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18/05/2006
-
02h37
da Folha de S.Paulo, no Rio
O secretário de Avaliação e Gestão da Informação do Ministério de Desenvolvimento Social (MDS), Rômulo Paes, afirmou que os programas sociais do governo federal hoje englobam mais gente que em 2004 e que o Bolsa-Família vai incluir até o fim do ano as pessoas que não estavam atendidas naquele ano.
O governo estima que o Bolsa-Família, sua principal ação de transferência de renda, atingirá 11,1 milhões de domicílios até o fim deste ano, quando também devem ser unificados os programas federais. Hoje, 9,1 milhões de famílias recebem o benefício. Em 2004, quando foi realizada a pesquisa, eram 6,7 milhões os atendidos. Ainda assim, ele é realista: "Não há ilusão de resolver a fome em três anos."
Para a epidemiologista da Unicamp Ana Maria Segall, autora de trabalhos sobre a fome e consultora do IBGE, uma grande vantagem da pesquisa é que dá graduações da insegurança alimentar. "Sabemos agora que o foco de intervenção do governo deve estar nas pessoas em insegurança alimentar moderada e grave", explica.
O secretário Paes afirma que o processo é longo, mas que a pesquisa mostra que as desigualdades não se resumem à renda e diferenças regionais, mas são de várias ordens, como de cor/raça, gênero (homem/mulher), rural/urbano. "Sabemos exatamente agora quais grupos sociais dentre os pobres demandam mais políticas públicas e vamos alocar os recursos compatíveis e a lógica de planejamento adequada. Não estamos mais deduzindo, intuindo, medimos a segurança alimentar", afirmou.
Para o secretário, o ciclo de pobreza e desigualdade do país se reflete claramente no estudo, apontando como as famílias mais afetadas pela insegurança alimentar as pobres, jovens e com mais filhos. Segundo ele, são essas o foco dos programas sociais.
De acordo com ele, boa parte das pessoas que apareciam como atendidas por programas na pesquisa do IBGE recebiam auxílio-gás, cujo valor é de R$ 15 a cada dois meses, o que causa pouco impacto.
O mexicano Rafael Pérez-Escamilla, professor da Universidade de Connecticut e especialista no tema que atuou como consultor da pesquisa, afirmou que não há nenhum outro país em desenvolvimento com estratégia tão clara de combate à insegurança alimentar.
Na visão do secretário, a discussão sobre focalização ou universalização dos programas sociais está "superada no Brasil" porque a "escala é muito grande" a ser atingida --50 milhões de pessoas. "Se fosse um país, seria o segundo maior da América do Sul", disse.
Indagado se assegurar na Constituição o acesso aos programas de transferência de renda não seria uma forma de incluir mais pessoas, o secretário afirmou que a natureza jurídica dos programas é menos relevante. O que interessa, diz, é que eles estão funcionando e ampliando a população beneficiada.
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O secretário de Avaliação e Gestão da Informação do Ministério de Desenvolvimento Social (MDS), Rômulo Paes, afirmou que os programas sociais do governo federal hoje englobam mais gente que em 2004 e que o Bolsa-Família vai incluir até o fim do ano as pessoas que não estavam atendidas naquele ano.
O governo estima que o Bolsa-Família, sua principal ação de transferência de renda, atingirá 11,1 milhões de domicílios até o fim deste ano, quando também devem ser unificados os programas federais. Hoje, 9,1 milhões de famílias recebem o benefício. Em 2004, quando foi realizada a pesquisa, eram 6,7 milhões os atendidos. Ainda assim, ele é realista: "Não há ilusão de resolver a fome em três anos."
Para a epidemiologista da Unicamp Ana Maria Segall, autora de trabalhos sobre a fome e consultora do IBGE, uma grande vantagem da pesquisa é que dá graduações da insegurança alimentar. "Sabemos agora que o foco de intervenção do governo deve estar nas pessoas em insegurança alimentar moderada e grave", explica.
O secretário Paes afirma que o processo é longo, mas que a pesquisa mostra que as desigualdades não se resumem à renda e diferenças regionais, mas são de várias ordens, como de cor/raça, gênero (homem/mulher), rural/urbano. "Sabemos exatamente agora quais grupos sociais dentre os pobres demandam mais políticas públicas e vamos alocar os recursos compatíveis e a lógica de planejamento adequada. Não estamos mais deduzindo, intuindo, medimos a segurança alimentar", afirmou.
Para o secretário, o ciclo de pobreza e desigualdade do país se reflete claramente no estudo, apontando como as famílias mais afetadas pela insegurança alimentar as pobres, jovens e com mais filhos. Segundo ele, são essas o foco dos programas sociais.
De acordo com ele, boa parte das pessoas que apareciam como atendidas por programas na pesquisa do IBGE recebiam auxílio-gás, cujo valor é de R$ 15 a cada dois meses, o que causa pouco impacto.
O mexicano Rafael Pérez-Escamilla, professor da Universidade de Connecticut e especialista no tema que atuou como consultor da pesquisa, afirmou que não há nenhum outro país em desenvolvimento com estratégia tão clara de combate à insegurança alimentar.
Na visão do secretário, a discussão sobre focalização ou universalização dos programas sociais está "superada no Brasil" porque a "escala é muito grande" a ser atingida --50 milhões de pessoas. "Se fosse um país, seria o segundo maior da América do Sul", disse.
Indagado se assegurar na Constituição o acesso aos programas de transferência de renda não seria uma forma de incluir mais pessoas, o secretário afirmou que a natureza jurídica dos programas é menos relevante. O que interessa, diz, é que eles estão funcionando e ampliando a população beneficiada.
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