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17/07/2006 - 11h37

Corregedoria pede ao Ministério Público denúncias contra Mentor

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ANDREZA MATAIS
da Folha Online, em Brasília

A comissão de sindicância da Corregedoria da Câmara aguarda a Procuradoria de Justiça de São Paulo encaminhar cópia do depoimento do doleiro Richard Andrew de Mol Van Otterloo para concluir o processo do deputado José Mentor (PT-SP). O doleiro disse que pagou R$ 300 mil ao deputado para não ter seu nome incluído no relatório final da CPI do Banestado.

O pagamento da propina teria sido uma ordem de Flavio Maluf com medo de que se o nome de Otterloo fosse incluído no relatório, as investigações poderiam chegar a uma conta atribuída ao ex-prefeito Paulo Maluf no exterior.

A comissão tinha a intenção de ouvir o doleiro, mas ele resiste em comparecer. Otterloo já recebeu vários convites da Corregedoria, um deles entregue por uma viatura da Polícia Federal, mas em todos os casos disse que já estava contribuindo com a Justiça de São Paulo. Ao contrário das CPIs, a Corregedoria não tem poderes para obrigar ninguém a depor.

A Folha Online apurou que a Corregedoria decidiu não esperar mais pelo doleiro. O relatório --que pode pedir abertura de processo de cassação do mandato de Mentor-- será feito com base no depoimento que ele prestou em São Paulo. A comissão de sindicância expediu na semana passada ofício para o procurador de Justiça em São Paulo, Rodrigo Rebelo Pinho, e aguarda cópia dos documentos ainda para esta semana.

A pedido do procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, a denúncia de Otterloo já está sendo investigada pelo STF (Supremo Tribunal Federal). O próprio deputado José Mentor informou à Corregedoria da Câmara disso, com a intenção de que o processo político fosse paralisado.

Os membros da comissão de sindicância, no entanto, são unânimes em afirmar que o caso será analisado pela Câmara. Os documentos em posse da comissão até agora, porém, não são suficientes para que a Corregedoria peça abertura de processo contra Mentor.

Outro lado

O deputado José Mentor não comenta mais o assunto. Na época da divulgação da denúncia, ele se disse vítima de uma orquestração política para prejudicá-lo. Citou a coincidência de o processo ter chegado á Câmara um dia antes da data prevista para a votação do pedido de cassação do seu mandato por envolvimento com o mensalão. O julgamento acabou antecipado e Mentor absolvido.

O deputado questiona ainda o fato de o Ministério Público de São Paulo ter encaminhado a denúncia para a Câmara ao invés de ter acionado o Ministério Público Federal como é de praxe. Alega também que os nomes do doleiro e de Maluf foram incluídos no seu relatório da CPI do Banestado. Por divergências entre os partidos, o texto acabou não sendo votado.

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