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11/07/2006
-
08h52
HUDSON CORRÊA
da Agência Folha, em Cuiabá
O empresário Luiz Antônio Vedoin, 31, confirmou "com provas documentais" à Justiça Federal o esquema da máfia das ambulâncias, envolvendo de 60 a 80 parlamentares, em 19 Estados.
A informação é de integrantes da CPI dos Sanguessugas que se reuniram ontem com o juiz da 2ª Vara Federal de Cuiabá, Jeferson Schneider, que há oitos dias consecutivos ouve o empresário em depoimento sigiloso. O interrogatório prossegue hoje.
Vedoin, preso desde maio, é um dos donos da empresa Planam, que, segundo o Ministério Público Federal, vendia ambulâncias superfaturadas a prefeituras e a entidades não-governamentais. O dinheiro para as compras vinha de emendas ao Orçamento feitas por parlamentares que receberiam propina, segundo as investigações da CPI.
O presidente da CPI, deputado Antônio Carlos Biscaia (PT-RJ), disse que as "provas documentais" apresentadas pelo empresário podem ser cópias de depósitos bancários e planilhas da contabilidade da Planam, mas não deu detalhes.
O juiz se comprometeu a fornecer o documento com provas à CPI. A comissão informou que ainda não teve acesso ao texto do depoimento.
A única confirmação sobre o esquema, até então, era de Maria da Penha Lino, ex-funcionária da Planam de março de 2004 a março de 2005. Até maio, quando foi presa, Maria da Penha era funcionária do Ministério da Saúde.
Sete integrantes da CPI interrogaram Maria da Penha ontem em Cuiabá. "Ela está muito retraída e não repete os depoimentos anteriores à Polícia Federal e à Justiça", disse o senador Amir Lando (PMDB-RO), relator da CPI.
Maria da Penha listara em maio à Polícia Federal 283 nomes de congressistas, mas ontem não quis citar nomes. Apenas falou sobre uma emenda do senador Ney Suassuna (PMDB-PB), de R$ 1,6 milhão, na qual a Planam estaria interessada, mas explicou o motivo. Disse que ter "apenas ouvido falar na Planam " em propina de 10% a 20%.
O avanço nas investigações, segundo Biscaia, veio da informação do juiz sobre o teor do depoimento de Vedoin. "São deputados a respeito dos quais o senhor Vedoin confirma a participação e apresenta documentos. Nunca vi um interrogatório que durasse de segunda a segunda com a previsão de continuar nos próximos dias", afirmou Biscaia.
O deputado não quis precisar os números de envolvidos. O vice-presidente da CPI, Raul Jungmann (PPS-PE), foi mais preciso, informando que Vedoin revelou "um esquema criminoso funcionando em 19 Estados, envolvendo centenas de pessoas --e, entre eles, de 60 a 80 parlamentares com indícios fortíssimos".
Amir Lando também afirmou que, pelas informações da Justiça, Vedoin revelou um esquema de corrupção, ao contrário da estratégia de Maria da Penha no depoimento à CPI.
Apontado como envolvido no esquema, o deputado João Caldas (PL-AL), quarto-secretário da Mesa, resolveu ontem se afastar de reunião da diretoria da Câmara.
Especial
Leia a cobertura completa sobre a máfia dos sanguessugas
Empresário confirma ao menos 60 parlamentares sanguessugas
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da Agência Folha, em Cuiabá
O empresário Luiz Antônio Vedoin, 31, confirmou "com provas documentais" à Justiça Federal o esquema da máfia das ambulâncias, envolvendo de 60 a 80 parlamentares, em 19 Estados.
A informação é de integrantes da CPI dos Sanguessugas que se reuniram ontem com o juiz da 2ª Vara Federal de Cuiabá, Jeferson Schneider, que há oitos dias consecutivos ouve o empresário em depoimento sigiloso. O interrogatório prossegue hoje.
Vedoin, preso desde maio, é um dos donos da empresa Planam, que, segundo o Ministério Público Federal, vendia ambulâncias superfaturadas a prefeituras e a entidades não-governamentais. O dinheiro para as compras vinha de emendas ao Orçamento feitas por parlamentares que receberiam propina, segundo as investigações da CPI.
O presidente da CPI, deputado Antônio Carlos Biscaia (PT-RJ), disse que as "provas documentais" apresentadas pelo empresário podem ser cópias de depósitos bancários e planilhas da contabilidade da Planam, mas não deu detalhes.
O juiz se comprometeu a fornecer o documento com provas à CPI. A comissão informou que ainda não teve acesso ao texto do depoimento.
A única confirmação sobre o esquema, até então, era de Maria da Penha Lino, ex-funcionária da Planam de março de 2004 a março de 2005. Até maio, quando foi presa, Maria da Penha era funcionária do Ministério da Saúde.
Sete integrantes da CPI interrogaram Maria da Penha ontem em Cuiabá. "Ela está muito retraída e não repete os depoimentos anteriores à Polícia Federal e à Justiça", disse o senador Amir Lando (PMDB-RO), relator da CPI.
Maria da Penha listara em maio à Polícia Federal 283 nomes de congressistas, mas ontem não quis citar nomes. Apenas falou sobre uma emenda do senador Ney Suassuna (PMDB-PB), de R$ 1,6 milhão, na qual a Planam estaria interessada, mas explicou o motivo. Disse que ter "apenas ouvido falar na Planam " em propina de 10% a 20%.
O avanço nas investigações, segundo Biscaia, veio da informação do juiz sobre o teor do depoimento de Vedoin. "São deputados a respeito dos quais o senhor Vedoin confirma a participação e apresenta documentos. Nunca vi um interrogatório que durasse de segunda a segunda com a previsão de continuar nos próximos dias", afirmou Biscaia.
O deputado não quis precisar os números de envolvidos. O vice-presidente da CPI, Raul Jungmann (PPS-PE), foi mais preciso, informando que Vedoin revelou "um esquema criminoso funcionando em 19 Estados, envolvendo centenas de pessoas --e, entre eles, de 60 a 80 parlamentares com indícios fortíssimos".
Amir Lando também afirmou que, pelas informações da Justiça, Vedoin revelou um esquema de corrupção, ao contrário da estratégia de Maria da Penha no depoimento à CPI.
Apontado como envolvido no esquema, o deputado João Caldas (PL-AL), quarto-secretário da Mesa, resolveu ontem se afastar de reunião da diretoria da Câmara.
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