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08/05/2006
-
12h45
ANDREZA MATAIS
da Folha Online, em Brasília
A OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) deverá rejeitar o relatório do conselheiro Sérgio Ferraz, do Acre, que pede o impeachment do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Até o momento, apenas as seccionais do Paraná e do Mato Grosso do Sul se manifestaram a favor do relatório.
Entre os demais que já se pronunciaram --cerca de 15 conselheiros--, a avaliação é que não há um clamor na sociedade pelo afastamento do presidente Lula, tampouco clima político.
O conselheiro do Rio Grande do Norte, Luiz Gomes, ressaltou que a Câmara não cassou nem mesmo os deputados beneficiados pelo "valerioduto" --dez já foram absolvidos-- o que demonstra que não haveria disposição entre os deputados para aprovar o impeachment de Lula. "Não tem como esperar lucidez daqueles que não cassaram seus pares", afirmou.
Silvio Pereira
O presidente da OAB, Roberto Busato, disse no início da reunião que as revelações de Silvio Pereira, ex-secretário geral do PT, contando mais detalhes do "valerioduto", poderiam contribuir para que a entidade aprovasse o pedido do impeachment.
"É mais um ingrediente explosivo nesse caso. O ex-secretário do PT disse que quatro pessoas comandavam o partido dentro dessa situação vexatória e um deles é o presidente da República."
Para Busato, as denúncias contra o governo parecem uma "caixa de lenço": quando se tira um aparece logo outro. "Essa crise não termina nunca", emendou. Apesar disso, o pedido de impeachment não deverá ser aprovado.
A tendência é que a entidade encaminhe para a Procuradoria Geral da República pedido de abertura de processo contra Lula. O impeachment seria remetido à Câmara.
"Não ouvimos a voz das ruas clamando pelo impeachment. Nenhuma das CPIs (Comissões Parlamentares de Inquérito) atribuíram ao presidente Lula a responsabilidade pelo esquema ilegal. Um pedido de impeachment somente serviria para ridicularizar a nossa entidade, não encontrará apoio nem no Congresso Nacional", justificou o conselheiro do Rio Grande do Sul, César Bitencourt.
O conselheiro do Paraná, Luiz Gomes, discordou do argumento dos colegas sobre apoio popular. Segundo ele, um advogado quando ingressa com uma ação tem que "ter coragem" de buscar os direitos do seu cliente independentemente do resultado. "Nós não podemos compactuar com a República do Ali Babá e os 40 ladrões", disse.
Juntamente com o Mato Grosso do Sul, o Paraná subscreveu o pedido para que a OAB examinasse o impeachment de Lula.
O relatório
Em 18 páginas, o relator do pedido de impeachment na OAB, conselheiro Sérgio Ferraz, afirmou que o esquema montado no governo denunciado pelo Ministério Público Federal como uma "organização criminosa" é mais grave do que o que derrubou o ex-presidente Fernando Collor de Mello.
Ferraz sustentou que não há como desvincular o presidente Lula das denúncias. "Quem é o maior beneficiário [do valerioduto] ? Qualquer criança de sete anos sabe que é o presidente da República."
O conselheiro citou ainda que o Ministério Público indiciou o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu como o "chefe da quadrilha". "E a quem ele [Dirceu] estava subordinado? Ao presidente da República." "O Brasil merece essa oportunidade de resgate", disse.
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OAB deve rejeitar pedido de impeachment de Lula
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da Folha Online, em Brasília
A OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) deverá rejeitar o relatório do conselheiro Sérgio Ferraz, do Acre, que pede o impeachment do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Até o momento, apenas as seccionais do Paraná e do Mato Grosso do Sul se manifestaram a favor do relatório.
Entre os demais que já se pronunciaram --cerca de 15 conselheiros--, a avaliação é que não há um clamor na sociedade pelo afastamento do presidente Lula, tampouco clima político.
O conselheiro do Rio Grande do Norte, Luiz Gomes, ressaltou que a Câmara não cassou nem mesmo os deputados beneficiados pelo "valerioduto" --dez já foram absolvidos-- o que demonstra que não haveria disposição entre os deputados para aprovar o impeachment de Lula. "Não tem como esperar lucidez daqueles que não cassaram seus pares", afirmou.
Silvio Pereira
O presidente da OAB, Roberto Busato, disse no início da reunião que as revelações de Silvio Pereira, ex-secretário geral do PT, contando mais detalhes do "valerioduto", poderiam contribuir para que a entidade aprovasse o pedido do impeachment.
"É mais um ingrediente explosivo nesse caso. O ex-secretário do PT disse que quatro pessoas comandavam o partido dentro dessa situação vexatória e um deles é o presidente da República."
Para Busato, as denúncias contra o governo parecem uma "caixa de lenço": quando se tira um aparece logo outro. "Essa crise não termina nunca", emendou. Apesar disso, o pedido de impeachment não deverá ser aprovado.
A tendência é que a entidade encaminhe para a Procuradoria Geral da República pedido de abertura de processo contra Lula. O impeachment seria remetido à Câmara.
"Não ouvimos a voz das ruas clamando pelo impeachment. Nenhuma das CPIs (Comissões Parlamentares de Inquérito) atribuíram ao presidente Lula a responsabilidade pelo esquema ilegal. Um pedido de impeachment somente serviria para ridicularizar a nossa entidade, não encontrará apoio nem no Congresso Nacional", justificou o conselheiro do Rio Grande do Sul, César Bitencourt.
O conselheiro do Paraná, Luiz Gomes, discordou do argumento dos colegas sobre apoio popular. Segundo ele, um advogado quando ingressa com uma ação tem que "ter coragem" de buscar os direitos do seu cliente independentemente do resultado. "Nós não podemos compactuar com a República do Ali Babá e os 40 ladrões", disse.
Juntamente com o Mato Grosso do Sul, o Paraná subscreveu o pedido para que a OAB examinasse o impeachment de Lula.
O relatório
Em 18 páginas, o relator do pedido de impeachment na OAB, conselheiro Sérgio Ferraz, afirmou que o esquema montado no governo denunciado pelo Ministério Público Federal como uma "organização criminosa" é mais grave do que o que derrubou o ex-presidente Fernando Collor de Mello.
Ferraz sustentou que não há como desvincular o presidente Lula das denúncias. "Quem é o maior beneficiário [do valerioduto] ? Qualquer criança de sete anos sabe que é o presidente da República."
O conselheiro citou ainda que o Ministério Público indiciou o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu como o "chefe da quadrilha". "E a quem ele [Dirceu] estava subordinado? Ao presidente da República." "O Brasil merece essa oportunidade de resgate", disse.
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