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07/07/2006
-
10h45
da Folha Online
da Agência Folha
O governo do Estado de Mato Grosso decretou luto oficial de três dias pela morte do ex-governador Dante de Oliveira, aos 54 anos, em Cuiabá.
O ex-governador morreu na noite de ontem com infecção generalizada por causa de complicações pulmonares e diabetes. Dante era candidato a deputado federal pelo PSDB.
O corpo está sendo velado na Assembléia Legislativa de Mato Grosso. O enterro deve ocorrer às 18h (horário de Brasília) no cemitério da Piedade. Dante não deixa filhos.
O ex-governador havia sido internado às 9h de ontem no hospital Jardim Cuiabá com febre devido a uma pneumonia da qual se tratava em casa havia dois dias. A equipe médica do hospital divulgou boletim médico por volta das 16h10 informando que Dante fora internado na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) "em estado muito grave por quadro de infecção generalizada e diabetes".
Sedado, Dante estava com respiração artificial sob ventilação mecânica com altas concentrações de oxigênio. "A pressão arterial e o ritmo cardíaco eram sustentados às custas de altas doses de medicamentos", informou o boletim.
De acordo com a assessoria do ex-governador, Dante foi ao hospital de carro com a mulher, a deputada federal Thelma de Oliveira (PSDB-MT), e estava apenas com febre. A reportagem apurou que a equipe médica discutia a transferência do ex-governador para São Paulo, quando ele morreu.
Além de governador do Mato Grosso por dois mandatos (entre 1995 e 1998 e depois de 1999 a 2002), Dante de Oliveira foi prefeito de Cuiabá e ministro da Reforma Agrária da gestão de José Sarney no Planalto.
Diretas Já
Nascido em Cuiabá em 1952, Dante cursou engenharia civil na UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) de 1970 a 1976. Ingressou no MR-8 em 1974, quando o grupo já tinha desistido da luta armada e decidira entrar no MDB.
No MDB, tentou a Câmara de Cuiabá em 1976, sem êxito, mas elegeu-se deputado estadual em 1978. Rompeu com o MR-8 em 1982, ano em que foi eleito deputado federal. Graças ao prestígio obtido com as diretas, foi eleito prefeito de Cuiabá em 1985 (pelo PMDB) e 1992 (pelo PDT), e governador do Estado em 1994 (pelo PDT) e 1998 (pelo PSDB). Fracassou ao tentar o Senado em 2002.
Dante de Oliveira ficou conhecido à época das "Diretas Já" pela emenda constitucional que levou seu nome e propunha eleições diretas para Presidência da República em 1985.
A emenda foi encampada em 1983, no final da Ditadura Militar, quando Oliveira era então um jovem deputado federal pelo PMDB.
A proposta de emenda constitucional catalisou forte apoio popular e transformou-se num dos maiores movimentos políticos da história do Brasil, ao qual a Folha de S.Paulo apoiou publicamente.
Apesar da pressão da sociedade civil, a emenda constitucional foi rejeitada em plenário no dia 25 de abril de 1984.
Com a rejeição da emenda, a eleição para presidente da República de 1985 foi indireta, tendo o colégio eleitoral escolhido Tancredo Neves (PMDB) como presidente.
Acusação
Em um dos últimos capítulos da carreira política de Dante, ele chegou a sofrer a acusação de que o "comendador" João Arcanjo Ribeiro, preso em Cuiabá após ser condenado por liderar o crime organizado no Estado, bancara sua campanha à reeleição em 1998.
Dante sempre negou. O ex-gerente de Arcanjo Nilson Teixeira foi quem fez a acusação, em depoimento à Justiça Federal, em 2003.
Tucanos
Segundo a assessoria de Dante, assessores dos tucanos Fernando Henrique Cardoso e Geraldo Alckmin, candidato do PSDB à Presidência da República, telefonaram após a notícia da morte para obter informações.
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Ex-governador Dante de Oliveira morre aos 54 anos em Cuiabá
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Mato Grosso decreta luto oficial pela morte de Dante de Oliveira
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da Agência Folha
O governo do Estado de Mato Grosso decretou luto oficial de três dias pela morte do ex-governador Dante de Oliveira, aos 54 anos, em Cuiabá.
O ex-governador morreu na noite de ontem com infecção generalizada por causa de complicações pulmonares e diabetes. Dante era candidato a deputado federal pelo PSDB.
O corpo está sendo velado na Assembléia Legislativa de Mato Grosso. O enterro deve ocorrer às 18h (horário de Brasília) no cemitério da Piedade. Dante não deixa filhos.
Folha Imagem |
O ex-governador Dante de Oliveira durante o lançamento do livro "Diretas Já" |
Sedado, Dante estava com respiração artificial sob ventilação mecânica com altas concentrações de oxigênio. "A pressão arterial e o ritmo cardíaco eram sustentados às custas de altas doses de medicamentos", informou o boletim.
De acordo com a assessoria do ex-governador, Dante foi ao hospital de carro com a mulher, a deputada federal Thelma de Oliveira (PSDB-MT), e estava apenas com febre. A reportagem apurou que a equipe médica discutia a transferência do ex-governador para São Paulo, quando ele morreu.
Além de governador do Mato Grosso por dois mandatos (entre 1995 e 1998 e depois de 1999 a 2002), Dante de Oliveira foi prefeito de Cuiabá e ministro da Reforma Agrária da gestão de José Sarney no Planalto.
Diretas Já
Nascido em Cuiabá em 1952, Dante cursou engenharia civil na UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) de 1970 a 1976. Ingressou no MR-8 em 1974, quando o grupo já tinha desistido da luta armada e decidira entrar no MDB.
No MDB, tentou a Câmara de Cuiabá em 1976, sem êxito, mas elegeu-se deputado estadual em 1978. Rompeu com o MR-8 em 1982, ano em que foi eleito deputado federal. Graças ao prestígio obtido com as diretas, foi eleito prefeito de Cuiabá em 1985 (pelo PMDB) e 1992 (pelo PDT), e governador do Estado em 1994 (pelo PDT) e 1998 (pelo PSDB). Fracassou ao tentar o Senado em 2002.
Dante de Oliveira ficou conhecido à época das "Diretas Já" pela emenda constitucional que levou seu nome e propunha eleições diretas para Presidência da República em 1985.
A emenda foi encampada em 1983, no final da Ditadura Militar, quando Oliveira era então um jovem deputado federal pelo PMDB.
Folha Imagem |
O então deputado federal Dante de Oliveira em foto de 1984 |
Apesar da pressão da sociedade civil, a emenda constitucional foi rejeitada em plenário no dia 25 de abril de 1984.
Com a rejeição da emenda, a eleição para presidente da República de 1985 foi indireta, tendo o colégio eleitoral escolhido Tancredo Neves (PMDB) como presidente.
Acusação
Em um dos últimos capítulos da carreira política de Dante, ele chegou a sofrer a acusação de que o "comendador" João Arcanjo Ribeiro, preso em Cuiabá após ser condenado por liderar o crime organizado no Estado, bancara sua campanha à reeleição em 1998.
Dante sempre negou. O ex-gerente de Arcanjo Nilson Teixeira foi quem fez a acusação, em depoimento à Justiça Federal, em 2003.
Tucanos
Segundo a assessoria de Dante, assessores dos tucanos Fernando Henrique Cardoso e Geraldo Alckmin, candidato do PSDB à Presidência da República, telefonaram após a notícia da morte para obter informações.
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