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13/04/2006
-
12h53
ANDREZA MATAIS
da Folha Online, em Brasília
A decisão sobre quem ocupará as vagas abertas no Conselho de Ética com a renúncia de cinco titulares pode ser do presidente da Câmara, deputado Aldo Rebelo (PC do B-SP). Segundo a assessoria da Mesa Diretora, caso os partidos se recusem a indicar representantes para o colegiado, a tarefa passa a ser do presidente da Casa.
Os deputados deixaram o Conselho em protesto às absolvições pelo plenário de denunciados no esquema do 'mensalão', o que confrontou as orientações do colegiado. Até agora, PPS e PSDB já avisaram que não vão indicar novos membros. Esses partidos têm duas vagas no Conselho.
Os líderes do PPS e PSDB admitem que mais do que protestar contra as decisões do plenário, a não indicação de novos membros deve-se à dificuldade de encontrar em suas bancadas quem queira assumir as vagas.
"Estamos com dificuldades, ninguém está querendo e não temos como obrigar porque sabemos que é um sacrifício. O trabalho no Conselho exige dedicação, não é agradável julgar colegas, depois chega no plenário e a pessoa ainda é desmoralizada", argumentou o presidente nacional do PPS, deputado Roberto Freire (PE). "Não está sendo uma honraria participar do Conselho, mas um constrangimento", complementou.
O líder do PSDB na Câmara, deputado Juthay Magalhães (PSDB-BA), também afirmou que ninguém no seu partido quer assumir a vaga aberta no Conselho com a renúncia do deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP).
O próprio Sampaio admite que não é estimulando participar do Conselho hoje. "O deputado pensa: 'vou me expor, trabalhar, investigar, apurar e vai chegar no plenário e tudo o que fiz não valeu nada!' E é verdade, o plenário como está hoje descredencia o Conselho", afirmou.
Sampaio contou que para relatar o processo do então deputado Pedro Corrêa (PP-PE) levou 60 dias. "É preciso fazer um estudo aprofundado de todos os documentos, isso toma tempo", disse.
"Uma das maiores dificuldades foi ler os cem quilos de documentos que Corrêa encaminhou na sua defesa", continuou. Pedro Corrêa foi um dos cassados por envolvimento com o "mensalão".
Freire disse que não se preocupa com a determinação do regimento de que se não partir da bancada, a indicação virá do presidente da Câmara, um aliado do Palácio do Planalto. "Ele que indique alguém da base aliada porque do PPS não vai conseguir ninguém disposto", disse.
Pelo regimento da Casa, Rebelo é obrigado a nomear um membro do partido a quem a vaga pertence, no caso o PPS.
Segundo Freire, o presidente da Câmara tem responsabilidade pela desmoralização do Conselho. "Ele agiu contra o Conselho quando decidiu que a deputada Ângela Guadagnin (PT-SP) poderia continuar no órgão mesmo respondendo a processo na corregedoria pela dança da pizza", disse.
A petista foi afastada pelo presidente do Conselho, deputado Ricardo Izar (PTB-SP), a pedido do PPS que entrou com representação contra ele acusando-a de quebrar o decoro ao dançar no plenário para comemorar a absolvição do deputado João Magno (PT-MG).
Apesar do respaldo de Aldo, Guadagnin resolveu não recorrer e está temporariamente fora do Conselho.
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PPS e PSDB boicotam indicações para Conselho; Aldo deve nomear
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da Folha Online, em Brasília
A decisão sobre quem ocupará as vagas abertas no Conselho de Ética com a renúncia de cinco titulares pode ser do presidente da Câmara, deputado Aldo Rebelo (PC do B-SP). Segundo a assessoria da Mesa Diretora, caso os partidos se recusem a indicar representantes para o colegiado, a tarefa passa a ser do presidente da Casa.
Os deputados deixaram o Conselho em protesto às absolvições pelo plenário de denunciados no esquema do 'mensalão', o que confrontou as orientações do colegiado. Até agora, PPS e PSDB já avisaram que não vão indicar novos membros. Esses partidos têm duas vagas no Conselho.
Os líderes do PPS e PSDB admitem que mais do que protestar contra as decisões do plenário, a não indicação de novos membros deve-se à dificuldade de encontrar em suas bancadas quem queira assumir as vagas.
"Estamos com dificuldades, ninguém está querendo e não temos como obrigar porque sabemos que é um sacrifício. O trabalho no Conselho exige dedicação, não é agradável julgar colegas, depois chega no plenário e a pessoa ainda é desmoralizada", argumentou o presidente nacional do PPS, deputado Roberto Freire (PE). "Não está sendo uma honraria participar do Conselho, mas um constrangimento", complementou.
O líder do PSDB na Câmara, deputado Juthay Magalhães (PSDB-BA), também afirmou que ninguém no seu partido quer assumir a vaga aberta no Conselho com a renúncia do deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP).
O próprio Sampaio admite que não é estimulando participar do Conselho hoje. "O deputado pensa: 'vou me expor, trabalhar, investigar, apurar e vai chegar no plenário e tudo o que fiz não valeu nada!' E é verdade, o plenário como está hoje descredencia o Conselho", afirmou.
Sampaio contou que para relatar o processo do então deputado Pedro Corrêa (PP-PE) levou 60 dias. "É preciso fazer um estudo aprofundado de todos os documentos, isso toma tempo", disse.
"Uma das maiores dificuldades foi ler os cem quilos de documentos que Corrêa encaminhou na sua defesa", continuou. Pedro Corrêa foi um dos cassados por envolvimento com o "mensalão".
Freire disse que não se preocupa com a determinação do regimento de que se não partir da bancada, a indicação virá do presidente da Câmara, um aliado do Palácio do Planalto. "Ele que indique alguém da base aliada porque do PPS não vai conseguir ninguém disposto", disse.
Pelo regimento da Casa, Rebelo é obrigado a nomear um membro do partido a quem a vaga pertence, no caso o PPS.
Segundo Freire, o presidente da Câmara tem responsabilidade pela desmoralização do Conselho. "Ele agiu contra o Conselho quando decidiu que a deputada Ângela Guadagnin (PT-SP) poderia continuar no órgão mesmo respondendo a processo na corregedoria pela dança da pizza", disse.
A petista foi afastada pelo presidente do Conselho, deputado Ricardo Izar (PTB-SP), a pedido do PPS que entrou com representação contra ele acusando-a de quebrar o decoro ao dançar no plenário para comemorar a absolvição do deputado João Magno (PT-MG).
Apesar do respaldo de Aldo, Guadagnin resolveu não recorrer e está temporariamente fora do Conselho.
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