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30/04/2006
-
20h52
TATHIANA BARBAR
da Folha Online
O PT decidiu adiar eventuais punições a parlamentares e membros do partido envolvidos com o chamado "esquema do mensalão" para só depois das eleições deste ano, que acontecem em outubro. O partido alega que a punição aos "mensaleiros" pode ser usada pela oposição para atacá-lo durante a campanha eleitoral.
A decisão foi tomada durante o 13º Encontro Nacional do PT, que aconteceu neste final de semana em São Paulo. O encontro aprovou ainda uma ampla política de alianças neste ano com o objetivo de reeleger o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Entre os petistas acusados de envolvimento com o esquema do "valerioduto" --que pagou o "mensalão" e financiou o caixa dois-- estão José Dirceu, José Genoino, Delúbio Soares, Silvio Pereira, João Paulo Cunha, Professor Luizinho e João Magno.
"O encontro considera fundamental evitar que o processo de apuração seja constrangido pela dinâmica eleitoral e/ou manipulado pela oposição de direita", diz o documento aprovado pela maioria dos 1.200 delegados que participam do Encontro do PT.
Em vez de definir essa punição, o encontro preferiu determinar ao Diretório Nacional que regulamente prazos para apurar a responsabilidade pela crise.
Mesmo sem definir punições aos responsáveis, o PT condenou a prática de condutas consideradas irregulares. "O encontro considera que essas práticas políticas inaceitáveis devem ser debatidas de maneira crítica e autocrítica pelo conjunto do partido."
Entre as práticas condenadas pelo PT está a "centralização de decisões por alguns dirigentes sem a autorização de nossas instâncias" e a "ilusão sobre a possibilidade de políticos conservadores abdicarem de seus próprios projetos e práticas em funções dos nossos".
"O Encontro considera que essas práticas afetaram a capacidade do partido de resistir à ofensiva que as forças conservadores movem contra nós facilitando ataques agressivos", diz o documento aprovado pelo PT.
Balanço da crise
O presidente nacional do PT, Ricardo Berzoini, afirmou que o partido pretende fazer um balanço aprofundado sobre tudo que envolveu a atual crise política. "Não apenas questões internas do partido, mas o funcionamento parcial de grande parte da mídia, a maneira como setores do Judiciário e do Legislativo se comportaram e também as responsabilidades internas do próprio PT."
Para Berzoini, no entanto, esse debate precisa ser feito com profundidade, tranqüilidade, "num clima descontaminado da disputa eleitoral". Por isso, o 13º Encontro Nacional do PT, que terminou hoje, aprovou uma resolução que determina que o processo de apuração das responsabilidades sobre os envolvidos com o "mensalão" e "valerioduto" fique para depois das eleições.
Para o secretário de Relações Internacionais do partido, Valter Pomar, o PT já vem debatendo o tema publicamente há meses. "Nós achamos que houve episódios extremamente inadequados e incorretos no tema do financiamento de campanha e no tema da relação entre o PT e alguns partidos. Nós reafirmamos aquilo que já era uma decisão do PT, de que houve um conjunto de erros políticos, e apenas deixamos claro que esse é um tema que continuará sendo tratado pelo partido."
Pomar afirmou, entretanto, que o partido não vai aceitar ficar paralisado por conta desta discussão. "Vamos continuar trabalhando em termos de mobilização social, em termos de campanha, e vencer as eleições presidenciais deste ano", disse.
"Nossa prioridade neste momento político é a eleição do presidente Lula, de governadores estaduais, de senadores e deputados, e o fortalecimento da esquerda política social", reiterou.
Campanha
O encontro do PT aprovou o nome de Berzoini como coordenador-geral da campanha presidencial de Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições deste ano. "Vamos trabalhar com todos os meios de arrecadação legais que existem, redobrando os cuidados para que a população possa ter confiança de que haverá transparência [na arrecadação de recursos para a campanha]", disse Berzoini.
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PT adia punição a "mensaleiros" para só depois das eleições
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da Folha Online
O PT decidiu adiar eventuais punições a parlamentares e membros do partido envolvidos com o chamado "esquema do mensalão" para só depois das eleições deste ano, que acontecem em outubro. O partido alega que a punição aos "mensaleiros" pode ser usada pela oposição para atacá-lo durante a campanha eleitoral.
A decisão foi tomada durante o 13º Encontro Nacional do PT, que aconteceu neste final de semana em São Paulo. O encontro aprovou ainda uma ampla política de alianças neste ano com o objetivo de reeleger o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Entre os petistas acusados de envolvimento com o esquema do "valerioduto" --que pagou o "mensalão" e financiou o caixa dois-- estão José Dirceu, José Genoino, Delúbio Soares, Silvio Pereira, João Paulo Cunha, Professor Luizinho e João Magno.
"O encontro considera fundamental evitar que o processo de apuração seja constrangido pela dinâmica eleitoral e/ou manipulado pela oposição de direita", diz o documento aprovado pela maioria dos 1.200 delegados que participam do Encontro do PT.
Em vez de definir essa punição, o encontro preferiu determinar ao Diretório Nacional que regulamente prazos para apurar a responsabilidade pela crise.
Mesmo sem definir punições aos responsáveis, o PT condenou a prática de condutas consideradas irregulares. "O encontro considera que essas práticas políticas inaceitáveis devem ser debatidas de maneira crítica e autocrítica pelo conjunto do partido."
Entre as práticas condenadas pelo PT está a "centralização de decisões por alguns dirigentes sem a autorização de nossas instâncias" e a "ilusão sobre a possibilidade de políticos conservadores abdicarem de seus próprios projetos e práticas em funções dos nossos".
"O Encontro considera que essas práticas afetaram a capacidade do partido de resistir à ofensiva que as forças conservadores movem contra nós facilitando ataques agressivos", diz o documento aprovado pelo PT.
Balanço da crise
O presidente nacional do PT, Ricardo Berzoini, afirmou que o partido pretende fazer um balanço aprofundado sobre tudo que envolveu a atual crise política. "Não apenas questões internas do partido, mas o funcionamento parcial de grande parte da mídia, a maneira como setores do Judiciário e do Legislativo se comportaram e também as responsabilidades internas do próprio PT."
Para Berzoini, no entanto, esse debate precisa ser feito com profundidade, tranqüilidade, "num clima descontaminado da disputa eleitoral". Por isso, o 13º Encontro Nacional do PT, que terminou hoje, aprovou uma resolução que determina que o processo de apuração das responsabilidades sobre os envolvidos com o "mensalão" e "valerioduto" fique para depois das eleições.
Para o secretário de Relações Internacionais do partido, Valter Pomar, o PT já vem debatendo o tema publicamente há meses. "Nós achamos que houve episódios extremamente inadequados e incorretos no tema do financiamento de campanha e no tema da relação entre o PT e alguns partidos. Nós reafirmamos aquilo que já era uma decisão do PT, de que houve um conjunto de erros políticos, e apenas deixamos claro que esse é um tema que continuará sendo tratado pelo partido."
Pomar afirmou, entretanto, que o partido não vai aceitar ficar paralisado por conta desta discussão. "Vamos continuar trabalhando em termos de mobilização social, em termos de campanha, e vencer as eleições presidenciais deste ano", disse.
"Nossa prioridade neste momento político é a eleição do presidente Lula, de governadores estaduais, de senadores e deputados, e o fortalecimento da esquerda política social", reiterou.
Campanha
O encontro do PT aprovou o nome de Berzoini como coordenador-geral da campanha presidencial de Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições deste ano. "Vamos trabalhar com todos os meios de arrecadação legais que existem, redobrando os cuidados para que a população possa ter confiança de que haverá transparência [na arrecadação de recursos para a campanha]", disse Berzoini.
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