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18/05/2006
-
02h43
da Folha de S.Paulo, no Rio
Mais da metade da população preta ou parda (52,3%) do Brasil residia em domicílios sob risco de conviver com a fome em 2004. Entre os brancos, o percentual era bem menor: 28,1%.
Dos 87,4 milhões de pessoas que se declaram pretas ou pardas, 45,6 milhões estavam sujeitas à insegurança alimentar em maior ou menor grau. O Nordeste concentrava quase metade dos pardos e pretos que sofreram com o problema --48,8%, ou 22,3 milhões de pessoas. Em 2004, 93,6 milhões de pessoas se declaram brancas, das quais 26,3% relataram situação de insegurança alimentar.
Sob a condição de insegurança alimentar grave (na qual a fome é evidente), estavam, em 2004, 11,5% dos pretos e pardos --10,1 milhões de pessoas. Os negros representavam 72,4 do contingente total de pessoas residentes em domicílios onde a fome aflorava com maior gravidade.
Na população de 182,1 milhões de pessoas no país, 51,4% eram brancas, 48% pretas ou pardas e 0,6% de cor amarela (indígenas e asiáticos) ou outras. "Esses dados mostram a reprodução da discriminação e da desigualdade na sociedade brasileira", disse Lena Lavinas, economista do Instituto de Economia da UFRJ.
Tal desigualdade, diz, afeta também mulheres e a população mais jovem. De acordo com a pesquisa do IBGE, em 22,9% dos lares chefiados por mulheres estava presente a insegurança alimentar moderada ou grave -- categorias nas quais pode haver restrição de alimentou ou se evidenciou a fome. Nos domicílios cujo morador de referência era homem, o percentual se situava em 17,3%.
Para Rômulo Paes, secretário de Avaliação e Gestão da Informação do Ministério de Desenvolvimento Social, o perfil da desigualdade já era conhecido de outras pesquisas, atingindo mais pretos e pardos, mulheres e pessoas mais jovens --neste caso porque os mais pobres têm uma taxa de fecundidade maior. O que o levantamento permite, diz, é quantificar e mensurar o número de pessoas que são mais vulneráveis e, a partir daí, promover uma melhor gestão dos programas sociais.
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Dos 87,4 milhões de pessoas que se declaram pretas ou pardas, 45,6 milhões estavam sujeitas à insegurança alimentar em maior ou menor grau. O Nordeste concentrava quase metade dos pardos e pretos que sofreram com o problema --48,8%, ou 22,3 milhões de pessoas. Em 2004, 93,6 milhões de pessoas se declaram brancas, das quais 26,3% relataram situação de insegurança alimentar.
Sob a condição de insegurança alimentar grave (na qual a fome é evidente), estavam, em 2004, 11,5% dos pretos e pardos --10,1 milhões de pessoas. Os negros representavam 72,4 do contingente total de pessoas residentes em domicílios onde a fome aflorava com maior gravidade.
Na população de 182,1 milhões de pessoas no país, 51,4% eram brancas, 48% pretas ou pardas e 0,6% de cor amarela (indígenas e asiáticos) ou outras. "Esses dados mostram a reprodução da discriminação e da desigualdade na sociedade brasileira", disse Lena Lavinas, economista do Instituto de Economia da UFRJ.
Tal desigualdade, diz, afeta também mulheres e a população mais jovem. De acordo com a pesquisa do IBGE, em 22,9% dos lares chefiados por mulheres estava presente a insegurança alimentar moderada ou grave -- categorias nas quais pode haver restrição de alimentou ou se evidenciou a fome. Nos domicílios cujo morador de referência era homem, o percentual se situava em 17,3%.
Para Rômulo Paes, secretário de Avaliação e Gestão da Informação do Ministério de Desenvolvimento Social, o perfil da desigualdade já era conhecido de outras pesquisas, atingindo mais pretos e pardos, mulheres e pessoas mais jovens --neste caso porque os mais pobres têm uma taxa de fecundidade maior. O que o levantamento permite, diz, é quantificar e mensurar o número de pessoas que são mais vulneráveis e, a partir daí, promover uma melhor gestão dos programas sociais.
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