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09/06/2006 - 13h00

Juíza manda soltar 459 sem-terra que invadiram a Câmara dos Deputados

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ANDREZA MATAIS
da Folha Online, em Brasília

A juíza da 10ª Vara Federal, Maria de Fátima de Paula Pessoa Costa, determinou nesta sexta-feira que 459 integrantes do MLST (Movimento pela Libertação dos Sem Terra) sejam liberados. Eles foram presos na terça-feira após participarem da invasão e depredação da Câmara dos Deputados, em Brasília.

Segundo a assessoria da juíza, o pedido para a soltura dos sem-terra partiu do Ministério Público Federal. Cabe agora à Polícia Federal, que passou a conduzir o inquérito no lugar da Polícia Legislativa, cumprir a determinação.

Outros 42 integrantes do movimento, entre líderes e autores da depredação, vão permanecer presos. Neste grupo está Bruno Maranhão, que foi afastado anteontem da Executiva Nacional e da Secretaria Nacional de Movimentos Populares do PT.

Os sem-terra que participaram da ação estão presos no complexo penitenciário da Papuda.

Armados de paus, pedras e blocos de cimento, eles destruíram portas, paredes de vidro, equipamentos de informática, um busto de bronze do ex-governador Mário Covas, entre outras peças da Câmara. Um veículo, que estava no saguão da Casa e seria sorteado na festa junina dos funcionários da Câmara, também foi destruído.

A Casa contabilizou 41 --26 ferimentos e 15 curativos-- atendimentos médicos em seu ambulatório. Um dos feridos foi internado com traumatismo craniano.

Agenda

Uma agenda, em poder da Polícia Federal, que supostamente pertenceria a Bruno Maranhão, que liderou a invasão do MLST, compromete o PT --partido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O documento, apreendido pela Polícia Legislativa durante a depredação da Câmara, conta detalhes do planejamento da ação, com anotações em letras diferentes, como "A União financia", como se a vinda do grupo a Brasília fosse financiada pelo governo federal.

Havia ainda um recado para uma pessoa de nome Raquel, que seria supostamente uma secretária de Maranhão: "Fechar os números do PT e o orçamento de passagens para R$ 6.000".

Em outro momento, Maranhão teria escrito: "Dependo, inclusive, saber se foram depositados R$ 5.000 de março e os serviços de vale-refeição e transporte".

Maranhão teria ainda solicitado à suposta secretária facilitar a transação ao PT. Também há comentários, na agenda, sobre a reeleição, mas sem nenhuma citação ao presidente Lula: "A reeleição é uma nova genialidade".

Segundo o documento apreendido, o custo da operação envolvendo os integrantes do MLST seria de R$ 83 mil --com pedágios, transporte, alimentação e hospedagem. A PF nega que tenha deixado vazar uma cópia da agenda para a imprensa.

Especial
  • Leia o que já foi publicado sobre o MLST
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