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07/07/2006
-
19h59
HUDSON CORRÊA
FÁTIMA LESSA
da Agência Folha, em Cuiabá
O velório de Dante Martins de Oliveira (PSDB) em Cuiabá foi marcado hoje por desagravo da cúpula tucana ao ex-governador morto, que, desde 2003, era acusado de ter tido a campanha de reeleição financiada em 1998, por esquema de caixa dois, por João Arcanjo Ribeiro, condenado por comandar o crime organizado em Mato Grosso e preso na cidade. Dante sempre negou.
"É hora de mostrar arrependimento pela calúnia contra ele", afirmou o candidato a governador de São Paulo pelo PSDB, José Serra, durante o velório, na Assembléia Legislativa.
Serra não fez referência direta ao suposto financiamento de Arcanjo, que envolveria ao menos R$ 8,3 milhões em esquema de caixa dois. A Justiça Federal determinou a abertura de inquérito ainda em andamento. Não havia provas contra o ex-governador.
"Quem destratou Dante deve estar agora com vergonha", disse o governador licenciado de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), outro presente ao velório.
Reviver os sonhos
"Não podemos ressuscitá-lo, mas podemos reviver seus sonhos. O Brasil inteiro está conosco aqui em Mato Grosso", afirmou Geraldo Alckmin, candidato do PSDB a presidente da República. Alckmin comparou Dante a estrelas políticas tucanas que já morreram: Mário Covas, Franco Montoro e José Richa.
Representando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente José Alencar também foi ao velório. "Venho em nome de Lula. Em qualquer lugar que se fale de democracia, lembra-se de Dante", disse Alencar.
Emenda das Diretas
Em 1983, o então deputado federal Dante de Oliveira tornou-se conhecido no Brasil ao apresentar uma emenda constitucional para restabelecer as eleições diretas para presidente. Isso motivou a campanha das diretas-já. A emenda foi derrubada na Câmara em 25 de abril de 1984, mas contribuiu para o fim do regime militar.
Dante morreu na noite de ontem, aos 54 anos, 12 horas após ser internado no hospital com pneumonia, que evoluiu para uma infeção generalizada. O ex-governador era diabético.
Conforme nota do hospital, a causa da morte --ocorrida às 21h45-- foi "disfunção de múltiplos órgãos e sistemas com choque refratário decorrente de sepse por pneumonia e com agravamento de miocardite, insuficiência renal e diabetes melitus descompensada".
O velório começou por volta de 2h de hoje na Assembléia Legislativa. A Polícia Militar de Mato Grosso informou que 50 mil pessoas passaram no local para ver o corpo. Por volta das 18h30, Dante foi enterrado no cemitério da Piedade.
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FÁTIMA LESSA
da Agência Folha, em Cuiabá
O velório de Dante Martins de Oliveira (PSDB) em Cuiabá foi marcado hoje por desagravo da cúpula tucana ao ex-governador morto, que, desde 2003, era acusado de ter tido a campanha de reeleição financiada em 1998, por esquema de caixa dois, por João Arcanjo Ribeiro, condenado por comandar o crime organizado em Mato Grosso e preso na cidade. Dante sempre negou.
"É hora de mostrar arrependimento pela calúnia contra ele", afirmou o candidato a governador de São Paulo pelo PSDB, José Serra, durante o velório, na Assembléia Legislativa.
Serra não fez referência direta ao suposto financiamento de Arcanjo, que envolveria ao menos R$ 8,3 milhões em esquema de caixa dois. A Justiça Federal determinou a abertura de inquérito ainda em andamento. Não havia provas contra o ex-governador.
"Quem destratou Dante deve estar agora com vergonha", disse o governador licenciado de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), outro presente ao velório.
Reviver os sonhos
"Não podemos ressuscitá-lo, mas podemos reviver seus sonhos. O Brasil inteiro está conosco aqui em Mato Grosso", afirmou Geraldo Alckmin, candidato do PSDB a presidente da República. Alckmin comparou Dante a estrelas políticas tucanas que já morreram: Mário Covas, Franco Montoro e José Richa.
Representando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente José Alencar também foi ao velório. "Venho em nome de Lula. Em qualquer lugar que se fale de democracia, lembra-se de Dante", disse Alencar.
Emenda das Diretas
Em 1983, o então deputado federal Dante de Oliveira tornou-se conhecido no Brasil ao apresentar uma emenda constitucional para restabelecer as eleições diretas para presidente. Isso motivou a campanha das diretas-já. A emenda foi derrubada na Câmara em 25 de abril de 1984, mas contribuiu para o fim do regime militar.
Dante morreu na noite de ontem, aos 54 anos, 12 horas após ser internado no hospital com pneumonia, que evoluiu para uma infeção generalizada. O ex-governador era diabético.
Conforme nota do hospital, a causa da morte --ocorrida às 21h45-- foi "disfunção de múltiplos órgãos e sistemas com choque refratário decorrente de sepse por pneumonia e com agravamento de miocardite, insuficiência renal e diabetes melitus descompensada".
O velório começou por volta de 2h de hoje na Assembléia Legislativa. A Polícia Militar de Mato Grosso informou que 50 mil pessoas passaram no local para ver o corpo. Por volta das 18h30, Dante foi enterrado no cemitério da Piedade.
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