que já tomou um depoimento formal do presidente do banco. Ele disse que ainda é preciso determinar de forma precisa de quem é a responsabilidade pela gestão dos contratos de publicidade da Nossa Caixa.
Ele afirma que vai avaliar se outros envolvidos podem ser chamados para depor e admite a possibilidade de ouvir o ex-assessor de comunicação Roger Ferreira.
O promotor afirma que nos próximos dias vai fazer o cruzamento de informações. Serão cruzadas as datas de votações importantes na Assembléia Legislativa com as datas de liberação de recursos pelo banco para os veículos de comunicação.
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