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26/05/2006 - 00h32

No Alvorada, Lula fecha aliança PT-PSB-PC do B

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KENNEDY ALENCAR
RANIER BRAGON
da Folha de S.Paulo, em Brasília

Em jantar na quarta-feira à noite no Palácio da Alvorada, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva selou politicamente uma aliança entre PT, PSB e PC do B para apoiar à sua reeleição. Lula pediu que sejam aceleradas as negociações para alianças nos Estados, montagem da coordenação de campanha e elaboração de programa de governo.

Lula disse que deverá assumir a candidatura à reeleição por volta de 15 de junho. Afirmou que deseja começar a montar sua coligação a partir das forças que sempre o apoiaram historicamente. PT, PSB e PC do B estiveram juntos em três das quatro eleições presidenciais disputadas por Lula. Em 2002, o PSB preferiu apresentar candidato próprio (o ex-governador Anthony Garotinho, hoje na ala oposicionista do PMDB).

Foi a primeira reunião formal de Lula com os três partidos que, segundo palavras do presidente, serão "o núcleo político" da aliança. Estiveram no encontro os presidentes do PT, Ricardo Berzoini, do PSB, Eduardo Campos, e do PC do B, Renato Rabelo. O ministro das Relações Institucionais e articulador político do governo, Tarso Genro, e o presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PC do B-SP), também participaram do jantar de três horas que começou por volta das 22h. No cardápio, carne de carneiro e bebidas variadas.

O presidente pediu ainda a formação de um conselho político formado pelos presidentes de partidos aliados para que se reúnam freqüentemente com ele. A coordenação-geral da campanha, estrutura à parte do conselho, ficará com Berzoini.

PMDB, vice e alianças

Lula admitiu que será difícil contar com o apoio formal do PMDB. Mas afirmou que dará todos os sinais políticos, pressionando petistas a desistir de projetos nos Estados em favor de peemedebistas, para mostrar que deseja, após as eleições, formar coalizão com o PMDB para "garantir a governabilidade" num segundo mandato.

Sem o PMDB, Lula perderá o vice dos seus sonhos, o ex-presidente do STF (Supremo Tribunal Federal) Nelson Jobim. Nesse contexto, o mais cotado é o ex-ministro da Integração Nacional Ciro Gomes (PSB).

Lula pediu que os presidentes de partido e aliados tratem com cuidado a questão do candidato a vice. Não deseja repetir a dobradinha José Alencar (PRB), mas não gostaria de magoar o vice-presidente. "Gosto muito do velho", afirmou Lula, segundo um dos presentes, emendando que desejaria que Alencar tivesse sucesso numa eventual disputa pelo Senado por Minas.

Na reunião, avaliou-se que a maioria do PL apoiará Lula nos Estados sem aliança formal. Setores do PTB e do PP também seguiriam o mesmo caminho.

"Façam um primeiro serviço para eu entrar depois e resolver os problemas que vocês não conseguirem resolver", foram as palavras de Lula, segundo um dos participantes, ao recomendar a Berzoini, Campos e Rabelo acelerar a discussão de alianças nos Estados.

Lula citou dois casos em que intervirá para tentar favorecer o PMDB. No Paraná, deseja que o senador Flávio Arns (PT-PR) abandone sua candidatura e apóie Roberto Requião. Em Santa Catarina, quer que o ex-ministro da Pesca José Fritsch desista e apóie o peemedebista Luiz Henrique, que disputará a reeleição como Requião.

Berzoini e Eduardo Campos tiveram reunião ontem para tratar de alianças. Há mais dificuldades regionais entre PT e PSB. Na próxima quarta-feira, haverá nova reunião dos presidentes de partidos. O PT homologará a candidatura Lula em convenção no dia 24 de junho. O PC do B realizará seu encontro uma semana antes. E o PSB definirá a data da convenção em reunião da Executiva em 7 de junho.

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