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04/07/2006 - 15h00

Procurador e delegado negam envolvimento de ex-ministros com sanguessugas

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ANDREZA MATAIS
da Folha Online, em Brasília

O procurador da República em Mato Grosso, Mário Lúcio Avelar, e o delegado da Polícia Federal, Tardelli Boaventura, já revelaram à CPI dos Sanguessugas que não há indícios da participação de dois ex-ministros da Saúde --Humberto Costa e Saraiva Felipe-- na máfia das ambulâncias. O depoimento começou há três horas e ainda prossegue.

Segundo parlamentares que acompanham a reunião reservada da CPI, os dois foram categóricos em afirmar que os nomes dos dois ministros não apareceram em nenhum momento da investigação.

O delegado e o procurador apresentaram uma lista apreendida na Planam --empresa que fornecia as ambulâncias para o esquema-- com os nomes de várias pessoas que teriam recebido propina da empresa.

Segundo apurou a Folha Online, apenas dois deputados aparecem nela: Nilton Capixaba (PTB-RO) e João Caldas (PL-AL), respectivamente segundo e quarto-secretários da Câmara. Os demais são nomes supostamente de assessores, mas na lista não aparece a quem eles seriam ligados.

Mario Lúcio Avelar e Tardelli Boaventura não revelarão à CPI os nomes dos 15 deputados que estão sendo investigados pelo STF (Supremo Tribunal Federal) por suposta participação no esquema. Ambos disseram que não tem responsabilidade sobre esses inquéritos.

"Quem foi para a reunião com a expectativa de que sairia de lá com nomes de deputados e senadores envolvidos ficou frustrado. Está sendo um depoimento elucidativo na medida em que se evidenciou como o esquema era montado. Não tenho dúvidas de que parlamentares participaram, mas ainda não sabemos quais", disse o deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP).

Passo a passo

Os dois depoentes indicaram para a CPI cinco passos que a quadrilha seguia para consolidar o esquema. O primeiro era a identificação dos municípios que receberiam as emendas destinadas à compra de ambulâncias. Depois disso, os dirigentes da Planam saíam a campo para aliciar parlamentares, que por sua vez apresentavam emendas ao Orçamento.

Em seguida, a quadrilha procurava o Ministério da Saúde para liberar as emendas. O braço do esquema na pasta era a então funcionária Maria da Penha Lino. O próximo passo era fraudar o processo de licitação nos municípios para a compra das ambulâncias.

A estratégia era limitar o valor a R$ 80 mil para que as empresas pudessem ser escolhidas por meio de carta convite. Como as ambulâncias custavam R$ 120 mil, a diferença vinha por meio de outra licitação forjada. Por fim, o último passo, era a compra dos veículos, vendidos a preços superfaturados.

O depoimentos dos dois deve se estender por toda a tarde de hoje. Os deputados e senadores iniciaram há pouco a fase das perguntas.

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